terça-feira, 4 de agosto de 2015

Viva Capoeira!

O dia 03 de agosto é um dia de festa e reflexão para todos os adeptos e admiradores da Capoeira. Apesar, da data ainda não ser nacionalizada, em alguns estados e municípios foram aprovadas leis que instituíram o dia do capoeirista, o dia da capoeira ou até mesmo a semana municipal da capoeira, como é o caso do Rio de Janeiro, do Ceará, de Fortaleza, de Florianópolis, Porto Alegre e até de Maceió. 

Para celebrar, nessa sexta-feira(07.08), a Câmara Municipal de Maceió realizará uma sessão especial com o tema "Capoeira: Educação e as Políticas Públicas”. A atividade é realizada há vários anos pela Vereadora Tereza Nelma, em parceria com as lideranças desse segmento afro em Alagoas, terá início às 9h com uma grande roda na Praça Marechal Deodoro em Maceió, em seguida terá o debate com a presença de capoeiristas de vários grupos, educadores, pesquisadores e admiradores dessa manifestação cultural. 

Durante todo o mês de agosto são realizados vários eventos em alusão a data. O Grupo Muzenza promoverá o 7º Muzenzumbi e a celebração dos 20 anos no Estado de Alagoas, nos dias 07, 08 e 09 em Maceió, com a participação de mestres que são referências nacionais: Mestre Burguês (RJ), Mestre Raimundo Dias (BA), Mestre Kibe (BA), Mestre Jorge Ceará (CE), Mestre Pantera (SE) e Mestre Ron (SP). Já o Grupo Liberdade realiza 5º Encontro de Capoeira Liberdade nos dias 14 e 15, com o tema central “O Saber Ancestral”, que terá palestra, oficina de maculelê, roda de capoeira, batizado e troca de graduações. 

A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira foram reconhecidos pelo Iphan como Patrimônio Cultural Brasileiro em julho de 2008 e estão inscritos no Livro de Registro das Formas de Expressão e no Livro de Registro dos Saberes. Em 2014, a Roda de Capoeira também recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) devido a sua importância histórica e representatividade na herança afrocultural, cultura, promoção à saúde e cidadania. 

É um misto de luta, dança, esporte, que exprime pertencimento étnico e pode ser executada por pessoas de várias idades, gênero, crenças e limitações físicas. Durante vários anos foi considerada “vadiagem de malandros”, sendo proibida em 1889 e reprimida, inclusive, com pena, de dois a seis meses de trabalho forçado na Ilha de Fernando de Noronha. 

Atualmente, os capoeiristas continuam lutando pelo reconhecimento da capoeira como mecanismo de socialização e cidadania, necessitam de mais apoio financeiro para executarem o trabalho principalmente nas periferias; e ainda, reivindicam a implantação nas escolas públicas e privadas conforme orienta o Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010). Enfim, a luta continua, quem quer gingar junto?! Paranauê, Paraná!


Fonte: Coluna Axé – 353ª edição – Jornal Tribuna Independente (04 a 10/08/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

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