quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Estudo parcial diz que negros e hispânicos sofrem mais com gripe


Negros e hispânicos têm quatro vezes mais chances de irem ao hospital caso contraiam gripe suína, ou A (H1N1), em comparação com os brancos, segundo um estudo divulgado em Chicago. O trabalho foi apresentado como o primeiro a avaliar o impacto do vírus sobre diferentes grupos étnicos e raciais.

No entanto, ainda não é possível afirmar se a diferença racial ou étnica se manterá quando os dados nacionais forem compilados, segundo um funcionário federal. As conclusões são baseadas em um pequeno número de casos, dos primeiros dias da pandemia.

Os pesquisadores avaliaram 1.500 casos da doença confirmados em laboratório, entre abril e julho. Os negros são hospitalizados com a doença em uma proporção de 9 para 100 mil, enquanto os hispânicos, de 8 para 100 mil. Entre os brancos, a taxa é de 2 para 100 mil, conclui o estudo. "Nós não temos nada definitivo para dizer que um grupo é mais afetado que outro", disse Daniel Jernigan, médico do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

O relatório coincide com um dado de Boston, segundo o qual três de cada quatro moradores da cidade hospitalizados com a gripe A (H1N1) eram negros ou hispânicos. A causa da diferença provavelmente não é genética, segundo funcionários do setor de saúde. É mais provável que isso ocorra porque negros e hispânicos sofrem mais com asma, diabetes e outros problemas de saúde, tornando-os mais vulneráveis a gripes.

Fonte:UOL

Somos racistas - artigo de Leandro Fortes

Jornalista analisa o racismo à brasileira em artigo publicado no Blog Brasília eu vi
Corta a cota!

Enquanto interessava às elites brasileiras que a negrada se esfolasse nos canaviais e, tempos depois, fosse relegada ao elevador de serviço, o conceito de raça era, por assim dizer, claríssimo no Brasil. Tudo que era ruim, cafona, sujo ou desbocado era "coisa de preto". Nos anos 1970 e 1980, na Bahia, quando eu era menino grande, as mulheres negras só entravam nos clubes sociais de Salvador caso se sujeitassem a usar uniforme de babá. Duvido que isso tenha mudado muito por lá. Na cidade mais negra do país, na faculdade onde me formei, pública e federal, era possível contar a quantidade de estudantes e professores negros na palma de uma única mão.

Pois bem, bastou o governo Lula arriscar-se numa política de ações afirmativas para a high society tupiniquim berrar para o mundo que no Brasil não há racismo, a escrever que não somos racistas. Pior: a dizer que no Brasil, na verdade, não há negros.

Antes de continuar, é preciso dizer que muita gente boa, e de boa fé, acha que cota de negros nas universidades é um equívoco político e uma disfunção de política pública de inserção social. O melhor seria, dizem, que as cotas fossem para pobres de todas as raças. Bom, primeiro vamos combinar o seguinte: isso é uma falácia que os de boa fé replicam baseados num raciocínio perigosamente simplista. Na outra ponta, é um discurso adotado por quem tem vergonha de ter o próprio racismo exposto e colocado em discussão. Ninguém vê isso escrito em lugar nenhum, mas duvido que não tenha ouvido falar – no trabalho, na rua, em casa ou em mesas de bares – da tese do perigo do rebaixamento do nível acadêmico por conta da presença dos negros nos redutos antes destinados quase que exclusivamente aos brancos da classe média para cima – paradoxalmente, os bancos das universidades públicas.

Há duas razões essenciais que me fazem apoiar, sem restrições, as cotas exclusivamente para negros. A primeira delas, e mais simples de ser defendida, é a de que há um resgate histórico, sim, a ser feito em relação aos quatro milhões de negros escravizados no Brasil, entre os séculos XVI e XIX , e seus descendentes. A escravidão gerou um trauma social jamais sequer tocado pelo poder público, até que veio essa decisão, do governo do PT, de lançar mão de ações afirmativas relacionadas à questão racial brasileira – que existe e é seríssima. Essa preocupação tardia das elites e dos "formadores de opinião" (que não formam nada, muito menos opinião) com os pobres, justamente quando são os negros a entrar nas faculdades (e lá estão a tirar boas notas) é mais um traço da boçalidade com a qual os crimes sociais são minimizados pela hipocrisia nativa.
Até porque há um outro programa de inserção universitária, o Prouni, que cumpre rigorosamente essa função. O que incomoda a essa gente não é a questão da pobreza, mas da negritude. Há contra os negros brasileiros um preconceito social, econômico, político e estético nunca superado. O sistema de cotas foi a primeira ação do Estado a enfrentar, de fato, essa situação. Por isso incomoda tanto.

A segunda razão que me leva a apoiar o sistema de cotas raciais é vinculado diretamente à nossa realidade política, cínica, nepotista e fisiológica. Caso consigam transformar a cota racial em cota "para pobres", as transações eleitoreiras realizadas em torno dos bens públicos irão ganhar um novo componente. Porque, como se sabe, para fazer parte do sistema, é preciso se reconhecer como negro. É preciso dizer, na cara da autoridade: eu sou negro. Alguém consegue imaginar esses filhinhos de papai da caricata aristocracia nacional, mesmo os mulatinhos disfarçados, assumindo o papel de negro, formalmente? Nunca. Preferem a morte. Mas se a cota for para "pobres", vai ter muito vagabundo botando roupa velha para se matricular. Basta fraudar o sistema burocrático e encher as faculdades públicas de falsos pobrezinhos. Ou de pobrezinhos de verdade, mas selecionados nas fileiras de cabos eleitorais. Ou pobrezinhos apadrinhados por reitores. Pobrezinhos brancos, de preferência.

Só um idiota não percebe a diferença entre ser pobre branco e pobre negro no Brasil. Ou como os negros são pressionados e adotam um discurso branco, assim que assumem melhores posições na escala social. Lembro do jogador Ronaldo, dito "Fenômeno", ao comentar sobre as reações racistas das torcidas nos estádios europeus. Questionado sobre o tema, saiu-se com essa: "Eu, que sou branco, sofro com tamanha ignorância". Fosse um perna-de-pau e tivesse que estudar, tenho dúvidas se essa seria a impressão que Ronaldo teria da própria cor, embora seja fácil compreender os fundamentos de tal raciocínio em um país onde o negro não se vê como elemento positivo, seja na televisão, seja na publicidade – muito menos nas universidades.

O fato é que somos um país cheio de racistas. Até eu, que sou branco, sou capaz de perceber.

Fonte: Blog Brasília eu vi

Mirante Cultural nesta sexta-feira

O CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS AFRO ALAGOANO QUILOMBO está dando continuidade ao segundo ano do projeto Mirante Cultural – “Um Quilombo Chamado Jacintinho ” em parceria com a Fundação de Ação Cultural da cidade de Maceió, Secretaria de Cultura de Alagoas e os comerciantes do bairro do Jacintinho. Será realizado sexta-feira (28), às 19h30, no Mirante localizado no Jacintinho (por trás da rádio 96 FM).

O C.E.P.A.A Quilombo vem lutando pela requalificação do Mirante com o objetivo de transformá-lo em um espaço de fomentação de cultura e lazer. Dentro dessa requalificação visa trabalhar também a mudança do nome de mirante Kátia Assunção para um ícone da luta quilombola, homenageando assim, um símbolo da resistência negra.

