quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Segmentos afros intensificam a luta contra à intolerância religiosa

Religiosos e religiosas de matrizes africanas se encontram nesta quarta-feira (30) a partir das 9h, no auditório da Secretaria da Mulher e Defesa das Minorias, localizada no antigo Hotel Beiriz (Rua do Sol, Centro). A reunião servirá para discutir a ampliação dos casos de intolerância religiosa, inclusive, nas abordagens policiais; e ter um posicionamento sobre o crime realizado na madrugada de terça-feira, onde a mãe matou os dois filhos e afirmou que estava com o demônio no corpo – o caso também foi divulgado como magia negra, já que, no local tinha velas, fotos e outros utensílios; além disso, por dez anos a assassina foi do candomblé e agora é da Igreja Universal.

Confira a matéria publicada no site Gazetaweb, escrita pelo jornalista Ednelson Feitosa:


Crianças são assassinadas em ritual macabro em Maceió

Meninos de 11 e sete anos foram executados pela mãe, por estrangulamento e facadas


Duas crianças foram assassinadas, na madrugada desta terça-feira (29), em uma residência localizada no bairro de Santa Lúcia, em Maceió. Os crimes teriam sido cometidos pela própria mãe das vítimas num suposto ritual macabro, conforme informações da Polícia.

Clique aqui para ouvir as declarações da acusada sobre o crime

Os corpos de Abelardo Pedro Nobre, de 11 anos, e Anthony Pedro Santos, de sete, foram encontrados de mãos dadas, dentro da casa onde moravam. Eles foram mortos a facadas e por estrangulamento, respectivamente.Um outro menor, A.P.S.N, de 15 anos, conseguiu empreender fuga e avisar aos vizinhos, que entraram em contato com a Polícia. A acusada de ter cometido esse crime foi a própria mãe dos garotos, identificada como Arlene Régis dos Santos, de 35 anos.

O garoto informou que a mãe colocou medicamentos dentro do copo de suco, entregando às crianças. No entanto, A.P.S disfarçou e rejeitou o líquido. Seus irmãos estavam dormindo quando foram assassinados.

Segundo agentes da Delegacia de Plantão 2, em Salvador Lyra, onde a acusada foi presa, no local do duplo homicídio foram encontradas estátuas, velas acesas, e as fotos das crianças, o que reforçou a versão inicial da Polícia, segundo a qual, Arlene estava praticando magia negra. Em defesa, a acusada afirmou que frequentava um terreiro de candomblé por dez anos, mas acabou deixando a doutrina e convertendo-se à igreja evangélica.

"Fiquei perturbada e acabou acontecendo isso. Já deixei o candomblé e estava frequentando a igreja Universal", disse. De acordo com o delegado de plantão, Antonio Carlos Lessa, no momento em que ela chegou na delegacia de plantão, se agitou, simbolizando que estaria 'recebendo uma entidade'. Foi necessário uma viatura do Samu para que a acusada se acalmasse.

Arlene foi presa e já está em poder da Polícia Civil. Os corpos das vítimas foram recolhidos ao IML de Maceió.


Fonte: http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=186492

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Reunião da Coordenação dos Movimentos Sociais da CUT-AL

Com o objetivo de fortalecer os movimentos sociais em Alagoas, a Central Única dos Trabalhadores, através da secretaria de políticas sociais, marcou reunião para reativar a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS). Por motivos de força maior esse encontro ainda não foi realizado.

Então, estamos remarcando nossa primeira reunião para o dia 30 de setembro a partir das 09 horas, na sede da CUT Alagoas (Rua General Hermes, 380, Cambona). No momento inicial estão sendo convidados os/as representantes em Alagoas das entidades que estão presentes nacionalmente na CMS, solicitamos a presença de vossa senhoria, enquanto representante de sua entidade para fortalecer a organização dos Movimentos sociais em nosso Estado.

A CMS tem criado um espaço de discussão e realizado lutas importantes na política do nosso país. Entre elas, a questão do petróleo, que é um patrimônio nacional, e a luta pela reestatização das empresas nacionais que foram dadas quase de graça às multinacionais, como a Vale do Rio Doce.

Acreditamos que é possível fortalecer a luta aqui no Estado e enfrentar os problemas que afetam a nossa população, tão conhecidos por cada um de nós.



Saudações CUTistas.


Elida Miranda -Secretaria de Políticas Sociais CUT/AL
+55 82 9965 6778 – elidarachel@yahoo.com.br

domingo, 27 de setembro de 2009

1ª Conferência Livre dos Estudantes de Comunicação Social em Alagoas

Temário e Programação:

Eixo central: Conferência de comunicação e a luta pela democratização.

Segunda – Feira, 28 de setembro de 2009:

15h – Auditório da FECOM:
Discussão sobre o eixo

16h às 17:30h – Oficinas (produção de materiais)

Noite:

18:30h – Mesa de Abretura
Composição: UNE, ENECOS, CRP 15, CESMAC, UFAL,ABRP
A palestra pós mesa de abertura será centrado no eixo da proposta


Grupos de Discussão:

1º - A importância da discussão da comunicação na qualidade de formação do comunicador.
2º - Democom – Marco regulatório da Comunicação no Brasil
3º - Conteúdo da comunicação brasileira: mídia e opressão.


Fonte: Divulgação

sábado, 26 de setembro de 2009

Grupo Liberdade - Batizado e troca de cordas



A Associação Cultural de Capoeira Liberdade realizará no dia 27, o 2º Batizado de Capoeira e troca de cordas, na Escola Municipal Jayme de Altavila no conjunto Santa Lúcia em Maceió - Av. Belmiro Amorim (pista principal). O grupo tem abrangência nacional foi criado em 1958 no Ceará e depois se expandiu para cinco estados.

