Um projeto da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) intitulado Xangô Rezado Alto, vai marcar o centenário do “Quebra de 1912”, ato de violência contra as religiões de matriz africana, ocorrido na noite de 1º para 02 de fevereiro, quando todos os terreiros e casas de culto afro foram destruídos em Maceió.
Na última quinta-feira (05.01), lideranças das religiões afro e representantes de instituições parceiras estiveram no auditório do Espaço Cultural da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para conhecer o projeto e discutir sobre objetivos e atividades. Conforme declarou o reitor da Uneal, Jairo Campos, o projeto Xangô Rezado Alto ressalta o novo momento da Universidade Estadual, que busca uma maior aproximação com a comunidade e os movimentos sociais. Segundo Vinícius Palmeira, um dos responsáveis pelo projeto, o objetivo é dar continuidade e fortalecer o atual movimento de resgate da identidade negra alagoana, desencadeado por instituições e lideranças das comunidades de terreiro no Estado.
As atividades terão início nos dias 01 e 02 de fevereiro próximo, em celebração à memória do “Quebra de 1912”, na Praça dos Martírios, com a festa popular “Noite do Xangô Rezado Alto”. O título é uma resposta aos tempos de opressão, quando após a destruição dos terreiros e casas, os pais e mães de santo de Maceió que resistiram, realizavam seus ritos da forma que ficou conhecida como “Xangô rezado baixo”, para que os instrumentos e cânticos entoados não chamassem atenção. A intenção é resgatar a autoestima dos religiosos de matriz africana.
Até o mês de maio está prevista uma extensa programação, com a realização do Congresso Alagoano de Cultura Afrobrasileira, exposição Presença Negra em Alagoas, quatro oficinas de tradições afrobrasileiras, produção do vídeo Gira das Tradições, publicação de duas cartilhas pedagógicas e dois prêmios para produção cultural das comunidades de terreiros. A ação recebe o incentivo do Fundo Nacional de Cultura e contrapartida da Uneal, também conta com a parceria de órgãos públicos como Ufal, Iphan, Iteral, Secretarias de Estado da Educação, Cultura, Cidadania, Mulher e Direitos Humanos; Cesmac, Braskem e da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL/Sindjornal).
Fonte: Coluna Axé - nº184 - jornal Tribuna Independente (10.01.12)
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