segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Seminário discute emponderamento das mulheres negras

Relatório do 1º Seminário de Emponderamento das Mulheres Negras


Data: 13, 14,15 e 16 de agosto de 2009.
Local : Brasília – DF

Contando com a participação de 150 mulheres negras do Brasil, o Seminário promovido pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade – SEPPIR, trouxe como tema para a roda de debate a participação política das mulheres negras, focalizando principalmente os partidos políticos.

Mulheres negras ativistas que estão nas estruturas partidárias, nos movimentos sociais discutiram e propuseram ações que aumente e fortaleça a representação dessa categoria nas esferas de poder do Estado Brasileiro. Pensando sobre os mecanismos que desafiam as mulheres negras e criam celeumas para não propiciar a acessibilidade e o fortalecimento das campanhas políticas das mesmas, pontos eleitos como fundamentais de serem racializados para proporcionar a participação efetiva, foram tratados nos eixos temáticos: Organização Contemporânea de das Mulheres Negras; Organização Partidária e Mecanismos de Emponderamento; Comunicação e Políticas de Promoção de Igualdade Racial.

Com uma representatividade numérica baixa, as negras jovens presentes marcaram o espaço através das intervenções feitas através de inscrições de fala. Contando também com uma representação geracional, Viviane Aqualtune apresentou o painel em Comunicação, trazendo uma visão ampliada sobre mais uma das diversas formas de racismo estruturantes/ ados na sociedade brasileira. Trazendo à tona a pouca inserção ou quase nenhuma de pessoas negras no mundo da criação, produção e direção de cinema, Viviane provocou todas as presentes com gráficos que apresentavam a disparidade de subrepresentação.

Além dos dias de debates, uma carta foi construída pelas mulheres negras que estão nas estruturas partidárias, o que se apresentou para além de uma denúncia das formas racista como essas estruturas vêm tratando nossas mulheres. Também servindo de orientação e “puxão de orelhas” para os/as dirigentes dos partidos e uma conclamação às organizações do movimento negro misto ou somente de mulheres sobre os mecanismos criados nesses espaços que dificultam ainda mais a acessibilidade e ocupação de espaços de poder por essa categoria ( mulheres negras). Esta mesma carta foi assinada pelas representações presentes no intento de fortalecer a importância dessa categoria para vizibilizar as nossas lutas.

Nos momentos em que tivemos alguma brecha, reunimos as negras jovens que estavam lá representando a Articulação para o Encontro e tiramos alguns pontos que foram apresentados como fundamentais para o sucesso do encontro e, as irmãs presentes se comprometeram a adotar a postura pactuada nacionalmente em seus estados originários, como: a realização de um Seminário sobre as Mulheres Negras Jovens a fim de agregar e disseminar o Encontro; conclamar outras mulheres negras jovens de diversas organizações para a participação; inserir outros contatos de negras jovens que existam em suas regionais e, por fim, estar presentes na lista o máximo possível, pois consensuamos que este espaço, apesar de todos os dissensos que possa nos acarretar é a única via possível da construção de caráter nacional.

Nos momentos que se seguiram, firmamos contatos com estados aonde percebemos a presença de negras jovens para que a mobilização nesses lugares começassem a acontecer. O DF – Cristiana Luiz, irmã que se inseriu no projeto do Encontro nesse Seminário em Brasília, se responsabilizou em fazer um “corre” com o projeto embaixo do braço, além de se inserir no processo.

Também comprometemos o Ministro Edson Santos com o Encontro. Além de ser fotografado pela câmera de Nazaré (PA), ele nos orientou e disse que a SEPPIR fazia questão de mediar e possibilitar esse construto. Conversamos com Maria Inês Barbosa, da UNIFEM, que nos deu alguns contatos para que esse diálogo fosse travado. Falamos com Mauricio Pestana – Revista Raça - sobre a divulgação e cobertura do Encontro e o mesmo também apresentou interesse. Kátia Eloá reforçou a negociação das passagens, sendo que solicitamos uma ampliação desse número. Comprometemo- nos a inscrever o projeto no portal da SEPPIR. Também recebemos o apoio institucional e intelectual de Deise Benedito, que se colocou à disposição para o que for preciso.

Por fim, apresentamos a existência de um interesse em continuar os caminhos abertos pelas nossas mais velhas num espaço onde elas estavam em maioria.

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