Em Alagoas, a trajetória teve início no ano de 1988, com aulas de capoeira, maculelê e formação da cidadania para jovens e crianças da periferia de Maceió e em escolas públicas no interior do Estado, a exemplo das cidades de Santana do Ipanema, Olho D'água das Flores e São José da Tapera – atualmente, são aproximadamente 1000 membros. Contato: (82) 8844.4838 - Professor Carlos.



PROGRAMAÇÃO


08:00 - RECEPÇÃO DOS CONVIDADOS E PARTICIPANTES.
09:00 - ABERTURA: APRESENTAÇÃO DO GRUPO DE DANÇA AFRO DA ESCOLA MUNICIPAL ZUMBI DOS PALMARES
09:30 - AULA DE CAPOEIRA ANGOLA
10:00 - AULA DE CAPOEIRA REGIONAL
10:30 - RODA ABERTA
11:00 - ENTREGA DE GRADUAÇÕES
12:00 - RODA DE ENCERRAMENTO E CONFRATERNIZAÇÃO.

Fonte: Divulgação

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

OAB e adeptos do candomblé denunciam ação da PM ao secretário Paulo Rubim

Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Alagoas, e adeptos da religião de matriz africana se reúnem nesta sexta-feira, às 9h, com a juíza Denise Lima Calheiros, para solicitar a devolução dos instrumentos de candomblé do Centro Espírita Africano, do pai de santo Francisco de Paulo Araújo, de 74 anos. Os atabaques foram apreendidos, na última terça-feira (22), por uma guarnição da Polícia Militar (PM).

Já no período da tarde, a partir das 14h, o mesmo grupo tem encontro com o secretário de Defesa Social, Paulo Rubim. O objetivo é discutir o fim dos casos de intolerância religiosa praticados pela PM. As duas mobilizações foram agendadas, na tarde de hoje, pelos presidentes de comissões da OAB/AL, Gilberto Irineu (Direitos Humanos), e Alberto Jorge (Defesa das Minorias) e a superintendente de Promoção dos Direitos Humanos, Josilene Lira, após terem sido procurados pelos adeptos do candomblé, que denunciaram o caso do pai Francisco.

O presidente dos Zeladores da Religião de Matriz Afro, Paulo José da Silva, disse que o caso de intolerância religiosa praticado contra o pai Francisco é o segundo protagonizado pela PM, em menos de quatro meses. Paulo Silva afirmou ainda que ficou surpreso quando soube que os policiais militares invadiram o terreiro de candomblé do pai de santo e levaram os instrumentos musicais da religião afro. Segundo ele, o comandante da PM, coronel Dalmo Sena, havia prometido em uma reunião ocorrida em julho que esse tipo de caso não iria mais acontecer. “Ficou até acertado que as religiões de matriz africanas passariam a integrar a formação dos policiais”

Ainda de acordo com Paulo Silva, os casos de intolerância religiosa já aconteceram nos bairros de Vergel, Ponta Grossa, Benedito Bentes. “O coronel Sena se comprometeu que iria orientar o todo o comando da PM para que não usar de abuso e violência, mas, no entanto estamos surpresos com o último acontecimento”, contou Paulo José. Já a superintendente de Promoção dos Direitos Humanos, Josilene Lira, classificou a invasão do centro espírita e a apreensão dos instrumentos do pai de santo pelos policiais militares como um “verdadeiro despreparo”, mas julgou o caso como um fato isolado.

Josilene Lira afirmou que o governo tem buscado introduzir nas instituições públicas o respeito a religião de matriz africana. “Buscamos fazer um trabalho para evitar que situações desrespeitem a pessoa humana sejam praticadas pela própria polícia”, disse. Para Irineu esses episódios são uma afronta ao Estado de Direito. “É um desrespeito e um cerceamento à liberdade de culto e de crenças”, ressaltou Irineu.


Fonte: Ascom-OAB (24/09/09)

6º Ginga Terapia

Nos dias 25 e 26 de setembro, terá o 6º Ginga Terapia – Encontro e Seminário Nordestino de Capoeira Inclusiva, realizado pela Associação Pestalozzi de Maceió e o Grupo de Capoeira Muzenza. A programação terá início na sexta-feira às 19h, no Centro Inclusivo Genilda Porto no Farol em Maceió, e no sábado as atividades inciam às 8h.

As inscrições custam R$10, e os participantes têm direito a camisa e o almoço no sábado. Mais informações: 8831-5750 / 9171-8737.


PROGRAMAÇÃO:

SEXTA

PALESTRAS:
CAPOEIRA COMO MÉTODO TERAPÊUTICO;
A IMPORTÂNCIA DO ESPORTE PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA;
EDUCAÇÃO INCLUSIVA.


SÁBADO

AULÕES:
ALONGAMENTO
CAPOEIRA ADAPTADA
AERO-CAPOEIRA
MOVIMENTAÇÕES BÁSICAS
CAPOEIRA FEMININA

ALMOÇO

ABERTURA (BANDA AFRO-LOZZI)
RODA INFANTIL
BATIZADO
RODA ABERTA
DANÇA DO FOGO


Fonte: Divulgação

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Seminário reuniu mais de 40 municípios do Estado na discussão do Plano Nacional de Educação para as Relações Étnicorraciais


Relatos de experiências, discussão sobre as responsabilidades de cada segmento na implementação da Lei Federal nº. 10.639/03, que determina o estudo da cultura dos afrodescendentes no currículo das escolas, a apresentação do Plano Nacional de Educação para as Relações Étnicorraciais. Estes foram os objetivos do seminário realizado nesta quarta-feira (23), no auditório da Casa da Indústria, no bairro do Farol, em Maceió.

