quarta-feira, 1 de julho de 2009

Governo francês ignora Fesman e negritude organiza protesto



Os negros radicados ou nascidos na França enfrentam problema de reconhecimento da suas cidadanias e a questão novamente ganha contornos de protestos, motivado pela falta de interesse do governo francês ao pedido de instituições dos afrodescendentes para a formação de um comitê oficial pró Fesman. Os afros-francófonos e negros de outras origens, que residem no país, desejam representar a França no festival que vai acontecer de 1 a 14 de dezembro, em Dakar, capital do Senegal, ex-colônia francesa.

A total indiferença do presidente Nikolai Sarkozy tem provocado a indignação da negritude francesa, que reside em Paris e cidades próximas, prometendo uma manifestação para o dia 30 de junho, terça-feira próxima, em frente ao Ministério da Cultura (3 rue de Valois 75001), Paris, quando vão lançar uma carta aberta, na qual protestam a omissão governamental, com o seguinte teor:

“Uma flagrante falta de consideração. Pacificamente, vamos nos mobilizar!!!

O Festival Mundial de Artes Negras acontecerá em Dakar de 1° a 14 de dezembro de 2009. Este evento é mais que um festival que vai além de todas as disciplinas que contemplam: literatura, moda, pintura, fotografia, música, dança, artes tradicionais, teatro, cinema, ciências e pesquisas, tecnologia). Ele é, sobretudo, uma oportunidade rara para nós africanos mostrarmos nossa capacidade de união, de impormos respeito e nos fazer escutar. Todos nós queremos o Renascimento Africano. Esse é o tema do Fesman 2009.

O Fesman convidou 80 países para enviar uma delegação de artistas, dentre os quais a França. Mas, até agora, nenhuma delegação tem sido organizada na França e isto é inadmissível. Todos sabemos que a França tem uma das populações mais importantes da comunidade da diáspora africana da Europa.

Por exemplo, o Brasil (país convidado de honra), já tem uma delegação de 600 pessoas e nós, artistas e intelectuais negros da França, se quer fomos comunicados pelo Governo da França, do convite recebido. Consideramos que todos esses artistas de origem africana morando na França merecem muito mais respeito.

O governo senegalês está se encarregando de levar 30 artistas. A única coisa que se pede ao Ministério da Cultura é escolher os representantes da França para o Fesman. Nossa voz precisa ser escutada e respeitada. Nossa cultura é rica demais, antiga demais, profunda demais para ser tratada dessa maneira.

O Ministério da Cultura tem a atribuição de representar todas as culturas. Nossos livros estão nas bibliotecas, nossas obras de arte nos museus, mas quem são os homens e as mulheres que estão por trás dessa cultura?”.

Fonte: Agência Afro Latina e Euro Americana de Informação – Alai

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