Muita gente não sabe que o dia 21 de janeiro foi incluído no calendário cívico como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, trata-se da Lei nº 11.635 que foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2007.
A data é uma homenagem à memória de Mãe Gilda, yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum, um dos mais tradicionais da Bahia. Ela teve sua fotografia publicada em um jornal evangélico de grande circulação, associada ao charlatanismo; depois seu templo religioso sofreu invasão e depredação, que desencadeou em vários problemas de saúde até a sua morte por um infarto em 2000.
Embora, a religiosidade de origem africana seja reconhecida como uma importante característica da identidade nacional, os praticantes da umbanda e candomblé são vítimas cotidianamente do preconceito no Brasil contemporâneo.
Durante a semana contra a intolerância religiosa, adeptos das religiões de matrizes africanas realizam várias atividades em defesa do respeito e liberdade de crenças, como: eventos que abordam o diálogo interreligioso, atos político-culturais, entrega de dossiês para autoridades locais, a criação de núcleos de estudos e pesquisas sobre o tema, dentre outras ações.
Porém, aquele que seria o mais importante acontecimento foi suspenso de última hora: o Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa que seria implantado no dia 20, prevê a legalização fundiária dos imóveis ocupados por terreiros de umbanda e candomblé e até o tombamento de casas de culto.
O adiamento da cerimônia ocorreu por causa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, com a preocupação de evitar novos atritos entre evangélicos e a Igreja Católica ainda mais em ano eleitoral, o argumento também utilizado é que precisa revisar os aspectos jurídicos do texto e evitar maiores constrangimentos.
Fonte: Coluna Axé / Tribuna Independente (26.01.10)
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