O evento reuniu participantes de mais de 40 municípios alagoanos, numa iniciativa do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnicorracial, que é coordenado pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE), através da Gerência de Educação Étnicorracial e Gênero.

Segundo a gerente de Educação Étnicorracial e de Gênero da SEE, Irani da Silva Neves, o objetivo almejado pelo fórum foi atingido. “A nossa principal intenção era discutir os encargos dos segmentos na implementação da Lei Federal nº. 10.639/03. Conseguimos trazer secretários municipais de Educação, representantes das 15 Coordenadorias de Ensino e diretores das escolas da rede estadual e municipal. Estamos felizes com o resultado obtido”, garante.

Segundo o palestrante e professor mestre da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Clébio Araújo, o foco principal da palestra ministrada por ele foi o trabalho, a identidade nacional e o racismo. “Fizemos uma análise do processo de formação do povo e da nação brasileira. Procuramos demonstrar quais são os lugares reservados às minorias étnicas. Além disso, procuramos desvendar o mito da democracia racial através das contradições desse mito e as desigualdades que perpassam os diferentes dentro do que se chama democracia racial”, informou.

Já o secretário de Educação de Joaquim Gomes, Mário José da Silva, destacou que este seminário foi de fundamental importância, uma vez que o negro ficou durante anos relegado ao patamar do esquecimento. “No momento em que se cria uma lei para tentar rever esse esquecimento é preciso comemorar. A partir de agora, o município de Joaquim Gomes irá tratar com mais cuidado e atenção a temática étnicorracial”, assegurou.

Por fim, o palestrante Élcio Verçosa destacou que, felizmente, por pressão dos movimentos sociais, principalmente, o Movimento Negro, a temática étnicorracial está consubstanciada em lei. “O Brasil é um país mestiço. Isso não pode ser escondido e nem negligenciado pela escola. O povo negro deu uma contribuição enorme para que o país atingisse o patamar de desenvolvimento que possui. Povos e culturas precisam se articular e se respeitar”, complementou o educador.

Texto: Ricardo Moresi / Foto: Valdir Rocha
Fonte: Ascom / Secretaria Estadual de Educação e Esporte

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Educação e questões étnicorraciais

Resultados - Seminário Temático de Avaliação: O Brasil Consegue?!?

Considerando que a realização do Seminário Temático de Avaliação: O Brasil Consegue”, articulado e organizado por iniciativa popular, ocorrido em 18 de setembro 2009, no auditório Antônio Cansanção, da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas surge como processo de cultura avaliativa resultante das conferências nacionais e suscitou uma série de questionamentos e debates sobre o fortalecimento de novo modelo de segurança pública;

Considerando que a característica primordial da política de segurança pública é a capacidade de integração político-institucional entre os pares governamentais, na busca de criar a igualdade de interesses , objetivos e princípios comuns a partir das especificidades e singularidades de cada organismo governamental e da população por ele assistida;

Considerando que a construção de uma política de segurança pública só surtirá efeito de transformações possíveis a partir do planejamento e promoção de ações conjuntas e a presença ativa das diversos Secretarias de Estado nos contextos político, econômico e social da segurança pública; otimizando as relações internas e com a sociedade;

Considerando a necessidade de inserir nesse processo de cultura da avaliação o estabelecimento de uma ampla interface institucional, considerando o relevante papel na construção da “Política Integrada de Segurança Pública” das Secretarias de Estado da Educação e do Esporte, Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social, Secretaria de Estado da Cultura, Secretaria de Estado da Infra-Estrutura, Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Secretaria de Estado da Saúde,Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Secretaria de Estado do Planejamento e do Orçamento, Secretaria de Estado do Trabalho, do Emprego e da Renda, Secretaria de Estado do Turismo e Secretaria da Paz;

Nós, como agentes políticos, cidadãos e cidadãs, entre outros, participantes do Seminário Temático de Avaliação: “O Brasil Consegue?!?”, na busca de criar um mecanismo de análise e reflexão sobre a organização política, o corpo social e a infra-estrutura para o estabelecimento, a partir do Plano Nacional de Segurança Pública, de uma política de segurança pública no estado de Alagoas, deliberamos e aprovamos em plenária a criação de uma Agenda de Diálogos com as secretarias acima mencionadas;

E para tal convidaremos de uma forma oficial, democrática e apartidária, sem outros interesses exclusos, a não ser a necessidade de unirmos forças em torno da segurança humana em território alagoano, os e as titulares das pastas dos poderes acima constituídos para participação no encontro “Agenda Social de Diálogos Alagoanos sobre Segurança Pública e a Promoção da Igualdade Humana: Conseguiremos?!?

O referido encontro deverá acontecer no dia 30 de outubro, das 08 às 17 horas, no Auditório Gilberto Mendes, da Federação das Indústrias-Farol e tem como objetivo exposições das ações de cada pasta visando o fortalecimento da política de segurança em Alagoas.

1-Arísia Barros – Coordenadora do Projeto Raízes de Áfricas ( ONG Maria Mariá)
2-Everaldo Patriota- Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos

E cerca de mais outros 70 participante assinam o documento proposto no Seminário Temático de Avaliação: O Brasil Consegue?!?

