quinta-feira, 12 de março de 2009

Lançada a 2ª Conferência de Igualdade Racial

Em meio a roupas coloridas e penteados afro foi lançada hoje (12) a 2ª Conferência de Igualdade Racial, que será realizada entre os dias 25 e 28 de junho com o tema Os avanços, os desafios e as perspectivas da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial.

Antes da etapa nacional serão realizadas conferências estaduais e distritais e também plenárias com comunidades tradicionais de indígenas, ciganos, quilombolas e comunidades de terreiro.

Esses encontros vão discutir os temas que serão levados para a etapa nacional, quando os participantes avaliarão os avanços alcançados desde a primeira conferência, realizada em 2005.
Durante a cerimônia de lançamento, o ministro da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, disse que a conferência nacional vai provocar discussões “profundas” e mesmo “duras” em alguns momentos que resultarão em avaliação das políticas públicas de promoção da igualdade racial e na identificação de desafios.

O presidente da Fundação Palmares, Zulu Araújo, avalia que desde a primeira conferência houve avanços significativos para o movimento negro. “Temos dados muito concretos e positivos na área de ações afirmativas, na área educacional temos hoje mais de 270 mil jovens afro-descendentes no ensino superior.”

Segundo ele, ainda é preciso consolidar as conquistas alcançadas e discutir formas de tornar mais velozes questões como a regularização fundiária dos quilombolas e na área de saúde para a população negra.

A cigana Miriam Stanescon comemora o espaço conquistado pelo movimento cigano na discussão de políticas de igualdade e diz que o acesso do povo cigano a educação ainda é precário e precisa ser trabalhado no encontro nacional, em junho.

Ela conta que essa dificuldade é provocada pelo preconceito contra as crianças ciganas e pela característica do povo de se mudar com freqüência. “Meu povo saiu da invisibilidade que há tempos somos submetidos, meu povo não tem direito à educação”.

O subsecretário de comunidades tradicionais da Secretaria da Igualdade Racial, Alexandro Reis, afirma que um dos desafios a ser levado para a etapa nacional é a discussão sobre como garantir que as ações de igualdade racial sejam incorporadas pelos estados e municípios.

“Um desafio é transformar as ações que são de governo em ações de Estado. É preciso ter políticas que estejam garantidas em orçamentos não só da União, mas de estados e municípios”.
Ao discursar durante o evento de lançamento da conferência, o ministro do Esporte, Orlando Silva, disse que um país com uma população negra tão numerosa quanto o Brasil deveria ter mais ministros negros. Atualmente são dois os ministros negros, o próprio Silva e o ministro da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos.

Fonte: Agência Brasil

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