Parte do projeto Quilombos das Américas, diagnósticos serão apresentados em atividades nos dias 7, 8 e 9/12, no auditório do Subsolo do Bloco A da Esplanada dos Ministérios. Comunidades afrorrurais do Brasil, Equador e Panamá foram foco do levantamento, que abordou as condições de vida dos grupos pesquisados
Um retrato das condições de vida em comunidades afrorrurais no Brasil, Equador e Panamá. Resultados desse trabalho serão exibidos na I Oficina para Intercâmbio de Experiências e Pacto de Ações, entre os dias 7 e 9 de dezembro, no auditório do Subsolo do bloco A da Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O evento vai contar com a participação da ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR), Luiza Bairros, além de representantes das instituições parceiras do projeto Quilombos das Américas.
A oficina vai mostrar parte do resultado de 47 dias de pesquisas de campo realizadas entre os meses de outubro e dezembro, nas comunidades de Valle del Chota-Salinas e La Concepción, no Equador; Garachiné, em Darién, no Panamá, e Empata Viagem, em Maraú, na Bahia, Brasil.
As atividades são parte do Projeto Quilombos das Américas, uma iniciativa inspirada pelo Ano Internacional dos Afrodescendentes e coordenada pela Seppir/PR. O trabalho envolveu pesquisadores com formações acadêmicas distintas e diferentes nacionalidades. O estudo incluiu a abordagem de aspectos sociais, econômicos, alimentares, institucionais, tecnológicos e culturais de comunidades, cujas características históricas e do modo de viver são similares entre grupos rurais constituídos por afrodescendentes.
Além da Seppir, participam do projeto a Embrapa, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), a Secretaria Geral Ibero-americana (Segib), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Entidade das Nações Unidas para Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), e o Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia.
Segundo a pesquisadora Paula Balduino, que coordena o projeto, o estudo piloto foi o primeiro passo para a constituição de uma rede de comunidades afrorrurais da América do Sul e Caribe. Segundo ela, a oficina tem dois objetivos principais, socializar o resultado das pesquisas e promover um diálogo qualificado entre representantes afrorrurais e entre gestores.
"A ideia é que as comunidades possam interagir entre elas. Por isso, cinco representantes de cada um dos territórios pesquisados vão participar do encontro. Além disso, outras lideranças afrorrurais de territórios que não foram contemplados pela pesquisa também foram convidadas", diz.
Para a pesquisadora, as informações apresentadas durante a oficina podem mostrar as instituições brasileiras e do exterior inúmeras possibilidades de trabalho em comunidades afrorrurais brasileiras, panamenhas e equatorianas.
O projeto
A escravidão e a resistência de comunidades negras a esse regime são traços comuns na maior parte dos países da América Latina e do Caribe. Quilombos, palenques, cumbes, maroons e cimarrones são as denominações dadas em diferentes nações a comunidades rurais constituídas por afrodescendentes. O projeto Quilombos das Américas buscou traçar um perfil dessas comunidades, a partir de pontos comuns em suas identidades e que influenciaram a formação das sociedades em diferentes aspectos como nas questões sociais, políticas, econômicas e culturais.
Segundo o pesquisador Edson Guiducci Filho, da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), o projeto também abordou a questão da soberania alimentar desses locais. Ele explica que os estudos levantaram informações sobre organização social, os sistemas produtivos, entre outras questões, como as relativas à terra, saúde e educação.
Saiba mais sobre o Projeto no site do Quilombos das Américas.
Fonte: Ascom Seppir
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