Formatura e decoração afro


Na semana passada, ocorreu a formatura dos acadêmicos nos cursos de Gestão Hospitalar; Marketing Estratégico; Marketing e Serviços; e Recursos Humanos da Faculdade Alagoana de Administração (FAA). O momento auge foi o baile no sábado (19) organizado pela empresa Multieventos, que inovou e agradou com a decoração afro.

Logo na entrada havia uma imagem expressiva de um negro pintado em uma tela de três metros; também tinham vários painéis com traços africanos, para serem panos de fundo nas fotografias; nas luminárias, a palha da costa demonstrava um toque rústico; e nos arranjos centrais as belas flores tropicais. Só senti falta das músicas com a batida dos tambores e os tecidos coloridos na festa.

Bom, parabéns pela iniciativa e também para a amiga Madalena Silva – graduada em Recursos Humanos, que também é Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado (Sintep) e integrante do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, do movimento negro. Enfim, ficam registrados os votos de sucesso!

Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (22/09/09)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Seminário alerta para discriminação racial e exclusão de jornalistas negros na mídia brasileira

"Historicamente os meios de comunicação têm reproduzido o racismo no Brasil". Esta é apenas uma das conclusões dos 120 participantes que lotaram o auditório da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), durante o II Seminário Estadual O Negro na Mídia: a Invisibilidade da Cor e do Encontro Latino-americano de Comunicação, Afrodescendentes e Censos de 2010. Os eventos, realizados na quinta e sexta-feira, 17 e 18/9, em Porto Alegre, integram a programação dos 67 anos do Sindicatos dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul.

O presidente do Sindicato, José Maria Nunes, abriu o evento e ressaltou a importância de promover discussões sobre o tema. "Encontros como este são fundamentais para multiplicar as informações relativas à discriminação em relação aos colegas negros que enfrentam inúmeras dificuldades para se colocarem no mercado de trabalho. Mas, também porque é preciso alertar a sociedade sobre esta questão, que é invisível na mídia e por extensão na sociedade".

Nunes lembrou que a data do seminário também é de extrema importância para os jornalistas porque neste dia completa exatamente três meses da decisão do STF que abolia a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão. "Esta é uma decisão que atinge a todos e fundamentalmente aos jornalistas negros, pois se já é difícil um emprego tendo diploma, imaginem sem a obrigatoriedade do mesmo". O presidente do Sindicato dos Jornalistas lembrou que é fundamental a participação dos representantes dos núcleos de afrodescendentes na Conferência Nacional de Comunicação, que será realizada em Brasília nos dias 1, 2 e 3 de dezembro. O presidente da ARI, Ercy Torma, afirmou que a realização do evento é uma honra para a entidade, que foi criada em 1935 e sempre esteve presentes nas discussões de temas relevantes para a sociedade gaúcha.


Discriminação no RS

José Carlos Torves, diretor do Departamento de Mobilização, Negociação Salarial e Direito Autoral da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), advertiu os presentes para a importância da realização de pesquisas científicas, no sentido de colher dados confiáveis para que os mesmos sejam utilizados das mais diversas formas, tanto nos trabalhos acadêmicos quanto em estudos voltados às políticas democráticas e que buscam a igualdade social. Torves lembrou que para a realização deste seminário foi necessário percorrer um longo caminho até sua realização e que o mesmo deve acontecer em relação a 1ª Conferência Nacional de Comunicação. "A Conferência vai acontecer, apesar de todos os boicotes por parte dos representantes dos grandes veículos de comunicação de massa do país, e, de imediato, nada vai mudar, porque trata-se de uma luta de grandes proporções e de muita paciência e de empenho".

O representante da FENAJ foi enfático ao lembrar da importância das pesquisas. "Quando elaboramos o livro a Invisibilidade do Negro na Mídia, aqui no Sindicato dos Jornalistas do RS, sabíamos que os negros não ocupavam espaços nas redações e principalmente nas mídias de imagem como a TV, porém quando recebemos os dados oficiais da pesquisa, elaborada pelo Departamento de Sociologia da PUC, e constatamos que em todo o Rio Grande do Sul havia apenas 5% de apresentadores ou repórteres negros. Portanto, com os dados foi possível constatar que o nosso estado é um dos que mais discrimina.

Já Valdice Gomes, da Comissão de Igualdade Racial de Alagoas da FENAJ, lembrou que havia um discurso no meios das empresas de comunicação de que o negro não produzia, não trabalhava. "Criamos o nosso grupo, com um site e podemos observar a quantidade de material que era postado, desmontando este argumento. Na verdade, o que nós todos sabemos é que os veículos de comunicação deste país reproduzem o racismo", avaliou.

Políticas afirmativas

Outra participante, Maria Inês Barbosa, coordenadora do programa de Gênero, Raça e Etnia do UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas) Brasil e Cone Sul, lembrou que durante muitos anos prevaleceu no mundo "uma supremacia branca e eurocêntrica. A representante do UNIFEM foi enfática ao afirmar que é preciso rescrever a história e citou um pensamento de Martin Luther King: "para abrir as feridas, primeiro é preciso aceitar que existem feridas". Na opinião de Maria Inês, uma das formas de rescrever a história é promover e implementar políticas afirmativas. "Estamos promovendo uma série de políticas públicas para redução da pobreza e também de para promoção da igualdade de gênero e raça. Temos cursos de capacitação em 11 universidade brasileiras", concluiu.