O Mirante Cultural continuará defendendo a integração entre educação e arte, buscando sempre impulsionar os artistas locais, trabalhando a geração de renda e valorizando a cultura popular e afro-alagoana.


PROGRAMAÇÃO:

PROJETO CINE VIVA A CULTURA - Exibição de quatro curtas-metragens
GRUPO DE ARTES DO PONTAL - Coco de roda
GRUPO NA HUMILDE - Hip Hop
JAILTON OLIVEIRA e SIRLENE GOMES - Perfomace de dança afro Essência Negra
GRUPO DE DANÇA DA GROTA DO MOREIRA - Dança
NÚCLEO DE CAPOEIRA - Capoeira
APRESENTAÇÃO TEATRAL



GRUPOS PARCEIROS DO C.E.P.A.A. QUILOMBO:

Escola de Samba Arco-Íris
Assoc. Comunitária Cultural e Esportiva Juventude
Grupo de Hip Hop Fênix Negra
Núcleo de Capoeira
Grupo Lésbico Dandara
Bumba-meu-boi Excalibur
Grupo de Teatro Máscaras sobre Máscaras


Fonte: Viviane Rodrigues - Relações Públicas do C.E.P.A.A. Quilombo
Contatos:
vi_magnifica@hotmail.com /(82) 8843-9311

Convite: CINE AXÉ

Clique na imagem para ampliar.

DIA NACIONAL DA VISIBILIDADE LÉSBICA


O Grupo Lésbico Dandara em Alagoas luta para que a sociedade respeite e dê visibilidade à causa. Em comemoração ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica organizou uma série de atividades nos municípios de Maceió e na Barra de Santo Antônio. Confira a programação:


Sessão na Câmara Municipal

DIA: 27/08/2009
HORA: 9h
LOCAL: Barra de Santo Antônio


II Luau da Visibilidade Lésbica

DIA: 29/08/2009
HORA: 21h
LOCAL: Posto 7


I Torneio da Visibilidade

DIA: 07/09/2009
HORA: 8h às 16h
LOCAL: CEPA


Sessão na Câmara Municipal de Maceió

DIA: 11/09/2009
HORA: 9h
LOCAL: Auditório da Fits


Mais informações: Maria José Santos - (82) 8852.6646

Sociedade civil e militares discutem segurança pública


Por: Helciane Angélica - jornalista e integrante da Cojira/AL


Inicia hoje e segue até o dia 30 de agosto, em Brasília, a Conferência Nacional de Segurança Pública. Pela primeira vez, representantes da sociedade civil e militares de todo o país discutirão um novo plano de segurança pública para o Brasil.

O estado de Alagoas levará ao todo 30 delegados e delegadas: 17 da sociedade civil e 13 trabalhadores da área (policiais civis, PM, PF, PRF, bombeiros, guardas municipais, peritos criminalistas, agentes penitenciários e ouvidores de polícia). Dos ativistas que fazem parte do movimento negro alagoano estarão: Arísia Barros (ONG Maria Mariá) e José Antonio (Unegro-AL).

Esperamos que sejam elaboradas propostas eficientes e que realmente atendam aos anseios da sociedade, onde seja possível rever a forma como acontecem as abordagens policiais, principalmente, com os afrodescendentes e pessoas que moram nas periferias, automaticamente, rotuladas como bandidos.


Mais informações: www.conseg.gov.br

Ministro da Igualdade Racial diz que falta de punição estimula casos de racismo

Ele citou agressão contra negro suspeito de tentar roubar próprio carro. Edson Santos disse que, mesmo sendo ministro, enfrenta preconceito.
(Foto: José Cruz / Agência Brasil)



O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, afirmou em entrevista ao G1 que a falta de punição em casos de racismo estimula que outras pessoas sejam vítimas de preconceito.

O ministro comentou o caso do vigia que disse ter apanhado no estacionamento de um supermercado, em Osasco, na Grande São Paulo, depois de ter sido confundido com um ladrão. O segurança achou que o técnico em eletrônica Januário Alves de Santana queria roubar um carro EcoSport, que era do próprio Januário.

"Há por parte dos organismos públicos uma certa resistência em aplicar a lei que criminaliza o racismo, o que é um grande equívoco e acaba incentivando fatos como esse de Osasco", afirmou o ministro.

A lei 7.716/89, conhecida como Lei Caó, trata o racismo como crime inafiançável, pune com prisão de até cinco anos e multa quem for condenado. A maioria dos casos de preconceito racial em andamento na Justiça, segundo especialistas, é tratada pelo artigo 140 do Código Penal, de injúria, que dá prisão de um a seis meses e multa.

Edson Santos disse ainda que já foi vítima de preconceito e ainda enfrenta discriminação por ser negro.

"Acho que existe um certo despreparo da sociedade brasileira para encarar um negro em funções que normalmente não são desempenhadas por negros. Eu mesmo, como ministro, tem situações em que as pessoas se assustam quando digo que sou ministro."



Confira abaixo trechos da entrevista.


G1 - Segundo especialistas, a lei 7.716/89, que criminaliza o racismo, não é muito utilizada. A maioria dos casos envolvendo racismo é analisada pelo Código Penal, no artigo da injúria. Por que a lei não é utilizada?

Edson Santos - O que ocorre é que o agente, o funcionário de segurança, quando faz o registro da ocorrência, ele acaba recorrendo ao ato de injúria, quando na verdade a qualificação como racismo tem uma penalidade mais dura. Então o que falta, a meu ver, é uma qualificação dos agentes públicos para tratar de atos de racismo.


G1 - Isso já foi discutido pelo governo federal com os agentes públicos?

Edson Santos - Quando nós propusemos a criação de delegacias especializadas nesses casos era justamente com esse objetivo, da preparação e qualificação dos agentes de segurança para tratar de atos de racismo. temos buscado dialogar com secretários de Justiça, secretários de Segurança, buscando constituir formas de qualificação tendo como foco a lei Caó, que qualifica como crime os atos de racismo. É muito pouco utilizada, muito pouco conhecida. E há também por parte dos organismos públicos uma certa resistência em aplicá-la, o que é um grande equívoco e acaba incentivando fatos como esse, o de Osasco.


G1 - Então, o fato de não punir o racismo, faz com que casos continuem a ocorrer?

Edson Santos - Sim, estimula a continuidade. O cidadão comete o ato de racismo e isso é qualificado como calúnia, injúria.


G1 - O senhor já ouviu falar em casos de prisão, punição mais grave?

Edson Santos - Há um certo avanço no âmbito da questão das religiões. Temos duas figuras, dois pentecostais, que estão presos no Rio de janeiro por agressão a casa religiosa africana. E foi utilizada a lei Caó.


G1 - Mas são poucos os casos de punição pela lei.

Edson Santos - São poucos ainda sim. São poucos.


G1 - No caso de Osasco, o cidadão foi agredido suspeito de tentar roubar o próprio carro. O presidente da Comissão do Negro da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, Marco Antonio Zito Alvarenga, disse que o brasileiro não está preparado para ver os negros como pessoas bem-sucedidas. O senhor concorda?

Edson Santos - Acho que existe um certo despreparo da sociedade brasileira para encarar um negro em funções que normalmente não são desempenhadas por negros. Eu mesmo, como ministro, tem situações em que as pessoas se assustam quando digo que sou ministro.


G1 - O senhor já passou por situação de preconceito racial?

Edson Santos - Já passei no passado, até por conta da presença na sociedade. Como vereador, deputado federal, e agora ministro. Já passei por situações de constrangimento.


