quarta-feira, 14 de novembro de 2012

CUT-AL realiza mesa-redonda sobre o negro no mundo do trabalho


Por: Helciane Angélica - Integrante da Cojira/AL
Fotos: Divulgação

A Secretaria de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores de Alagoas (CUT/AL) realiza hoje (14.11), às 19h no auditório do Sindicato dos Bancários, a mesa redonda: “Ser negro/a no Mundo do Trabalho”.


A atividade é alusa ao mês da consciência negra, aberta ao público, e terá como debatedores: o Sociólogo Carlos Martins e Valdice Gomes, Presidenta do Sindicato dos(as) Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) e integrante da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL). No encerramento da programação, terá a apresentação do grupo Maracatodos, que iniciou suas atividades em maio desse ano.


Diante da importância de ampliar as discussões sobre o racismo no mercado de trabalho, conversamos com: Elida Miranda, que é diretora do Sindjornal, secretária de combate ao racismo da CUT-AL; formada em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo e especialista em Docência do Ensino Superior.

   
1.Há quanto tempo existe a Secretaria de Combate ao Racismo na CUT-AL?

Desde o 10º Congresso da CUT ocorrido em 2009.


2.Desde quando você encontra-se a frente dessa Pasta? E como deu-se o processo de eleição para a escolha do seu nome?

Fui eleita para esta função em junho deste ano, mas logo me afastei pelo fato de ter sido candidata a vereadora. Reassumi há pouco mais de um mês. A escolha do meu nome foi um gesto de confiança. Tive a honra de ser candidata a vice-presidenta da Chapa “CUT Democrática e Popular”, encabeçada pelo companheiro Lourenço, então a chapa entendeu que seria importante ocupar um lugar de destaque e de fortalecimento da luta de massa. A secretaria de combate ao racismo carrega este potencial.

3.Quais as principais incumbências e dificuldades enfrentadas por essa Secretaria?

Construir coletivo estadual de combate ao racismo, composto por representações dos sindicatos CUTistas, estimular a criação de Coletivos, secretarias ou comissões nos sindicatos e ser parceira das demais entidades dos movimentos sociais que combatem o racismo no estado. Essa é uma tarefa ainda em fase de consolidação no mundo sindical, colocar esta pauta na lista das prioridades requer esforço.     

4.Na sua opinião, porque é importante debater as questões étnicorraciais e o racismo no movimento sindical?

A CUT se propõe a contribuir no fortalecimento das políticas afirmativas, na luta pela implementação do Estatuto da Igualdade Racial (12.288/10) e da Lei que estabelece  o ensino da História da África nas escolas (10.639/03).

5. Existe alguma articulação junto aos segmentos afros e entidades do Movimento Negro?

Temos participado de lutas mais gerais, como o grito dos excluídos e contra o aumento de passagem de ônibus. Na luta específica ainda temos muito que caminhar, e nesse retomada que ocorreu há pouco mais de um mês, estamos buscando construir as relações de parcerias nas lutas junto à companheirada do movimento negro.

6. Quais os sindicatos alagoanos que possuem diretorias, secretarias ou comissões de igualdade racial na categoria profissional? 

O Sindicato dos Jornalistas é importante exemplo em nosso estado, pois possui a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial, a COJIRA. Essa realidade infelizmente ainda é muito escassa. Alguns Sindicatos fazem essa discussão dentro das secretarias de políticas sociais, mas a criação das comissões temáticas ainda é um desafio.

7. Existe alguma pesquisa da CUT sobre as profissões onde mais ocorrem casos de discriminação racial?

Ainda não. 

8. Além da mesa redonda sobre "o negro no mercado de trabalho", que outras atividades estão previstas na sua gestão?

Vamos realizar nos dias 10 e 11/12 o planejamento de todas as secretarias de CUT/AL, nele vamos traçar o nosso plano de lutas.

9. A Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (CONAJIRA) após muitas articulações junto à Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), conseguiu que jornalistas declarassem a cor da pele e etnia em sua ficha de filiação. Como avalia essa iniciativa?

Essa medida é fundamental para a categoria se conhecer. Para que possa romper com o preconceito e demonstrar que na prática não somos minoria. 

10. Na condição de jornalista profissional, em sua opinião, qual a importância da COJIRA em Alagoas?

A COJIRA dá visibilidade a luta contra o racismo no estado que ainda permanece sufocada, mesmo depois de tantos anos “sem escravidão”. Queremos ver os negros e negras na mídia, inclusive como formuladores e produtores desse conteúdo.

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