O seminário prosseguiu hoje pela manhã com a participação de Sonia Viveros, integrante do Grupo de Afrodescendentes das Américas para Censos de 2010 e da Rede de Mulheres Afrolatinoamericanas e Afrocaribenhas (equador); Esaud Noel, jornalista e presidente da Associação Nacional de Jornalistas Afrocolombianos (Colômbia); Elói Ferreira, secretário–adjunto da Secretaria Especial de Políticas de Promação da Igualdade Racial (SEPPIR); Ana Lúcia Sabóia, socióloga e chefe da Divisão de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e Rosane Borges, jornalista, doutora em Comunicação pela ECA/USP e secretária executiva da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). Os moderadores foram Cristian Guevara, jornalista e membro da Federação de Afrodescendentes Iberoamericanos da Espanha; e Helena Oliveira, oficial de Proteção do Unicef e coordenadora do Grupo Temático de Gênero e Raças das Nações Unidas no Brasil.


Assessoria de Imprensa: Alexandre Costa (mtb 7587)
Fotos: Arfio Mazzei

Fonte: http://www.jornalistas-rs.org.br/

domingo, 20 de setembro de 2009

Terras das Alagoas em destaque

Na próxima terça-feira, dia 22 de setembro, às 20h, será exibido, pela TV Brasil, o programa EXPEDIÇÕES – TERRAS DAS ALAGOAS, que mostra a riqueza étnico-cultural do Estado. O EXPEDIÇÕES será reprisado no domingo, dia 27, às 16h30.
Como Sintonizar a TV BRASIL:

Rio de Janeiro
Canal 2 / VHF Analógico
Canal 32 / UHF Analógico
Canal 41 / UHF Digital
Canal 18 / NET Cabo
Canal 116 / Sky-DirecTV
Canal 181 / TVA

Distrito Federal
Canal 2 / VHF Analógico
Canal 15 / UHF Digital
Canal 16 / NET Cabo
Canal 116 / Sky-DirecTV

Maranhão
Canal 2 / VHF Analógico
Canal 34 / UHF Digital
Canal 18 / NET Cabo
Canal 116 / Sky-DirecTV

São Paulo
Canal 68 / UHF Digital
Canal 69 / UHF Analógico
Canal 4 / NET Cabo Digital
Canal 116 / Sky-DirecTV

Satélite - Transmissão Digital
Satélite C-2
Frequência: 3656
Banda L: 1994
Polarização: vertical
Symbol rate: 3930 FEC: ¾

Satélite - Transmissão Analógica
Satélite C-2
Frequência: 3750
Banda L: 1400
Polarização: Horizontal

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Jornalistas promovem encontro internacional sobre indicadores de raça e etnia e censos de 2010

Em pauta: indicadores socioeconômicos de raça e etnia nos meios de comunicação e a rodada dos censos de 2010. Encontros são gratuitos e recebem inscrições até 15 de setembro



Porto Alegre (Brasil) - A cobertura da imprensa brasileira sobre a questão racial e a produção de dados sobre a população negra são assuntos do II Seminário Estadual O Negro na Mídia: a Invisibilidade da Cor e do Encontro Latino-americano de Comunicação, Afrodescendentes e Censos de 2010.


Os eventos acontecem nos dias 17 e 18 de setembro, em Porto Alegre, e reúnem jornalistas, institutos de pesquisa, especialistas em indicadores socioeconômicos, governo brasileiro e Nações Unidas. No primeiro dia, o seminário vai abordar o tema Indicadores da Negritude e os Meios de Comunicação. O evento propõe a jornalistas, universitários dos cursos de Comunicação e Jornalismo e público em geral um repensar sobre as diferenças raciais e étnicas, práticas de discriminação e racismo, identidade e auto-estima da população negra brasileira.


Na manhã do dia 18 de setembro, o Encontro Latino-americano de Comunicação, Afrodescendentes e Censos de 2010 instala a agenda da desagregação de dados por raça e etnia nos censos de 2010 entre jornalistas, comunicadores e sociedade civil. O debate vai ter as contribuições de jornalistas do Brasil, Colômbia, Equador, Porto Rico e Espanha.

Os eventos são gratuitos e as inscrições podem ser feitas até 15 de setembro pelo e-mail web@jornalistasrs.brte.com.br


Os encontros são promovidos pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, através do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros, com apoio da Fenaj (Federação Nacional de Jornalistas), Fepalc (Federação de Jornalistas da América Latina), ARI (Associação Riograndense de Imprensa), UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) Brasil e Cone Sul, UNIC-Rio (Centro de Informação das Nações Unidas) e IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).



Serviço


Datas: 17 e 18 de setembro de 2009
Local: Associação Riograndense de Imprensa (Avenida Borges de Medeiros, 8º andar) - Porto Alegre/RS
Informações: (51) 3226.0664 e web@jornalistasrs.brte.com.br


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Evento: O BRASIL CONSEGUE?!?

PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO TEMÁTICO DE AVALIAÇÃO:


Data: 18 de setembro de 2009

Horas:das 09 às 16h00 horas

Local: Auditório Industrial Antônio Cansanção da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas. Av. Fernandes Lima, 385 – Bairro: Farol Cep: 57055-902. Maceió/AL .


8h00- Credenciamento

9h00- Abertura Oficial

9h30- Apresentação Afro artística

9h40- Segurança Pública : ‘Outros Olhares, novas possibilidades”. O BRASIL CONSEGUE ?

José Wanderley Neto- vice-governador ( a confirmar)

Palestra I:

Segurança Pública , a desmilitarização e o desafio da integração com a sociedade.

