A situação do Haiti – país mais pobre das Américas – continua deplorável!
No último dia 12 de janeiro, completou-se dois anos que ocorreu o devastador terremoto que matou cerca de 300.000 pessoas, deixou milhares de feridos e um rastro de destruição. Cansados de conviver com o sofrimento, a miséria, doenças, a falta de emprego e os problemas quanto à infraestrutura, centenas de haitianos estão saindo do país em busca de uma vida melhor. Porém, muitos deles terminam utilizando rotas ilegais, intermediadas por coiotes (atravessadores) e estão se concentrando nas cidades amazônicas fronteiriças que, também, não possuem condições de abrigá-los.
Os governos estaduais têm reclamado do caos social provocado pela imigração, a exemplo do município de Brasileia (AC) – na fronteira com a Bolívia – que tinha aproximadamente 21 mil habitantes, e hoje, ainda possui 1000 haitianos. O Ministério da Justiça também está preocupado com a situação migratória de haitianos no Brasil, cujo número estimado pelo governo encontra-se em 4 mil pessoas. Foi apresentada uma proposta para o Conselho Nacional de Imigração (Cnig), que seria de garantir a regularização desses haitianos, além de receber a autorização de residência e o direito para morar e trabalhar aqui. Também irá restringir para 100, o número mensal de vistos a serem concedidos pela Embaixada do Brasil em Porto Príncipe. E quem chegar sem documentos após a resolução corre o risco de ser deportado.
O ministro da MJ, José Eduardo Cardozo, prometeu ajuda a essas cidades e “reforçar a fiscalização de fronteira em parceria com Peru, Equador e Bolívia, para atacar a rota ilícita de imigração”. Enquanto isso... no Haiti, as ações para reerguer o país continuam árduas: “Nós tivemos um ano de transição da fase humanitária para a fase de recuperação e reconstrução”, disse Rebeca Grynspan, Administradora Adjunta do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. O PNUD ajudou a criar 300 mil vagas temporárias de trabalho desde o terremoto, organizando as pessoas para realizar atividades como remoção de entulhos, coleta de lixo e reforçando a prevenção e a redução do risco de catástrofes. Cerca de 40% dos trabalhos temporários foram ocupados por mulheres.
Também encontra-se em andamento o projeto de cooperação firmado entre Brasil, Haiti e Cuba, através do PNUD Brasil, que prevê a construção de hospitais e centros de atendimento, além da capacitação de profissionais de saúde. As dificuldades são enormes, mas não podemos fechar os olhos para a dor desse povo, que já foi a colônia mais rica da França e um grande exportador de cana de açúcar. Também foi o primeiro país da América a ter a sua independência em 1804, uma luta conduzida por negros ex-escravos e camponeses. Força, bravos guerreiros e guerreiras!
Fonte: Coluna Axé - nº 186 - jornal Tribuna Independente (24.01.12)
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