terça-feira, 27 de novembro de 2012

Posse histórica

Na última quinta-feira (22.11), durante a semana nacional da Consciência Negra, ocorreu no Distrito Federal a posse do primeiro ministro negro na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ): Joaquim Barbosa. 

Em seu discurso, Barbosa fez uma análise sobre a desigualdade existente na justiça brasileira, e ainda, criticou a lentidão que provoca impactos diretos e negativos sobre a vida dos cidadãos e cidadãs. “É preciso ter a honestidade intelectual para reconhecer que há um grande déficit de Justiça entre nós. Nem todos os cidadãos são tratados com a mesma consideração quando buscam a Justiça. O que se vê aqui e acolá é o tratamento privilegiado”, declarou. 

Ele afirmou ainda que almeja um Judiciário sem firulas, sem rapapés. "O bom magistrado é aquele que tem consciência de seus limites. Não basta ter boa formação técnica, humanística e forte apego a valores éticos. O juiz deve zelar para que suas convicções íntimas não contaminem sua atividade (...) O juiz deve, sim, sopesar e ter em devida conta os valores caros à sociedade em que ele opera. O juiz é produto do seu meio e do seu tempo", disse. 

De acordo com o cerimonial do STF, foram impressos 2.500 convites para o evento destinados aos ministros aposentados, tribunais de países de língua portuguesa e nomes que integram a lista tradicional de cerimônias do Supremo. Entre os convidados pessoais do ministro, estiveram seus familiares oriundos de Paracatu (MG) e representantes de universidades no Brasil e no exterior. Também marcaram presença na solenidade a Presidenta da República Dilma Rouseff, muitas autoridades políticas e artistas consagrados como: o cantor alagoano Djavan, o sambista Martinho da Vila, a apresentadora de Tv Regina Casé, e os atores Milton Gonçalves, Lucélia Santos e Lázaro Ramos. 

E à noite foi realizado um coquetel em homenagem ao presidente empossado, oferecido pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).  

Joaquim Barbosa é um homem que ficou conhecido pela seriedade, rigidez e até mau-humor. Porém, a sua coragem, inteligência e a trajetória árdua na superação da pobreza por meio dos estudos e muito trabalho, tem o consagrado como um orgulho para a população afro-brasileira.


Fonte: Coluna Axé - nº227 - Jornal Tribuna Independente (27.11.12)

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