De passagem por São Paulo, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, e o
presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), Vinicius
Palmeira, conheceram a exposição ‘Zumbi – A Guerra do Povo Negro’, em
cartaz no Sesc Vila Mariana. A visita foi guiada pessoalmente pelo
curador da mostra, o jornalista e escritor alagoano Audálio Dantas.
A exposição traça a trajetória do último líder do Quilombo dos
Palmares e um dos símbolos de resistência do povo negro na história
brasileira. ‘Zumbi – A Guerra do Povo Negro’, nasce a partir da pesquisa
do curador Audálio Dantas e reúne ilustrações de Fernando Vilela e
fotografias de Tiago Santana. As imagens contam a história de Zumbi dos
Palmares em seis momentos distintos: ‘A Revolta’, ‘A Resistência –
criação do quilombo’, ‘O Nascimento de Zumbi e Infância’, ‘O Rei
Gangazumba’, ‘Zumbi – O Herói’ e ‘A Destruição do Palmares’.
Fernando Vilela recriou as cenas das narrativas da história e da vida
de Zumbi na cenografia da exposição. Ele criou as ilustrações de toda a
vida de Zumbi, não apenas das batalhas. Enquanto isso, o fotógrafo
Tiago Santana traz 16 fotografias panorâmicas da Serra da Barriga em sua
configuração atual revelando o cotidiano da população que ali vive
hoje.
História preservada
O presidente da FMAC, Vinicius Palmeira, destaca a importância do
trabalho para a preservação da memória de Zumbi e da resistência em
Palmares. “É nossa pretensão trazer a exposição para Maceió e viabilizar
que o povo alagoano tenha acesso a história de luta vivida na Serra da
Barriga. Para isso, iniciamos no mesmo dia as tratativas com o Sesc”,
conta.
Palmeira destaca também a grandeza e a importância do jornalista e
escritor Audálio Dantas, curador da exposição. “Ele sem dúvidas um dos
maiores nomes do jornalismo no País. Um homem que viveu histórias e
denunciou fatos de extrema importância para o Brasil”, lembra.
Sobre o curador
Audálio Dantas é jornalista atuante há mais de 60 anos com trabalhos
na Folha de S. Paulo, e nas revistas Realidade, O Cruzeiro, Manchete e
Nova. Dantas tem extensa trajetória na defesa dos direitos humanos no
país. Foi o responsável pela denúncia da morte do também jornalista
Vladimir Herzog nos cárceres da ditadura, em 25 de outubro de 1975 e
recebeu premiação da Organização das Nações Unidas pela defesa dos
direitos humanos.
Em sua trajetória, o mérito pela descoberta dos excertos de Carolina
Maria de Jesus, no que viria a ser a obra “Quarto de Despejo”. Em sua
carreira de escritor, Audálio Dantas contabiliza 12 livros publicados,
tendo recebido o prêmio Jabuti de 2013 (Livro do Ano de Não-Ficção) pela
obra “As Duas Guerras de Vlado Werzog”, além de ter sido agraciado com o
Prêmio Juca Pato (Intelectual do Ano), pela União Brasileira de
Escritores, no mesmo ano.
O Quilombo dos Palmares
O Quilombo dos Palmares, localizado na região sul da antiga Capitania
de Pernambuco e atual Estado de Alagoas, surgiu no século XVI no
período do Brasil Colônia, na região conhecida como “Serra da Barriga”,
nas proximidades da vila de Porto Calvo.
Em um dos engenhos ao Sul de Pernambuco, no ano de 1597, um grupo de
cerca de quarenta homens escravizados planejaram a fuga coletiva em
direção à Serra, no alto do que hoje é denominado como Planalto
Meridional de Borborema. Ali fundaram o maior quilombo do período
colonial, tendo resistido à escravidão e ameaçando o poder hegemônico da
Coroa portuguesa por quase 100 anos.
A história do Quilombo de Palmares atravessa o tempo e se torna a
primeira experiência coletiva de contestação no país. Seu último líder,
Zumbi, é a figura principal da narrativa contada na exposição “Zumbi – A
Guerra do Povo Negro”. A montagem também marca a efeméride de 360 anos
de nascimento de Zumbi e os 320 anos desde sua morte.
A exposição segue aberta ao público até o dia 31 de janeiro de 2016, com visitação gratuita.
Ascom FMAC com Ascom Sesc Vila Mariana
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