Palestrantes:

José Paulo Rodrigues Rubim, Secretário de Estado da Defesa Social,em Alagoas , é natural de Porto Alegre (RS). Ingressou na Polícia Federal no cargo de agente em 1976, ascendendo em 1983 ao cargo de delegado. Em seu currículo constam as especializações em Crimes contra o Tesouro Nacional, pelo FBI; e Crimes contra o Narcotráfico e Lavagem de Dinheiro, pela B.K.A- Polícia Alemã. É formado em Direito, em 1980, pela UFRS.

Marcilio Barenco Correa de Mello- Diretor Geral da Polícia Civil

Carlos Henrique Teobaldo de Almeida-Presidente da Associação dos Subtenentes e Sargento DA Polícia Militar do Estado de Alagoas.

10h40- Palestra II:

"Movimentos Sociais e Segurança Pública. O Brasil Consegue?!?

Palestrantes:

a) Construção de uma segurança com respeito às diversas identidades religiosas, culturais, étnico-raciais, geracionais, de gênero, orientação sexual e das pessoas com deficiência.O Brasil Consegue?

Palestrante: Givanildo de Lima- Gygy -Presidente da Associação dos Homossexuais, Bissexuais e Travestis (AHBT-BSA), do município de Barra de Santo Antonio.

Ativista do Movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT).

Yalorixá Miriam Araújo Santos Melo,

Casa de Axé Ylé Nifé Omi Omo Possu Beta

Patricia Irazabal Mourão- Coordenadora do Instituto Magna Mater

b) A Juventude Negra, a Violência Étnica e a Segurança Pública. O Brasil CONSEGUE?!?

Palestrante:

Maria Aparecida Batista

Presidente Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher-CEDIM

Ruth Vasconcelos-

Socióloga- Representante do Fórum Permanente contra a Violência.

11h40- Debate ampliado

12h30- Horário livre para almoço

14h00- Palestra III-

d) Reflexões sobre os princípios e diretrizes aprovados na primeira CONSEG.O BRASIL CONSEGUE?!?

Palestrante: Everaldo Patriota- advogado representante do Fórum Permanente contra a Violência.

15h00- Debate

16h00- Encerramento


Fonte: Divulgação

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Câmara aprova o Estatuto da Igualdade Racial


A comissão especial que analisou o Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/05) aprovou, nesta quarta-feira, a redação final do substitutivo do relator, deputado Antônio Roberto (PV-MG). O texto prevê medidas como o incentivo à contratação de negros em empresas, o reconhecimento da capoeira como esporte, a reclusão de até três anos para quem praticar racismo na internet, o livre exercício dos cultos religiosos de origem africana e o estímulo às atividades produtivas da população negra no campo. A proposta foi o resultado de mais de seis anos de discussão no Congresso.

Depois de um acordo com deputados contrários a alguns pontos da matéria, a comissão aprovou a redação final do substitutivo com mudanças em relação ao texto original. Entre elas, estão a redução de 30% para 10% da proporção de candidatos negros que os partidos devem ter nas eleições; a retirada da obrigatoriedade de reserva, nos estabelecimentos públicos, de vagas para alunos negros vindos de escolas públicas na mesma proporção dessa etnia na população; e a supressão do inciso que definia quem eram os remanescentes de quilombos.

Outra mudança foi a retirada da expressão "igualdade" do dispositivo que trata da contratação de atores negros em produções artísticas. Mesmo com as modificações, Antônio Roberto frisou: "A essência continua a mesma: a inserção do negro brasileiro nos níveis de poder".

A matéria tramita em caráter conclusivo e será enviada ao Senado. Um dos pontos do acordo foi o de que não seria apresentado nenhum recurso no sentido de que o projeto fosse votado no Plenário da Câmara.


Reconhecimento da desigualdade

Na opinião do presidente da comissão especial, deputado Carlos Santana (PT-RJ), as mudanças no texto não são significativas. Segundo ele, "já é o máximo" o fato de haver o reconhecimento da condição de desigualdade da população negra. "Para todos que estão na favela, nos cárceres, porque lá somos maioria, esta é uma vitória", sustentou.

Participante das negociações que possibilitaram o acordo, o ministro da Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, também considerou que a grande conquista é o reconhecimento da desigualdade: "Esse documento dá visibilidade à presença do negro na sociedade, às condições em que ficou após a Abolição da Escravatura e aos direitos que teve sonegados. Teremos condição de dar celeridade à reparação desses problemas por meio de políticas públicas do Estado."

Autor da primeira versão do projeto do estatuto no Senado, em 2003, o senador Paulo Paim (PT-RS) comemorou a aprovação. Ele disse compreender as mudanças que o projeto sofreu: "Aqui foi aprovado o texto possível. O mingau se come pelas beiradas, e foi isso que o movimento social, com muita inteligência, soube fazer."

Já o deputado Damião Feliciano (PDT-PB) reclamou das mudanças e disse que foram prejudicadas "muitas conquistas", como as cotas na educação. "Estamos aprovando um estatuto desidratado", avaliou. Ele disse que, inicialmente, era prevista uma cota de 20% de atores negros nos meios de comunicação, percentual que ficou fora da versão final.


Fonte: Agência Câmara

CUT e entidades exigem justiça a cidadão negro, vítima de violência racista

Ir ao hipermercado com a família fazer compras é uma situação cotidiana de milhões de brasileiros e brasileiras. Ter um carro, um emprego fixo e estável são situações cada vez mais comuns entre várias famílias brasileiras.

Januário Alves de Santana se enquadraria nesse perfil. É funcionário da Universidade de São Paulo - USP, costuma ir às compras com a família e tem carro - um EcoSport que está sendo pago em 72 parcelas de R$ 789,00.