G1 - O senhor poderia contar algum caso?

Edson Santos - Teve um que é de despreparo. Teve um que uma pessoa dentro do avião perguntou se éramos americanos, se falávamos inglês. Disse que não, que éramos brasileiros. Alguém disse: 'ele é ministro'. Daí a pessoa perguntou: 'de qual igreja'. E também quando era vereador, um funcionário de um prédio público falou que não era para entrar no elevador de autoridades.


G1 - O senhor acha que há dificuldade para detectar casos de preconceito racial porque as próprias vítimas não denunciam?

Edson Santos - Eu acho que há falta de conhecimento dos seus direitos, de conhecimento da lei. Que não conhecendo a lei, não a utiliza para defender seus direitos.


Fonte: G1

Criada há 20 anos, lei que criminaliza racismo é ignorada, dizem especialistas

Lei tipifica racismo como crime e pune com prisão de até cinco anos. Maioria dos casos é classificada como injúria, que dá prisão de 6 meses.



Apesar de vigorar há 20 anos, a Lei 7.716/1989, conhecida como Lei Caó, que classifica o racismo como crime inafiançável, punível com prisão de até cinco anos e multa, é pouco aplicada, afirmaram especialistas consultados pelo G1.

O tema preconceito racial voltou à tona nesta semana após o caso de um vigia, que disse ter apanhado dos seguranças do estacionamento de um supermercado, em Osasco, na Grande São Paulo, depois de ter sido confundido com um ladrão. O segurança achou que o técnico em eletrônica Januário Alves de Santana queria roubar um carro EcoSport, que era do próprio Januário.

Segundo especialistas, a maior parte dos casos de discriminação racial é tipificada pelo artigo 140 do Código Penal, como injúria, que prevê punição mais branda: de um a seis meses de prisão e multa.

Não há um levantamento oficial sobre as punições pela lei, mas, segundo o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, são poucos os casos enquadrados pela Lei Caó.

Para o presidente da Comissão do Negro e de Assuntos Antidiscriminatórios da Ordem dos Advogados de Brasil, Marco Antônio Zito Alvarenga, muitos policiais, promotores e juízes consideram que a pena para crime de racismo é mais alta do que o delito.

"Há um grau de dificuldade em tipificar o crime de racismo pelas autoridades policiais, por parte de alguns integrantes do Ministério Público e pela magistratura. Porque é um crime que se entende que a pena é alta pelo delito e que suas repercussões podem ser excessivas para quem cometeu. Então, muitas vezes, se entende por tipificar como delito de injúria", diz Alvarenga.

Considerando o caso de Osasco, o presidente da comissão do negro da OAB afirma. "Ali para mim foi racismo e, na verdade, acho que os policiais que compareceram deveriam lavrar o auto de prisão em flagrante."

Para ele, o preconceito racial é uma questão cultural. "O Brasil, na verdade, é um país racista e não está preparado para ver o negro em uma situação boa. Seja para andar em carro bom ou ter um cargo de destaque. O Brasil não assimilou que o negro luta pela sua condição."

O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, aponta a falta de qualificação dos envolvidos nos processos investigativos e judiciais como principal fator para baixa utilização da lei.

"O que ocorre é que o agente, o funcionário de segurança, quando faz o registro da ocorrência, ele acaba recorrendo ao ato de injúria, quando na verdade a qualificação como racismo tem uma penalidade mais dura. Então o que falta, a meu ver, é uma qualificação dos agentes públicos para tratar de atos de racismo." Para o ministro, isso "estimula" casos de preconceito.

Presidente do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de São Paulo, Elisa Lucas Rodrigues avalia que a lei não é utilizada pela falta de divulgação. "A lei é eficaz, existe sim. Falta é divulgação maior da lei, aos advogados e delegados de polícia, que geralmente colocam como injúria."

Elisa defende uma reformulação na Lei Caó. " Precisaria ser reformulada. Como vai punir, por exemplo, um médico que acha que não discriminou o paciente? O correto seria rediscutir a lei entrando por um detalhamento grande [sobre quais atos caracterizam racismo]."


Ajuste de conduta

A promotora Déborah Kelly Affonso afirmou que o Ministério Público do estado de São Paulo não lida com a discriminação racial como crime. Esses casos, segundo ela, são repassados para a Polícia.

Na esfera civil, no entanto, a Promotoria já firmou três acordos neste ano para inibir o preconceito racial. Um deles foi com a organização do evento de moda São Paulo Fashion Week, garantindo espaço para modelos negras.


Trabalho

No ambiente de trabalho a discriminação racial é comum, segundo o Ministério Público do Trabalho. A procuradora Valdirene Silva de Assis, vice-coordenadora nacional de combate à discriminação do órgão, afirmou que a grande dificuldade para os casos seguirem em frente na Justiça trabalhista é a falta de denúncias."

As denúncias não são muitas, mas isso não significa que são poucos os casos que efetivamente ocorrem. As pessoas têm [vivem] momento tão sofrido, de dor, que não desejam denunciar para não se expor."


Como denunciar

Quem for vítima de discriminação racial, de acordo com os especialistas consultados pelo G1, deve procurar uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência.

Em seguida, pode procurar um advogado ou defensor público para dar andamento em um processo judicial.

No caso de uma discriminação genérica contra a raça não atingir diretamente uma pessoa, o caminho é procurar o Ministério Público do estado. Se ocorrer no ambiente de trabalho, o Ministério Público do Trabalho.
Fonte: G1

domingo, 23 de agosto de 2009

STJ manda Universal indenizar herdeiros de mãe de santo

A 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a decisão do próprio colegiado, que reconheceu a obrigação de a Igreja Universal do Reino de Deus indenizar em R$ 145,2 mil os filhos e o marido da mãe de santo baiana Gildásia dos Santos e Santos. Uma foto da religiosa, falecida em 2000, foi usada de maneira ofensiva no jornal Folha Universal, veículo de divulgação da igreja.

A decisão mantida foi proferida pela turma em julgamento ocorrido no dia 16 de setembro do ano passado. Na ocasião, os integrantes do colegiado seguiram integralmente o voto do juiz convocado do Tribunal Regional Federal da 1ª Região Carlos Fernando Mathias, que reduziu o valor a ser pago aos herdeiros. Em 1999, a Folha Universal publicou uma matéria com o título "Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes" e utilizou uma foto da ialorixá como ilustração.

Gildásia morreu, mas seus herdeiros e espólio ingressaram com uma ação de indenização por danos morais. Seguindo o entendimento do relator do caso no STJ, desembargador convocado Honildo de Mello Castro, os ministros rejeitaram por unanimidade o recurso dos herdeiros da mãe de santo.

A 17ª Vara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) condenou a Igreja Universal ao pagamento de R$ 1,4 milhão como indenização, com base na ofensa da proteção à honra, vida privada e imagem. Além disso, a Folha Universal também foi condenada a publicar, em dois dos seus números, uma retratação à mãe de santo.

No recurso da Universal ao STJ, alegou-se que a decisão da Justiça baiana ofenderia os artigos 3º e 6º do Código de Processo Civil (CPC) por não haver interesse de agir dos herdeiros e que apenas a própria mãe de santo poderia ter movido a ação.Na mesma linha de raciocínio, alegou que o espólio não poderia entrar com a ação. Afirmou, ainda, que a decisão teria ido além do pedido formulado no processo, já que condenou o periódico a publicar duas retratações, quando a ofensa teria ocorrido apenas uma vez, violando, com isso, os artigos 128 e 460 do CPC.

