Nos últimos dias, a palavra mais dita em Maceió é medo, diante dos arrastões em vários bairros, atentados em coletivos e assassinatos a qualquer hora. Aliás, é a sensação que tem imperado no Estado de Alagoas durante anos, os motivos são vários (falta de oportunidades; deficiência na melhoria das escolas, práticas esportivas e outras ações de cidadania; tráfico de drogas e o descaso político na segurança pública) e não adianta buscar culpados, a problemática tem que ser resolvida para o bem de todos.
De acordo com os dados do Mapa da Violência 2012 sobre os novos padrões da violência no Brasil realizado pelo Instituto Sangari e divulgado na semana passada pelo Ministério da Justiça, a taxa de mortalidade de negros por homicídio no Brasil registrou aumento de 23,4% em 2010 em relação a 2002. O número de vítimas negras era de 26.952, em 2006 o índice foi de 29.925 e de 33.264, em 2010. Destas, 15.008 mortes ocorreram na Região Nordeste somente no último ano, e 1.846 aconteceram em Alagoas. E um dado curioso, é que o único Estado brasileiro onde morrem mais brancos do que negros é no Paraná.
Durante entrevista à Rádio Gazetaweb, na manhã desta segunda-feira (19.12), o governador Teotonio Vilela afirmou: “Eu tenho vergonha de ver o estado nesta condição”, e declarou que a Secretaria de Defesa Social vem trabalhando para reduzir os índices, que segundo ele são heranças de governos passados. “Nós desenvolvemos os programas Ronda Cidadã, Base Comunitária e montamos uma estratégia que integra várias secretarias para tentar reduzir a criminalidade, que cresceu 300% no governo passado”, observou. Também afirmou que pretende fazer concurso público no próximo semestre e chamar imediatamente 1.000 homens para a Segurança Pública.
Para Eloi Ferreira de Araujo, presidente da Fundação Cultural Palmares, a situação é grave, já que as principais vítimas são negras e jovens. “Os dados mostram a necessidade de ações emergenciais por parte do Estado. Não podemos deixar que esses números continuem crescendo. A juventude negra precisa de igualdade de direitos e oportunidades para mudar, sair desta condição de vulnerabilidade”, ressaltou.
Fonte: Coluna Axé - nº182 - Jornal Tribuna Independente (20.12.11)
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