Especialista defende diferenças biológicas como base para implantação de políticas de saúde específicas para os negros
A Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos (SEMCDH), através da Superintendência de Políticas de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos, abriu nesta terça-feira (20) as atividades da Semana Nacional em Pró-Saúde da População Negra, com o tema “Racismo faz mal à saúde”.
A professora Angela Brito (Ufal) abordou o tema Política Nacional de Saúde da População Negra, falando da importância de um plano operativo para os negros. “Somos biologicamente diferentes dos brancos e, por isso, precisamos de um tratamento de saúde diferenciado. É necessária uma política de estudos sobre o negro que entenda nossas diferenças, já que a raça influi diretamente na saúde” ressaltou .
Ângela Brito deu vários exemplos das diferenças e relembrou casos em que a polícia invadiu terreiros de manifestações religiosas de matriz africana. deixando os pais de santo com a pressão arterial alta. “Os negros possuem maior quantidade de gordura e isso dificulta a queda da pressão. Mesmo que tomemos os mesmos remédios dos brancos, eles não fazem igual efeito. Os funcionários da saúde precisam estar mais atentos a essas questões”, ressaltou a professora.
Rodrigo Petinati, que pertence à Rede Saúde dos Terreiros de Maceió, falou sobre seu trabalho. Ele incentivou os representantes das mais de 20 casas de Axé presentes a participarem de uma rede de saúde. “Unidos teremos força nas políticas públicas de Maceió”, sugeriu ele.
Petinati exemplificou as dificuldades e preconceitos sofridos pelos negros, principalmente os caracterizados com turbantes e colares, nos centros de saúde, e pediu várias vezes que todos lutassem por seus direitos. “Hoje o terreiro ao qual pertenço é ponto de vacinação de criança e todos vocês podem e devem lutar por avanços como este”, concluiu.
A gerente do Núcleo Afro-quilombola, Elis Lopes, representou a secretária da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, Wedma Miranda. Em nome dela, explicou a importância da iniciativa e disse que representa uma luta pela mudança da realidade do negro. “Para que os templos não sejam mais invadidos pela polícia, para que tenhamos água de qualidade e o compromisso do governo em levar saúde às comunidades quilombolas que ainda vivem isoladas é que estamos aqui”, enfatizou.
Esta semana várias atividades estarão na programação, que segue até o dia 30. Entre elas a criação de um grupo de trabalho em Pró Saúde de População Negra no sistema municipal e estadual; criação de comissões especiais de saúde da população negra nos conselhos; estabelecimento de estratégias, indicadores e metas para orientar na intervenção nos órgãos; operacionalização de atividades, campanhas, palestras e ações de saúde preventivas.
Fonte: Lívia Santana - Agência Alagoas
www.agenciaalagoas.al.gov.br/noticia.kmf?cod=9052517
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