Por fim, afirmou ser exorbitante o valor da indenização e propiciar enriquecimento sem causa. Informou que o jornal não teria fins lucrativos, tornando o valor ainda mais desproporcional.

Quanto ao valor, ele entendeu que o fixado pela Justiça baiana era realmente alto, o equivalente a 400 salários mínimos para cada um dos herdeiros. Assim, pelas peculiaridades do caso, reduziu a indenização para um valor total de R$ 145.250 ficando R$ 20.750 para cada herdeiro.

Fonte: Redação Terra

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Fórum discute Igreja e sociedade

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Setur apoia segmento étnico e promove visita técnica com empresas de receptivo

Grupo União Espírita Santa Bárbara recebe representantes do turismo para conhecer produtos da cultura afro-brasileira


Uma das áreas de atuação da Secretaria de Estado do Turismo é a ampliação dos produtos e roteiros turísticos. Com esse intuito, a Setur realiza uma visita técnica com representantes de receptivos e guias de turismo ao Grupo União Espírita Santa Bárbara (GUESB), que trabalha com a cultura afro-brasileira, abrangendo a comunidade do bairro Village Campestre. A visita acontece no dia 22 deste mês, sábado, a partir das 12h30.

Na ocasião, acontecerão apresentações culturais, com jovens participantes do projeto Inaê, que é coordenado pelo Grupo Santa Bárbara e por sua responsável, conhecida como Mãe Neide. Além disso, também haverá degustação de pratos de origem africana.

De acordo com a secretária adjunta de Estado do Turismo, Danielle Novis, o objetivo dessa ação é apresentar às empresas de receptivo local, o produto cultural que pode ser agregado aos roteiros dentro da oferta atual de Alagoas.

“Além dessa ação, estamos trabalhando junto a Bahiatursa para a formatação do roteiro integrado neste segmento, incluindo este produto, que está pronto para visitação. Estamos nos reunindo esta semana na Bahia, após visita de técnicos a Alagoas, a fim de definir as ações conjuntas entre os três estados participantes”, afirma Novis.


Fonte: Setur
Mais informações: (82) 3315.3683/ 8833.9510

Alagoas terá pós inédita em Diversidade Étnica e de Gênero na Comunicação Social


O Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac) lançou a pós-graduação “Diversidade Étnica, Gênero e Comunicação Social”. Com carga horária de 360 horas/aula, o programa inédito em Alagoas terá como disciplinas: Antropologia Cultural, Formação Social e Política do Brasil e de Alagoas, Estética e Diversidade Étnica e de Gênero, Diversidade Cultural e Democratização da Comunicação, Direitos Humanos e Políticas Públicas e Sociologia dos Movimentos Sociais.

O resultado da seleção para o preenchimento das 45 vagas oferecidas será divulgado no dia 31 de agosto. As aulas iniciam no dia 19 de setembro, e o valor do investimento mensal é de R$ 225, com desconto de 10% no valor das mensalidades pagas até a data de vencimento, a partir da 2ª parcela. A iniciativa é fantástica! Saiba mais no site: www.cesmac.com.br.

Maracatu Baque Alagoano festeja Dia do Folclore


O Maracatu Baque Alagoano já é uma referência no cenário cultural em Alagoas e mais uma vez foi convidado para participar das atividades festivas do Dia do Folclore. O grupo irá apresentar seu trabalho no Museu Théo Brandão, nesta sexta-feira (21) às 19h, juntamente, com o Guerreiro Treme Terra de Alagoas um dos grupos folclóricos mais respeitados do Estado e a participação especial do Maracatu Nação Cambinda Estrela, do Recife (PE). Ainda em comemoração, o Baque Alagoano se apresentará no sábado, às 18h, em Arapiraca, e no domingo, no Projeto Maceió Viva Cultura às 17h30, no Posto 7, localizado na praia da Jatiúca.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

IV Encontro Etnicidades Brasil discute educação, segurança pública, religiosidade e mídia


O IV Encontro Etnicidades Brasil: “Negras em Movimento: Gênero, Raça e Religiosidade”, acontece nos dias 20 e 21 de agosto, na cidade de Maceió,Al e, surge como uma ação educativa, preventiva na busca de discutir o racismo como caráter endêmico, promovendo assim a reflexão sobre diversos aspectos tais como democratização da educação, segurança pública, religiosidade e mídia, agregando aos currículos institucionais temas que contemplem e problematizem as questões que dizem respeito ao negro na sociedade brasileira: Lei Caó nº 7.716/89. Lei Federal nº 10.639/03. Lei Estadual nº 6.814/07.

Uma realização do Projeto Raízes de Áfricas( ONG Maria Mariá), com o patrocínio da Federação das Indústrias do estado de Alagoas, o IV Encontro terá a presença de membros de países africanos, tais como o embaixador da República de Cabo Verde, Daniel Antonio( presidente de honra do Projeto Raízes de Áfricas), a presidente do Grupo das embaixatrizes em Brasília, embaixatriz,Sara Pereira, o ministro adjunto da Promoção da Igualdade Racial, Elói Ferreira, a professora Ilma de Jesus da Comissão Técnica Nacional de Diversidade para Assuntos Relacionados à Educação dos Afro-Brasileiros,o professor doutor em história Luis Sávio de Almeida,a moçambicana Sônia André, Valdice Gomes jornalista do COJIRA/AL e presidente do Sindicato dos jornalistas e a yalorixá alagoana Mãe Vera, entre outros palestrantes de diferentes movimentos sociais e entidades da sociedade civil organizada.

Os Direitos Étnico-Humanos

A discussão sobre segurança pública, pensada a partir das Conferências Livres, objetos de diálogo para a 1º Conferência Nacional de Segurança Pública,que ocorerrá em Brasília de 27 a 30 de agosto, busca aprofundar a questão dos direitos étnico-humanos visando a construção de um a segurança pública que observe a diversidade,o combate ao racismo e ao machismo institucional. Uma segurança que estimule espaços participativos de diálogos em sua formação profissional, apostando na construção das competências permeada pela igualdade e pelo cumprimento dos direitos humanos.

A questão para reflexão se consiste no redimensionar os currículos não só das escolas brasileiras, mas em todos os espaços de formativos na busca de criar um processo de formação que investigue, discuta os efeitos da escravidão no imaginário racial brasileiro, o "apartheid" social", a questão da identidade e confusão e a raça projetada no outro.


Parcerias

Considerando o novo olhar para a implementação da política de diversidade étnica, que inclui a construção de uma rede de parcerias e a criação de novas estratégias capazes de impulsionar o rompimento de antigos paradigmas e incentivar a construção de um novo modelo de desenvolvimento que tenha como meta conviver em harmonia, a realização do IV Encontro Etnicidades Brasil contou com o apoio da Secretaria de Educação Continuada Alfabetização e Diversidade/SECAD/MEC,Secretaria Especial de Promoção das Políticas da Igualdade Racial/SECAD,Vice Governadoria, Secretaria de Turismo de Maceió, Secretaria de Educação de Maceió,Comando da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, 59º Batalhão de Infantaria Motorizada, Academia da Polícia Militar, Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, Vereadora Heloísa Helena, vereadora Fátima Santiago, Deputado Judson Cabral, Coca Cola, Braskem, Embaixada da República de Cabo Verde, Grupo das Embaixatrizes em Brasília e Prefeitura de Viçosa.



