Olívia Santana, vereadora do PC do B da Bahia, será a única mulher negra candidata a Prefeitura de uma capital nas eleições municipais de 05 de outubro.
A decisão foi tomada no último fim de semana, por dirigentes do Comitê Municipal do Partido que, reunidos na Federação dos Bancários, nos Aflitos, avaliaram que Olívia representará uma novidade “com forte potencial de crescimento, por se tratar de uma parlamentar que circula com desenvoltura nos vários círculos políticos e movimentos sociais da cidade”.
A Agenda de eventos da candidata será intensificada, segundo a decisão da direção partidária e continuará com o Ciclo de Debates sobre Salvador, que vem discutindo temas relacionados aos problemas da cidade.
Quem é
Filha de mãe empregada doméstica e pai marceneiro, Maria Olívia Santana, aprendeu desde cedo que os estudos eram o único caminho facilitado da ascensão dos negros. Quando criança ajudava nas despesas da casa fazendo pequenos bicos como "aguadeira", levava água nas casas das pessoas e recebia "uns trocados" pelo trabalho.
Aos 14 anos foi trabalhar como servente em uma escolinha particular. Este foi o pontapé para a escolha da sua carreira. Depois do 2º grau prestou vestibular, sem ter feito cursinho, estudava com os módulos velhos da filha da dona da escola e foi aprovada para pedagogia na Universidade Federal da Bahia - UFBA. Começava aí a sua história política.
Desde os 15 anos é integrante do Movimento Estudantil. Assim que entrou na Universidade, em 1987, ajudou a fundar a "Juventude Negra" da UFBA. Em 1988, contribui para a criação da UNEGRO (União de Negros pela Igualdade), entidade da qual faz parte até hoje da coordenação executiva nacional. Em 1992, formou-se em Pedagogia.
Como educadora, Olívia atuou na capacitação de professores da rede pública Municipal e de escolas comunitárias de bairros periféricos e populares de Salvador; foi técnica pedagógica do Centro de Educação e Cultura Popular – CECUP; trabalhou com crianças portadoras de necessidades especiais de aprendizagem, chegando a ser sócia fundadora da ADEP- Associação para o Desenvolvimento da Educação Especial; foi técnica educacional do Liceu de Artes e Ofícios e uma das coordenadoras pedagógicas da Casa Via Magia, uma das mais importantes experiências com Arte e Educação do Brasil.
É combativa ativista do movimento de mulheres baianas, assumindo especialmente a defesa dos direitos das mulheres negras. Neste sentido realiza palestras, conferências, participa e promove encontros e congressos no plano local e internacional, além de desenvolver continuamente a luta contra o racismo e as desigualdades sociais e de gênero.
Movimento de Mulheres
É integrante do Fórum de Mulheres de Salvador e da União Brasileira de Mulheres (UBM). Sua trajetória na área inclui ainda passagem pelo Conselho Municipal da Mulher.
Presente na Conferência de Durban, África do Sul, 2001, foi uma, dos três oradores brasileiros, que fez a denúncia formal do racismo no Brasil. Falou para os chefes de governo dos principais países do mundo.
Como Vereadora, presidiu Comissão dos Direitos do Cidadão da Câmara Municipal e era membro atuante das comissões dos Direitos da Mulher, Educação, Orçamento, Transporte, Planejamento e Reforma da Previdência. Dentre os seus projetos criou o dia Municipal de Combate à intolerância Religiosa, o 21 de janeiro e a medalha de honra Zumbi dos Palmares, mudando a história de honrarias da Câmara Municipal, que nunca tinha tido em sua galeria uma honraria negra. Em 2004, lançou a sua candidatura para vereadora com o "slogan" A NEGONA DA CIDADE e se reelegeu com 9.600 votos.
Mas, foi convidada pelo prefeito da cidade para fazer parte do seu secretariado, assumindo a Secretária Municipal de Educação e Cultura de Salvador.Nos primeiros meses de gestão, (assumiu o cargo em 3 de janeiro de 2005), foi eleita vive-presidente da UNDIME (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação). Dirigente Nacional do PC do B (Partido Comunista do Brasil); Integrante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, também faz parte do Fórum de Mulheres Negras.
Fonte: Afropress (10/6/2008)
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