No dia 7 de agosto de 2009, Januário foi com sua esposa, dois filhos, irmã e cunhado fazer compras no Carrefour, na loja da Avenida dos Autonomistas, em Osasco. Foram de carro e o estacionaram no amplo pátio do hipermercado. Algo além de uma situação cotidiana? Não.

Januário é negro, situação cotidiana no Brasil, onde a população negra é maior do que a denominada branca. Mesmo em nosso país, onde a maioria da população é negra e onde negros ou brancos são mestiços, frutos da mistura de várias raças e etnias, Januário foi vítima de mais um entre os inúmeros crimes de racismo que ainda acontecem no país.

Januário foi torturado por motivação racial na dependência do hipermercado Carrefour, vítima de dois crimes hediondos enquadrados na constituição e nas leis 9.455/1997 e 719/1989 (Lei Caó). Seguranças "brancos" do hipermercado viram Januário no estacionamento entrando em seu carro (o EcoSport, que está sendo pago em 72 parcelas de R$ 789,00) e movidos pelo racismo, suspeitaram que Januário estava roubando o carro, aliás, tiveram certeza, pois como racistas, jamais imaginariam que o carro poderia ser (e era) dele. Januário Santana foi levado a uma salinha da loja por cerca de cinco seguranças e foi espancado com socos, cabeçadas, chutes e coronhadas, ao mesmo tempo em que ouvia impropérios relacionado a sua raça.

A pergunta é: e se Januário Santana fosse "branco"? Provavelmente seria considerada uma situação cotidiana fazer compras de EcoSport com a família. Como ele é negro, foi vítima de uma triste situação, também cotidiana, que é o racismo, de crimes cometidos há séculos em nosso país, seja de racismo velado ou brutalmente explícito como o ocorrido.

O fato é que com a chegada da Polícia Militar ao local, o crime contra Januário ficou ainda mais grave. Durante o atendimento, tornarem-se cúmplices do Carrefour, com afirmações do tipo: "Você tem cara de que tem pelo menos três passagens. Pode falar. Não nega. Confessa, que não tem problema".

Pois bem, isso evidencia que nas estruturas oficiais de nossa Segurança Pública ainda impera o principio da criminologia lombrosiana, onde o negro ocupa o lugar de suspeito padrão e que o racismo institucional ainda está fortemente presente nos principais órgãos do Estado Brasileiro.

Os crimes que foram cometidos são de inteira responsabilidade do Carrefour, já que o hipermercado é responsável pela contratação da empresa de segurança; por permitir que seguranças trabalhem sem farda; pela versão da nota divulgada que vergonhosamente afirma que o ocorrido não passou de uma briga entre cliente. A nota explicita em sua a intenção de omitir o crime. O hipermercado só recuou devido à grande repercussão do caso na mídia, pela não prestação de socorro à vítima e pela gerência da loja se manter omissa durante todo processo.

Além dos crimes cometidos contra Januário, outras denúncias enquadram o Carrefour como uma empresa que viola os Direitos Humanos de seus clientes e não raro de seus funcionários.

Diante disso, entidades dos movimentos sociais, entre elas, a Central Única dos Trabalhadores, realizam um ato de desagravo no dia 11 de setembro às 15h00 em frente á sede nacional do Carrefour.

As entidades também prepararam um documento que será encaminhado ao hipermercado e aos Setores de Segurança na Cidade e no Estado de São Paulo.

Caso sua organização nos autorize a colocar seu nome com uma das apoiadoras do documento, favor encaminhar os dados da Organização para o endereço: jassrs@gmail.com

Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email, para que possamos colocar sua assinatura no documento que será entregue.

As assinaturas estão sendo colhidas até o próximo dia 12 de setembro.

Favor reproduzir em suas listas de contatos pedindo que as autorizações sejam encaminhadas para o endereço grifado para serem colocados no documento oficial.

Fonte: CUT Nacional

Câmara de Maceió promove Sessão Pública sobre a Confecom

A Câmara de Vereadores de Maceió terá nesta quinta-feira (10.09), uma Sessão Pública sobre a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) - etapas regionais e estadua. A atividade terá início às 11h, no auditório da Faculdade Integrada Tiradentes (FITS), localizada no bairro de Cruz das Almas.

A articulação é do vereador Silvio Camelo, a pedido da Comissão Alagoana Pró-Conferência. É importante a presença de todos os interessados, principalmente, para os representantes das entidades da sociedade civil que estão na mobilização.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

ARTIGO: Leituras de Claudia - Antes tarde...

Por: Ligia Martins de Almeida em (08/09/2009)

Elisa Lucinda, atriz, cantora e poetisa, definiu muito bem a presença de uma mulher negra na capa de Claudia: "É ótimo ter a primeira heroína negra, Tais Araújo, na novela das 9. Seria mais maravilhoso ainda se não fosse notícia. O fato de ser notícia revela o nosso estágio no combate ao racismo: ainda estamos engatinhando."

A revista Claudia, que por mais de 40 anos apresentou apenas mulheres brancas em suas capas, diz: "Racismo é o fim". Por isso, a atriz e jornalista Tais Araújo – a nova protagonista da novela das 9 da Globo – teve direito à capa da revista, perfil e título de musa inspiradora na causa do momento da revista: a luta contra o racismo.

O olho da matéria, "A musa da igualdade", diz: "A partir deste mês, quando estréia a novela global Viver a Vida, Tais Araújo tem nas mãos uma conquista enorme e uma responsabilidade idem. A atriz é a primeira negra a protagonizar uma trama das 9 e quer que sua personagem entre para a história da TV brasileira e da luta contra o racismo."