Serviço: IV Encontro Etnicidades Brasil

20 de agosto de 2009-
Local: Auditório Gilberto Mendes Federação das Indústrias-Farol
Horário: 08 às 17 horas

21 de agosto de 2009
Local: Academia da Polícia Militar- Trapiche da Barra
Horário: 08 às 17 horas
Informações: (82)8815-5794


Fonte: Divulgação

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Solenidade de Posse da Nova Coordenação da UNEGRO-AL - DIA 25 DE AGOSTO, às 9 horas, na OAB.


NOTA DE ESLARECIMENTO: MULHER DISCRIMINDA EM CURSO DE FORMAÇÃO

O CONSELHO ESTADUAL DE MESTRES DE CAPOEIRA DE ALAGOAS-CEMCAL

Vem publicamente fazer alguns esclarecimentos considerados pertinentes diante de fatos ocorridos recentemente envolvendo suas ações junto ao Curso de Extensão Universitária “Ações Afirmativas e Capoeira na Promoção à Saúde”, realizado pelo Laboratório da Cidade e do Contemporâneo-LACC do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas, pela Pró-reitoria de Extensão-PROEX, pelo CEMCAL com o apoio do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros-NEAB e da Secretaria Estadual de Saúde.

O referido curso teve suas inscrições abertas desde o dia 20 de julho de 2009, sendo encerradas as inscrições no dia 03 de agosto com número de vagas ilimitado para mestres de capoeira residentes em Alagoas e um número reduzido de vagas para monitores e instrutores. A própria ficha de inscrição disponibilizada na internet e no NEAB esclarecia que monitores e instrutores passariam por uma seleção.

Os critérios utilizados pelo CEMCAL para a seleção dos ocupantes das referidas vagas foram os seguintes:

Contemplar monitores(as) e instrutores(as) indicados por mestres e/ou entidades;

Ser residente no interior do Estado, para contemplar o processo de interiorização das ações de extensão do projeto Ações Afirmativas Através da Capoeira, que deu origem ao curso e do qual o CEMCAL é parceiro, fazendo inclusive com que a maioria dos mestres abdicasse da indicação de alunos dos seus respectivos grupos para selecionar inscritos de outros grupos;

Garantir representação feminina no curso, considerando um dos objetivos do projeto, que além da valorização da cultura popular e da capoeira, trabalha a questão de gênero incentivando a participação feminina na capoeira e na sociedade como um todo.

E estar dando aulas, conforme solicitava a ficha de inscrição.

Dentre os alunos selecionados para essa participação no curso elaborado com e para os mestres de capoeira, a postulante Maria Sandra conhecida como Monitora Loba, não foi selecionada, assim como muitos outros inscritos. Pois o número de vagas para instrutores e monitores estava condicionado ao número de mestres inscritos, não podendo ultrapassar o número de mestres considerando que inicialmente o curso tinha sido construindo apenas para os mestres, numa primeira etapa. A pedido de capoeiristas que inclusive vieram em reunião do CEMCAL, solicitar a inclusão de outras graduações, o mesmo se reuniu após entendimento com a coordenação geral do Curso, realizada pela professora Rachel Rocha, para disponibilizar as referidas vagas para instrutores e monitores.

Achamos que todos devem saber que um curso tem vagas limitadas, não é o fato de ser extensão, que é possível atender a todos os interessados, principalmente porque este curso é uma experiência piloto, e tem como principal objetivo o fortalecimento e valorização dos mestres de capoeira em geral e dos alagoanos, em especial.

O CEMCAL foi criado para esse objetivo, considerando em seu estatuto o apoio a todas as lutas pela garantia da diversidade cultural e contra toda forma de discriminação, seja de gênero, étnica, religiosa ou de opção sexual.

E foi considerando a possibilidade de ampliação da participação feminina que o CEMCAL aceitou que a referida postulante a vaga fosse conversar com os mestres no segundo dia de aula, para estudarem a possibilidade de ampliar mais uma vaga para atender ao anseio de mais uma mulher participando do curso. Pois a mesma já tinha sido comunicada anteriormente que não tinha sido selecionada. No entanto, a referida aluna não aceitou o resultado da seleção, dizendo inclusive que outra aluna, esposa de um mestre alagoano, que não faz parte do CEMCAL, tinha sido selecionada e não dava aula, inferindo que o mestre estaria mentindo. Mesmo com a atitude intempestiva dela e de desrespeito a um mestre perante outros, mesmo assim, o CEMCAL estava disposto a ouvi-la e esclarecê-la e até a reconsiderar a sua participação com a ampliação de uma vaga.

Mas, a aluna convidada a chegar antes das 8 horas para esses entendimentos chegou as 8h50, não conversou com os mestres, alegou que estava sendo discriminada e sendo impedida de assistir uma aula, para a qual ela não tinha sido selecionada, levando consigo um aluno que além de ser capoeirista é aluno da universidade, conhecedor certamente de que não se entrar numa sala de aula sem pedir licença à professora regente da classe ou sem estar devidamente matriculado. Ao mesmo foi solicitado mais uma vez que se retirasse, pois na aula anterior ele já tinha vindo e sido avisado que não poderia entrar.

A referida aluna, depois de uma discussão acalorada e ataques pessoais aos mestres e integrantes da equipe organizadora do curso não aceitou o fato do CEMCAL ter a atribuição de selecionar os demais participantes, a professora Rachel esclareceu que ela como capoeirista deveria saber mais que ela própria sobre a existência da soberania e autoridade dos mestres em assuntos pertinentes à capoeira. No entanto, a mesma respondeu que isso só valia na roda e nas academias e que na universidade as regras deveriam ser outras, se negando inclusive a falar com o coordenador geral do CEMCAL. A professora Rachel sugeriu inclusive que ela se desculpasse perante o Conselho pela intempestividade e por ter ultrapassado os limites, mas ela não aceitou a sugestão, preferindo outros caminhos .

É lamentável fatos como estes, enquanto clara demonstração de que o respeito aos mestres ainda não ocorre dentro da própria comunidade capoeirística, mas, foi para isto que o CEMCAL foi criado e são através das dificuldades que todos nós aprendemos. A humildade ainda é uma qualidade que precisa ser mais cultivada.

O CEMCAL enviou uma correspondência ao contra mestre Marco Baiano, representante da Associação Palmares e presidente da Federação Alagoana de Capoeira-FALC esclarecendo os fatos como realmente aconteceram e solicitando as providências cabíveis em tal fato lastimável de uma aluna de seu grupo, até porque, o mesmo foi comunicado das inscrições para monitores e instrutores, prestigiou a aula inaugural e em momento nenhum apresentou a indicação desta referida aluna para representar a Federação ou a Palmares. Pois, considerando os critérios anteriormente citados de indicação de mestres ou entidades, ela teria sido selecionada, pois nem mesmo a entidade que saiu em sua defesa, sem ao menos procurar ouvir a outra versão (até porque trata-se inclusive de uma capoeirista e poderia ter tido a delicadeza ética de ouvir o CEMCAL), em momento algum apresentou o nome de sua integrante para participar do curso.

