domingo, 22 de junho de 2008

Igreja pede desculpas ao Candomblé e Umbanda

Dalmer Pacheco*


O sincretismo e o respeito pelo sagrado mostrou que Deus não escolhe credo. O Cristianismo Católico e os adeptos das religiões de Matriz Africana estavam em comunhão na pequenina e acolhedora Igreja de São Gonçalo. A missa foi celebrada pelo Arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, acompanhado pelo Padre Africano José Mukassa, de Burkina Faso, país cujo nome significa lugar de homens livres e íntegros, de colonização francesa.

BABALORIXÁ COMUNGA E BEIJA A MÃO DE ARCEBISPO
Pai Maciel, um dos mais antigos Babalorixás de Maceió, participou da missa cantando, rezando e comungando. Num gesto de profundo respeito pediu a bênção ao Arcebispo. Todos estavam lá cantando e tocando atabaque, reverenciando a memória dos mártires negros da escravatura, em especial a Zumbi dos Palmares. Após Dom Antônio Muniz falar que Zumbi foi inspirado por Cristo os atabaques e os cânticos tomaram conta da missa. O simpático padre Mukassa dançava no ritmo africano identificando-se com suas raízes culturais.


ESPÍRITO SANTO E AMOR
Ás vésperas de Pentecostes quando a Igreja Católica celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, lia-se na oração da Assembléia: “Para que as diversas religiões criem laços de comunhão, rezemos”. As mães também foram lembradas: “ Para que as mães defendam com otimismo a vida gerada, rezemos.”
Pai Célio da Casa de Iemanjá ofereceu, no ofertório, ao Arcebispo o Pano da Costa ou Banté-um , sinal de respeito entre as religiões que foi posto na “Mesa da Palavra” no altar da onde é proclamado o evangelho. O clero estava todo paramentado de acordo com suas religiões (os sacerdotes católicos “Padres” e os Babalorixás e Ialorixás, “Pais” e “Mães” de Santo).

MISSA DE AÇÃO DE GRAÇAS PELA LIBERDADE DO POVO NEGRO
Na homilia, e em vários momentos da celebração, o Arcebispo de Maceió insistiu nas desculpas ao povo africano pela omissão e perseguição da Igreja durante a escravatura no Brasil. um resgate histórico e importante avanço para o verdadeiro diálogo inter-religioso. E disse que aquele ato era o começo de uma celebração com as religiões de matriz africana e que bastava que uma paróquia se candidatasse a liderar o movimento por missas afro, especialmente durante as festividades do Zumbi dos Palmares que Deu a vida pelo seu povo. Nossa ancestralidade de várias etnias estavam sendo recordadas no “Corpo Místico” da Igreja. No “Abraço da Paz”, a “Paz de Cristo e “Axé.

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*Jornalista católico, militante do diálogo inter-religioso. Membro da SOTER-Sociedade de Teologia e Ciências da Religião e da COJIRA/AL- Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas, Pesquisador das religiões africanas como resistência, Doutor em Comunicaçâo e Cultura e Professor da UFAL onde coordenada a Cátedra FENAJ e o INTERMÍDIA – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Midiáticas

FOTOS: Kelly Baêta, Jornalista

Cerimônia ecumênica realizada na Igreja de São Gonçalo, em Maceió, no dia 08 de maio de 2008.

6 comentários:

  1. Isso é uma verdadeira profação! O arcebispo entregando Nosso Senhor a um satanista!
    Deus tenha piedade dele!

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  2. Que absurdo!
    O braço de Cristo em breve pesará!

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  3. Querido Emerson, Satanás somos todos nós pecadores...
    O que Deus Nosso Senhor pregou qdo da sua vinda na terra, foi simplesmente o amor, a caridade e acima de tudo a humildade e nenhuma religião sequer... aprenda de uma vez por todas. Todos estamos aqui apenas de passagem. Deus é amor.

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  4. Sim, Marcos, Deus é amor, mas Ele deixou bem claro que devemos nos converter ao Evangelho para sermos salvos. E esses atos de sincretismo religioso são totalmente condenáveis pois busca misturar a Verdade, que é Cristo, à mentira das seitas candomblecistas.

    Faço das palavras do Fábio as minhas: "O braço de Cristo em breve pesará!"

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  5. Ao amoroso Marcos:
    Quando você diz que Deus é amor, po que lhe vem à mente quando lê aquele trecho dos Evangelhos onde Cristo Senhor expulsa os vendilhões do Templo?
    Não confundamos amor com passividade, ou se é cristão ou se é satanista, pois São Paulo nos diz na Palavra que os ídolos que os pagãos servem são demônios!

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  6. Ah, sim, antes que me entendam mal: não sou racista - até porque minha mulher tem feições africanas e a pele morena - mas não concordo com esse negócio de "pastoral afro" e coisas do gênero.
    Se o princípio valesse também para os centros de candomblé e umbanda por exemplo, deveria ter também alguma "pastoral euro", já que não são só negros e pardos freqüentam esses cultos. Tem muitos brancos por lá.

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