Como em todos os perfis da revista, a atriz fala do seu dia-a-dia, da alimentação, cuidados com a beleza, de amor. E até de preconceito: "A vida inteira freqüentei colégios onde só tinha branco. De cara, deu para entender como funcionava o país. Olhava à minha volta e não conseguia me identificar." Fã de Nelson Mandela e de Barack Obama, Tais diz o que acha de ser protagonista da novela: "É um passo importante que vai melhorar a minha vida, a dos meus filhos e a de todos os negros. Num país preconceituoso como o nosso, não há como negar que meu trabalho tem uma função social."

Políticas públicas afirmativas

O "manifesto" de Claudia contra o racismo está nas páginas seguintes ao perfil de Tais: quatro páginas com fotos-legendas de celebridades falando contra racismo. Na abertura, a ginasta gaúcha Diane dos Santos declara que "racismo é uma estupidez que se aprende em casa". Do presidente americano Barack Obama, é reproduzida uma declaração: "Sou capaz de relatar a ladainha usual de pequenos insultos que me foram direcionados ao longo dos meus 45 anos... Conheço o gosto amargo da raiva ao engoli-la em seco".

Mas só Elisa Lucinda denunciou que o simples fato de uma mulher negra na capa de Claudia ser notícia já caracteriza racismo.

No box que fecha o "manifesto", a revista explica a origem do racismo e conclui citando o antropólogo Kabengele Munanga, professor da USP: "Apesar do avanço, leis não substituem as políticas públicas afirmativas e macrossociais. Uma prova: a média salarial dos negros é de 654 reais; a dos brancos, 1.275 reais."

Falar contra preconceito é fácil

A revista Claudia, como parte de seu manifesto contra o racismo, bem que poderia ter incluído a análise de Edna de Mello Silva, doutora em comunicações, que defendeu tese sobre a imprensa negra no Brasil:

"Cerca de 44% da população brasileira é formada por negros e mestiços e, mesmo tendo grande influência na cultura nacional, sua participação social, econômica e política ainda é menor do que a de outras etnias. A grande maioria dos negros brasileiros possui baixa renda e enfrenta o preconceito no mercado de trabalho, convive com a perseguição policial, é explorada com baixos salários e faz parte do acervo de piadas em qualquer círculo social. A imprensa sempre desempenhou um papel importante para o negro brasileiro. Embora os grandes veículos tenham ajudado a cultivar o apartheid brasileiro, dando mais espaço ao negro criminoso e marginalizado."

E, se o manifesto é apenas o começo de um trabalho, é de se esperar, nas próximas edições da revista, novas matérias mostrando a situação das maiores vítimas do preconceito de raça ou cor: a grande porcentagem de mulheres negras que sustentam a família com seu salário de doméstica, que são vítimas de um mau atendimento da saúde pública e que, por não terem conseguido fazer carreira como cantora, atriz ou modelo, dificilmente terão espaço nas páginas de uma revista para público classe A.

Falar contra o preconceito tendo como musa uma mulher linda, uma apresentadora de TV bem-sucedida como Oprah Winfrey, ou presidente do país para poderoso do mundo, é fácil. Vamos ver se depois da capa de Tais, Claudia e outras revistas femininas finalmente descobrem as mulheres negras. E não apenas as que são sucesso na novela das 9. Não podemos esquecer que a própria Tais já foi protagonista de outra novela da Globo (em 2004) e nem por isso virou capa de Claudia. Ou será que era preciso, antes, que os americanos elegessem um presidente e que a mulher dele virasse capa de Vogue, nos Estados Unidos, para que as revistas brasileiras se sentirem liberadas a fazer o mesmo?


Fonte: Observatório da Imprensa
www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=554IMQ003

Mídia e Ação Afirmativa: A Construção de uma Opinião Pública

Seminário abordará o tema "Mídia e Ação Afirmativa: A Construção de uma Opinião Pública" nos dias 09 e 10 de setembro, no Rio de Janeiro. Confira a programação:


Dia 9 de setembro – quarta-feira

13h00 – Abertura
Dr. André Fontes - Desembargador Federal
Carlos Alberto Medeiros – Coordenador da Coordenadoria Especial de Promoção da Igualdade Racial (CEPIR)

14h30 - Coffee break

15h00 – 16h:30 - Painel I
Acadêmicos contra a ação afirmativa: uma análise da argumentação pública
João Feres Júnior

Mídia impressa e representação étnica: o modo de olhar a candidatura de Obama
Julio Tavares


Dia 10 de setembro – quinta-feira

13h00 – Painel II
Ação afirmativa: a cobertura da revista Veja
Verônica Toste Daflon

Cientistas sociais e a controvérsia pública em torno das cotas raciais
Luiz Augusto Campos

14h30 - Coffee break

15h00 – 16h:30 - Paine III
A constitucionalidade das políticas de ação afirmativa: critérios adotados pela jurisprudência brasileira
Cláudio Pereira S. Neto

Considerações sobre mídia e direito no Brasil
Luiz Fernando Martins da Silva

Local: Centro Cultural Justiça Federal
Endereço: Av. Rio Branco, n. 241, Centro (Saída Pedro Lessa da estação Cinelândia do METRÔ)
Informações: 3261-2550. Inscrições: no local, na hora do evento
Organização: AJUFE, AJUFERJES, GEMAA, IUPERJ, SEPPIR, CEPIR, COMDEDINE