Agradecemos a atenção e lamentamos que alguns integrantes da comunidade capoeirística ao invés de se alegrarem com a valorização dos mestres, não aceitem sua autoridade e hierarquia próprios da cultura afro-brasileira e faça tanta questão de assistir aulas ministradas pelos próprios mestres com os quais ela se nega a falar e aceitar a atribuição de seleção. Muito nos estranha ela não ter sido indicada por nenhuma das entidades que ela usou para construir um discurso desrespeitoso colocando em dúvida a seriedade do CEMCAL e da própria Universidade que foi a primeira a abrir suas portas para um projeto tão inovador que está sendo elogiado por mestres, capoeiristas e pesquisadores de todo o Brasil.

Atenciosamente o CEMCAL
Material recibido no email da Cojira/AL (cojira.al@gmail.com) no dia 18 de agosto de 2009.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

MV Bill vem a Maceió proferir palestra sobre drogas


O rapper MV Bill autor do livro e documentário Falcão - Meninos do Tráfico, juntamente com Celso Athayde, estará em Maceió nesta quinta-feira, para proferir palestra sobre “Como Livrar-se das Drogas. Promovido pelo Fórum Permanente de Combate às Drogas, o evento acontece no Centro de Convenções, a partir das 19h.

“O alagoano terá a oportunidade não só de assistir o cantor, mas poderá interagir fazendo perguntas sobre o assunto. As drogas hoje é uma preocupação para as autoridades de saúde, os pais e a sociedade de um modo geral. E a palestra tem como objetivo resgatar as discussões sobre as drogas lícitas e ilícitas, que tem destruído a vida de milhares de jovens”, afirmou a presidente do fórum, Noélia Costa.

O evento contará ainda com apresentação dos meninos da orquestra Bate Lata, que integram o Protejo (Programa de Segurança do Governo Federal) , que irão participam da abertura com a execução do Hino Nacional. MV Bill será homenageado pelos os jovens assistidos pelo projeto Erê e também será contemplado com uma placa, que será entregue pela presidente do Tribunal de Justiça, Elizabeth Carvalho.

Como escritor, o rapper também é autor do Livro Cabeça de Porco, que foi lançado em 2005 e co-escrito por Celso Athayde e Luiz Eduardo Soares. MV Bill foi um dos fundadores da Central Única das Favelas, entidade responsável por atividades sócio-educativas nas favelas do Rio de Janeiro.

O evento conta com a participação do governo do Estado e outras instituições. Para participar deve ser adquirido o ingresso de adesão R$ 20, no estande Viva Alagoas, no shopping Iguatemi. Mais informações pelo telefone: 3035-0798.

Fonte: Assessoria

MOÇÃO DE REPÚDIO - MULHER DESCRIMINADA EM CURSO DE FORMAÇÃO


CFCAL – CARTA DE REPÚDIO

A Universidade Federal de Alagoas – UFAL - através da Proex em parceria com o Conselho de Mestres de Alagoas – CEMCAL e patrocínio da Secretaria do Estado da Saúde de Alagoas instituiu um curso de formação com duração de um ano e a garantia de publicação de um livro com o conteúdo "Ações Afirmativas e Capoeira na Promoção á Saúde.

As inscrições foram abertas no dia 03 de agosto, na aula inaugural que se realizou no Museu Theo Brandão e contou com a presença de representantes da Universidade, mestres, Monitores, Instrutores de Capoeira e sociedade civil organizada.

O Curso se propõe á realização de aulas durante um ano toda, segunda-feira, no horário das 08:00 às 12:00hs.

A iniciativa é digna de elogios, pela necessidade de formação no que se refere a capoeira na escola uma vez que sabemos que o Estado de Alagoas continua campeão nos índices de analfabetismo e exclusão social.

Na perspectiva de participar do processo de formação e assim continuar seu trabalho Maria Sandra conhecida como Monitora Loba da Associação Brasileira e Cultural de Capoeira Angola Palmares, que realiza trabalhos com crianças e adolescentes em escolas em projetos sociais há 4 anos, (ATUALMENTE EM UMA ESCOLA PÚBLICA E 2 PROJETOS SOCIAIS) se inscreveu e como várias outras pessoas interessadas e qual foi sua surpresa? Foi impedida de participar do referido curso.

Questionando os motivos que impediram sua participação no curso de formação já que na divulgação realizada pelo Conselho de Mestres e Ufal/Proex, o referido curso destinava-se a instrutores, monitores e mestres, recebeu como resposta que seu tempo de capoeira não era suficiente para sua inclusão. No entanto, existem pessoas do conhecimento de todos que praticam capoeira em Alagoas que possuem menos tempo na pratica da capoeira enquanto facilitador de capoeira que estão inscritos e participando efetivamente sem nenhuma objeção.

Dessa forma o Coletivo Feminista de Capoeira de Alagoas - CFCAL - o qual a Monitora ajudou a construir, por compreender a dificuldade de ocupação dos espaços da mulher na capoeira em Alagoas e em outros espaços sociais vem questionar:


  1. QUAIS FORAM DE FATO OS CRITÉRIOS PARA PARTICIPAÇÃO NO CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIOS?

  2. EXISTE RECORTE DE GÊNERO? QUANTAS MULHERES ESTÃO PARTICIPANDO?

  3. SE O PROGRAMA ODÉ AYÉ – SIGNIFICA “O MUNDO TODO” E SE UM PROJETO DE EXTENSÃO DEVE ESTÁ ABERTO POR DIREITO Á COMUNIDADE, PORQUE UNS FICAM DE FORA?

  4. QUE SOCIEDADE QUEREMOS CONSTRUIR, SE NO DISCURSO PREGAMOS IGUALDADE DE DIREITOS E OPORTUNIDADES, MAS NA PRÁTICA ESSA REALIDADE NÃO VEM ACONTECENDO PRINCIPALMENTE NO TOCANTE A MULHER?

  5. QUEM VAI ASSUMIR A RESPONSABILIDADE POR ESSAS EXCLUSOES, O CONSELHO DE MESTRE OU A UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS?

Esses e outros questionamentos precisam ser respondidos URGENTE para que não sejam cometidas novas injustas e criadas interpretações errôneas sobre o processo de formação dos profissionais em capoeira em Alagoas.


No aguardo de respostas,
Atenciosamente,


COLETIVO FEMINISTA DE CAPOEIRA /AL



Material recebido no email da Cojira/AL (cojira.al@gmail.com), no dia 17 de agosto de 2009.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

21 anos da Fundação Cultural Palmares



Grupos folclóricos do Brasil e da Colômbia se encontram para celebrar os 21 anos da FCP. Tem ainda Luiz Melodia e Lazzo Matumbi


A sede da Fundação Cultural Palmares vai ser palco de uma extensa programação que promete muito agito e muita cultura popular. Na semana de 17 a 22 de agosto, para celebrar mais um ano de existência da instituição, fundada em 1988, tambores vão ecoar, convidando o público para uma grande festa com direito a muito samba no pé. São mais de dez grupos de dança e música regionais.

Amantes do Maracatu, Jongo, Samba de Roda, Tambor de Crioula, Congo terão a oportunidade de desfrutar um pouco da beleza e encanto da cultura afro-brasileira, acompanhando os cortejos, que mantêm viva a tradição da cultura popular. Poderão também acompanhar mestres de capoeira e os grupos folclóricos que virão da Colômbia especialmente para esta grande festa da diversidade: Grupo Benkos Kusuto da comunidade do Palenque de San Basílio e Grupo Bahía Trio, e o coletivo de artistas “Entre dos mares: ensamble musical de Colombia, Ecuador y Panamá”.

