Por: Emanuelle Oliveira
Integrante da Cojira/AL
O dia da Consciência Negra foi marcado por rituais e apresentações culturais na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares. A programação da última sexta-feira,20, contou com um cortejo, realizado pelas mulheres de Axé e a presença de representantes das religiões de matriz africana dos Estados de Pernambuco, Bahia e Paraíba, e ainda, de pais, mães e filhos de santo de Alagoas, que elogiaram a atuação do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb), localizado em Maceió e coordenado pela mãe Neide. Além do feriado ter sido instituído em Alagoas, um decreto pretende transformar permanente a realização dos rituais afros no calendário do Estado.
Autoridades como o governador em exercício José Wanderlei, o deputado federal Francisco Tenório, os deputados estaduais Alberto Sexta-Feira e Nelito Gomes, além do diretor da Fundação cultural palmares, Maurício Reis, das vereadores por Maceió Fátima Santiago e Taíse Guedes, do prefeito de União dos Palmares Areski Freitas, do secretário estadual de cultura, Osvaldo Viégas e dos vereadores do município prestigiaram o evento, ressaltando a importância do 20 de novembro para o Estado e para o Brasil, visto que o Quilombo dos Palmares é considerado o maior símbolo da resistência negra no país.
“É necessário celebrar a data porque Zumbi não foi apenas um herói negro e sim, nacional. Sua luta despertou para a questão racial e a escravidão, criando um conceito de nação. Precisamos combater todos os tipos de preconceito. Alagoas é um Estado privilegiado por essa luta ter acontecido aqui e isso explica o fato de importantes figuras políticas e também na área da medicina e artes se originam do Estado”, destacou José Wanderlei, que simbolicamente ofertou uma coroa de flores a Zumbi.
A ebomi e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Vanda Machado falou sobre o trabalho desenvolvido em Salvador com as comunidades quilombolas e ainda, que se sentiu à vontade na Serra da Barriga, por acreditar que seus ancestrais contribuíram para que ela chegasse até ali. “Aqui foi escrita uma parte importante da história do povo brasileiro e não só dos negros”.
“Costumo olhar para meus cabelos e minha pele e sei que minha origem não começou com meus pais ou bisavós. Fico pensando há quantos anos meus ancestrais estiveram aqui. Consegui ser doutora em educação, mas as pessoas não estão acostumadas a verem o negro que não é escravo e ocupa certas posições. Algumas fazem o povo negro pensar que não é bonito, inteligente e forte. Já sofri preconceito no local onde moro, poderia ter brigado, mas preferi mostrar que conquistei o meu espaço”, contou a ebomi.
Questionada sobre o fato do 20 de novembro não ser feriado em Salvador, apesar da capital ter 85% da população composta por negros e pardos, ela afirmou preferir que seja assim, o que deixa o movimento negro mais perto da população. “No Centro da cidade e nas ruas as pessoas ficam nos esperando passar. As religiões de matriz africana têm problema com as igrejas, mas não queremos fazer o mal. O que é ruim é a atitude das pessoas, sejam brancas ou negras”, reforçou.
O prefeito Areski Freitas destacou a importância do Quilombo dos Palmares para o país e ainda, que a saga do guerreiro negro jamais será esquecida. “Estamos pisando em um solo de lutas, no quartel general do Quilombo, junto de todos os guerreiros negros. União foi o primeiro município brasileiro a colocar a capoeira, o hip hop e as danças afros nas escolas. Agora aguardamos a inauguração do restaurante da Serra e a construção de um acesso transitável”, lembrou.
Parabéns pelo Blog
ResponderExcluirOs seus links de postagem estão no Alagoas Real
Abraços
Mário
porque esse movimento não vem a arapiraca conversar com prefeito e presidente da AMA luciano barbosa para implantar nesta cidade ou melhor em todo estado de alagoas.já que este feriado depende de lei municipal para vigorar em nossa cidade.obrigado willliam. OBS: Não esqueçam de divulgar se conseguirem este pleito.
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