sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cresce mobilização de protesto contra intolerância religiosa



Entidades representativas das religiões de matriz africana, do movimento estudantil, da sociedade civil organizada, instituições governamentais e movimento negro alagoano, voltaram a se reunir nesta quarta-feira (28), na sede da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, para dar início aos encaminhamentos com vistas a intensificar a mobilização de protesto contra a intolerância religiosa.

Além de atos políticos e ação judicial contra a Prefeitura de Maceió, eles cobram uma retratação do Município por ter estabelecido tempo e espaço para as oferendas à Iemanjá no dia 8 deste mês, inclusive ameaçando os religiosos com uso da força caso a decisão fosse desobedecida.

As atividades de protesto começam no dia 10 de janeiro com a denúncia formal ao Ministério Público, acompanhada de ato político e divulgação de uma carta aberta. Também está sendo organizado um grande cortejo para marcar a entrega da interpelação judicial, audiência na Câmara de Vereadores, além de um grande ato público em fevereiro, para lembrar o “Quebra de 1912” e denunciar as perseguições que ainda hoje sofrem as religiões afrobrasileiras.

Os organizadores do movimento consideram que a decisão da prefeitura foi um ato de intolerância religiosa. Na opinião do coordenador nacional de formação dos Agentes de Pastoral Negros (APNs), e integrante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Cnpir), Helcias Pereira, o município feriu o Estatuto da Igualdade Racial, que menciona o direito à liberdade de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana, inclusive a celebração de festividades e cerimônias de acordo com preceitos das respectivas religiões.

Para o coordenador da Comissão das Minorias e Direitos Humanos da OAB/AL, advogado Alberto Jorge Ferreira dos Santos, as tradições devem ser respeitadas e mantida a liberdade de religiosidade negra. “Não negociaremos com a prefeitura o lugar nem o horário destas cerimônias”, enfatizou.

Já o vice reitor da Uneal (Universidade Estadual de Alagoas) e historiador Clébio Araújo, destacou que a atividade do dia 8 de dezembro para os terreiros não significa apenas uma homenagem, mas uma celebração religiosa que segue preceitos e não pode ser mudada de qualquer forma, o que fere o direito de liberdade religiosa.

Mobilização
– As comissões de trabalho agora intensificam a mobilização junto a outras entidades dos movimentos sociais, sindicais e de outros segmentos no sentido de ampliar as adesões de apoio às manifestações.

Valdice Gomes - Comissão de Jornalistas pela Igualdade
Racial (Cojira-Alagoas). 9951-9584

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