Durante os cinco dias do evento, tocadores, cantadores, dançarinos, reis e rainhas do congo e do maracatu, baianas do samba de roda vão comandar a festa e tomar de alegria o platô da sede da Fundação Palmares. Quem vier conhecerá a riqueza das manifestações culturais de matriz africana que ainda resistem aos tempos modernos.

As oficinas também entram na programação. Teremos Roberto Mendes nas oficinas de Chula, Mario Pam, nas oficinas de Percussão, e ainda uma oficina de ritmos afro del Caribe y el Pacifico.
Tem ainda a exposição fotográfica Negrice Cristal, de Januário Garcia; Cortejo da Lavagem – Terreiro Ilê Ase Ode Onisegum; e degustação de comida afro-brasileira.

Destaque ainda para a apresentação de Luiz Melodia e Lazzo Matumbi, que se apresentam no dia 22, no palco do Teatro Nacional (Censura Livre). Ao final do show, o público poderá assistir a um desfile de moda afro.

Também como parte das comemorações, haverá a entrega do Troféu Palmares. Uma homenagem da Fundação para personalidades que têm representatividade e destaque na luta contra o preconceito e a favor da igualdade racial. Serão homenageados:

Mãe Beata de Iemanjá (Beatriz Moreira Costa): religiosa de matriz africana do candomblé, iniciada há mais de 50 anos, conhecida sacerdotisa e ativista social da cidade do Rio de Janeiro, dedica-se há décadas à valorização da cultura e da religião afro-brasileira, como também, pelos direitos das mulheres.

Esther Grossi: professora, escritora e ex-deputada federal, autora da lei 10.639/2003 – que institui a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura da África e dos afro-brasileiros.


Conheça um pouco mais das atrações:


Contos do Congo: o Congado é uma manifestação cultural e religiosa de influência africana que em algumas regiões do Brasil desenvolve seu enredo sob o tema da vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas e, em outras regiões, a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras. O grupo Contos do Congo surgiu em 2006 e vem mantendo as tradições e divulgando a arte e as origens do Congado mineiro, remetendo o público à mais pura expressão conga, fazendo com se vivencie a verdadeira Folia de Reis. O grupo nasceu da necessidade das pessoas preocupadas em se resgatar e preservar o congo nas suas mais diversas formas de manifestação cultural.

O Jongo da Serrinha: é uma manifestação cultural essencialmente rural diretamente associada à cultura africana no Brasil e que influiu poderosamente na formação do Samba carioca.

Maracatu do baque solto: o grupo destaca-se por preservar a essência do maracatu e manter uma trajetória marcada pela originalidade na criação de novos temas e adereços. Surgiu da organização de trabalhadores rurais, com o intuíto de preservar a cultura dos seus antepassados.
Tambor de Crioula: é uma dança com raízes africanas, praticada no Maranhão, tanto no meio rural como no urbano, tendo como característica marcante a punga (espécie de samba de roda), evidenciada no toque dos tambores e na coreografia das mulheres. O grupo Tambor de Crioula é uma das maiores referências culturais nesse estilo musical.

Samba de Roda Suerdieck: é um dos mais antigos e autênticos grupos de samba de roda do Recôncavo Baiano. Liderado por dona Dalva Damiana, o grupo foi fundado em 1958 na antiga fábrica de charutos Suerdieck, pelas funcionárias, que, no intervalo do trabalho, cantavam estrofes rimadas no ritmo do samba, ritmados com pedaços de madeira e as sobras das caixas de charuto.

Benkos Kusuto da comunidade do Palenque de San Basílio (costa do Pacífico colombiano): grupo formado por quatro dos músicos mais destacados e reconhecidos percussionistas da comunidade palenqueira.

Bahía Trio: grupo de marimba tradicional, busca explorar todas as possibilidades melódicas através de conjuntos musicais folclóricos regidos pela improvisação e experimentação de ritmos de tradição africana com influência da sonoridade latina.

“Entre dos mares: ensamble musical de Colombia, Ecuador y Panamá”: grupo formado por um combinado de artistas da Colômbia, Equador e Panamá, com uma proposta de integração da música afro-latina desses três países.

PROGRAMAÇÃO ANIVERSÁRIO DA PALMARES - 17 a 22 de agosto

17/08
9 às 17h - Oficina de Percussão - Mário Pam - Galpão FUNARTE
9 às 10h - Abertura Solene do Aniversário da Fundação Cultural Palmares - Auditório FCP
10 às 12h - Abertura da Exposição: Negrice Cristal, do fotógrafo Januário Garcia e Café da manhã - Espaço Cultural Palmares
10 às 12h - Oficina Chula – Roberto Mendes - Auditório FCP
18 às 20h -Mostra Cultural – Jongo da Serrinha–Rio de Janeiro, Grupo Benkos Kusuto de la comunidad del Palenque de San Basílio (Colômbia) - Platô da FCP

18/08
9h às 11h - Oficina de Percussão Mário Pam - Galpão FUNARTE
9h às 11h - Oficina Chula – Roberto Mendes - Auditório FCP
18 às 20h -Mostra Cultural – Maracatu do baque solto–Pernambuco e “Entre dos mares: ensamble musical de Colombia, Ecuador y Panamá” - Platô da FCP

19/08
9 às 18h - Oficina de Percussão – Mário Pam - Galpão FUNARTE
18 às 20h -Mostra Cultural – Tambor de Crioula, Grupo Bahía Trio (Colômbia) e cantora convidada. - Platô da FCP

20/08
9 às 18h - Encontro de Mestres de Capoeira - Auditório FCP
9 às 17h - Oficina de Percussão Mário Pam - Galpão FUNARTE
18 às 19h -Mostra Cultural – Roda de Capoeira – Mestre Cláudio - Platô da FCP

21/08
10h - Cortejo da Lavagem – Terreiro Ilê Ase Ode Onisegum – Pai Ribamar - Platô da DEP
11h - Resultado da Oficina de Percussão - Platô da FCP
12h - Degustação de Comida Afro-Brasileira - Platô da FCP
13h - Mostra Cultural – Samba de Roda Suerdick–Bahia, Congada Contos do Congo–Minas Gerais - Platô da FCP

22/08
9 às 12h - Oficina de Ritmos Afro del Caribe y el Pacífico - Galpão da Funarte
21h
Desfile de Moda – Estilista Rodinei SP Abertura: “Entre dos mares: ensamble musical de Colombia, Ecuador y Panamá”
Entrega do Troféu Palmares
Show Luis Melodia e Lazzo Matumbi - Teatro Nacional


Fonte: Assessoria de Comunicação - Fundação Cultural Palmares

Homem negro espancado, suspeito de roubar o próprio carro


Tomado por suspeito de um crime impossível – o roubo do seu próprio carro, um EcoSport da Ford – o funcionário da USP, Januário Alves de Santana, 39 anos, foi submetido a uma sessão de espancamentos com direito a socos, cabeçadas e coronhadas, por cerca de cinco seguranças do Hipermercado Carrefour, numa salinha próxima à entrada da loja da Avenida dos Autonomistas, em Osasco. Enquanto apanhava, a mulher, um filho de cinco anos, a irmã e o cunhado faziam compras.

A direção do Supermercado, questionada pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP, afirma que tudo não passou de uma briga entre clientes.

