terça-feira, 27 de outubro de 2009

Saúde e população negra

Por: Helciane Angélica


O dia 27 de outubro, é defendido como o Dia de Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra, e também, é o Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes.

Alagoas não poderia ficar de fora das ações, a Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos (SEMCDH), através da Superintendência de Políticas de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos, iniciou na terça-feira passada a Semana Estadual com o tema “Racismo faz mal à saúde”.

Até o dia 30, terá na programação: a criação de um grupo de trabalho em Pró Saúde de População Negra no sistema municipal e estadual; criação de comissões especiais de saúde da população negra nos conselhos; estabelecimento de estratégias, indicadores e metas para orientar na intervenção nos órgãos; operacionalização de atividades, palestras, ações de saúde preventivas e panfletagem.

Dentre os principais males que atingem os negros e negras, estão: a anemia falciforme, deficiência de glicose, diabetes, hipertensão (tem maior dificuldade em eliminar sal do que os brancos), insuficiência renal crônica, câncer de próstata, parto por eclâmpsia (resultante da hipertensão arterial não tratada durante a gravidez) e os miomas (tumores formados a partir de tecido muscular que podem levar à retirada do útero); doenças de pele (manchas, cicatrizações exageradas chamadas de queloides, a foliculite que é inflamação de pelos e a dermatose papulosa nigra que parece pequenas pintas escuras); também tem a desnutrição, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), Aids, depressão e transtornos mentais, em especial, os derivados do uso abusivo de álcool e de drogas.

Os fatores de agravamento dessas doenças são variados, existem os casos fisiológicos e hereditários, as diferenças desencadeadas por questões sócio-culturais e também o racismo institucional.

Muitos pacientes deixam de ter orientações precisas devido à dificuldade de acesso, os diagnósticos tornam-se tardios e ainda ter um atendimento precário, omissa e discriminatória em relação à população negra – a exemplo de diversos casos de religiosos de matrizes africanas que sofreram preconceito em postos de saúde ou deixaram de ser atendidos, devido às vestimentas e crença religiosa. Diante disso, há vários anos existe a discussão de uma Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, para respeitar a diversidade étnicorracial e que preze por um sistema estratégico de atendimento e tratamento de qualidade para todos!


Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (27/10/09)

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