O caso aconteceu na última sexta-feira (07/08) e está registrado no 5º DP de Osasco. O Boletim de Ocorrência - 4590 - assinado pelo delegado de plantão Arlindo Rodrigues Cardoso, porém, não revela tudo o que aconteceu entre as 22h22 de sexta e as 02h34 de sábado, quando Santana – um baiano há 10 anos em S. Paulo e que trabalha como Segurança na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, há oito anos - chegou a Delegacia, depois de ser atendido no Hospital Universitário da USP com o rosto bastante machucado, os dentes quebrados.

Ainda com fortes dores de cabeça e no ouvido e sangrando pelo nariz, ele procurou a Afropress, junto com a mulher – a também funcionária do Museu de Arte Contemporânea da USP, Maria dos Remédios do Nascimento Santana, 41 anos - para falar sobre as cenas de terror e medo que viveu. “Eu pensava que eles iam me matar. Eu só dizia: Meu Deus”.

Santana disse pode reconhecer os agressores e também pelo menos um dos policiais militares que atendeu a ocorrência – um PM de sobrenome Pina. “Você tem cara de que tem pelo menos três passagens. Pode falar. Não nega. Confessa, que não tem problema”, teria comentado Pina, assim que chegou para atender a ocorrência, quando Santana relatou que estava sendo vítima de um mal entendido.

Depois de colocar em dúvida a sua versão de que era o dono do próprio carro, a Polícia o deixou no estacionamento com a família sem prestar socorro, recomendando que, se quisesse, procurasse a Delegacia para prestar queixa.


Terror e medo


“Cheguei, estacionei e, como minha filha de dois anos, dormia no banco de trás, combinei com minha mulher, minha irmã e cunhado, que ficaria enquanto eles faziam compra. Logo em seguida notei movimentação estranha, e vi dois homens saindo depressa, enquanto o alarme de uma moto disparava, e o dono chegava, preocupado. Cheguei a comentar com ele: "acho que queriam levar sua moto". Dito isso, continuei, mas já fora do carro, porque notei movimentação estranha de vários homens, que passaram a rodear, alguns com moto. Achei que eram bandidos que queriam levar a moto de qualquer jeito e passei a prestar a atenção”, relata.

À certa altura, um desses homens – que depois viria a identificar como segurança – se aproximou e sacou a arma. Foi o instinto e o treinamento de segurança, acrescenta, que o fez se proteger atrás de uma pilastra para não ser atingido e, em seguida, sair correndo em zigue-zague, já dentro do supermercado. “Eu não sabia, se era Polícia ou um bandido querendo me acertar”, contou.

Os dois entraram em luta corporal, enquanto as pessoas assustadas buscavam a saída. “Na minha mente, falei: meu Deus. Vou morrer agora. Eu vi essa cena várias vezes. E pedia a Deus que ele gritasse Polícia ou dissesse é um assalto. Ele não desistia de me perseguir. Nós caímos no chão, ele com um revólver cano longo. Meu medo era perder a mão dele e ele me acertar.

Enquanto isso, a mulher, a irmã, Luzia, o cunhado José Carlos, e o filho Samuel de cinco anos, faziam compras sem nada saber. "Diziam que era uma assalto", acrescenta Maria dos Remédios.

Segundo Januário, enquanto estava caído, tentando evitar que o homem ficasse em condições de acertar sua cabeça, viu que pessoas se aproximavam. "Eu podia ver os pés de várias pessoas enquanto estava no chão. É a segurança do Carrefour, alguém gritou. Eu falei: Graças a Deus, estou salvo. Tô em casa, graças a Deus. Foi então que um pisou na minha cabeça, e já foi me batendo com um soco. Eu dizia: houve um mal entendido. Eu também sou segurança. Disseram: vamos ali no quartinho prá esclarecer. Pegaram um rádio de comunicação e deram com força na minha cabeça. Assim que entrei um deles falou: estava roubando o EcoSport e puxando moto, né? Começou aí a sessão de tortura, com cabeçadas, coronhadas e testadas", continuou.


Sessão de torturas


“A sessão de torturas demorou de 15 a 20 minutos. Eu pensava que eles iam me matar. Eu só dizia: Meu Deus, Jesus. Sangrava muito. Toda vez que falava “Meu Deus”, ouvia de um deles. Cala a boca seu neguinho. Se não calar a boca eu vou te quebrar todo. Eles iam me matar de porrada", conta.

Santana disse que eram cerca de cinco homens que se revezavam na sessão de pancadaria. “Teve um dos murros que a prótese ficou em pedaços. Eu tentava conversar. Minha criança está no carro. Minha esposa está fazendo compras, não adiantava, porque eles continuaram batendo. Não desmaiei, mas deu tontura várias vezes. Eu queria sentar, mas eles não deixavam e não paravam de bater de todo jeito".

A certa altura Januário disse ter ouvido alguém anunciar: a Polícia chegou, sendo informada de que o caso era de um negro que tentava roubar um EcoSport. “Eles disseram que eu estava roubando o meu carro. E eu dizia: o carro é meu. Deram risada.”


A Polícia e o suspeito padrão


A chegada da viatura com três policiais fez cessar os espancamentos, porém, não as humilhações. “Você tem cara de que tem pelo menos três passagens. Pode falar. Não nega. Confessa que não tem problema”, comentou um dos policiais militares, enquanto os seguranças desapareciam.

O policial não deu crédito a informação e fez um teste: “Qual é o primeiro procedimento do segurança?”. Tonto, Januário, Santana disse ter respondido: “o primeiro procedimento é proteger a própria vida para poder proteger a vida de terceiros”.

Foi depois disso que conseguiu que fosse levado pelos policiais até o carro e encontrou a filha Ester, de dois anos, ainda dormindo e a mulher, a irmã e o filho, atraídos pela confusão e pelos boatos de que a loja estava sendo assaltada. “Acho que pela dor, ele se deitou no chão. Estava muito machucado, isso tudo na frente do meu filho”, conta Maria dos Remédios.


Sem socorro


Depois de conferirem a documentação do carro, que está em nome dela, os policiais deixaram o supermercado. “Daqui a pouco vem o PS do Carrefour. Depois se quiserem deem queixa e processem o Carrefour”, disse o soldado.

Em choque e sentindo muitas dores, o funcionário da USP conseguiu se levantar e dirigir até o Hospital Universitário onde chegou com cortes profundos na boca e no nariz. “Estou sangrando até hoje. Quando bate frio, dói. Tenho medo de ficar com seqüelas”, afirmou.

A mulher disse que o EcoSport, que está sendo pago em 72 parcelas de R$ 789,00, vem sendo fonte de problemas para a família desde que foi comprado há dois anos. “Toda vez que ele sai a Polícia vem atrás de mim. Esse carro é seu? Até no serviço a Polícia já me abordaram. Meu Deus, é porque ele é preto que não pode ter um carro EcoSport?”, se pergunta.

Ainda desorientado, Santana disse que tem medo. “Eu estou com vários traumas. Se tem alguém atrás de mim, eu paro. Como se estivesse sendo perseguido. Durante a noite toda a hora acordo com pesadelo. Como é que não fazem com pessoas que fizeram alguma coisa. Acho que eles matam a pessoa batendo”, concluiu.


Fonte: Afropress

domingo, 16 de agosto de 2009

Sessão pública na Assembleia Legislativa de Alagoas


Clique na imagem para ampliar e visualizar o conteúdo.

Leci Brandão ressalta honra de fazer parte do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR)

"Eu me sinto honrada", disse a cantora Leci Brandão ao tomar posse nesta terça-feira (11 de agosto) como integrante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR). Ela ocupou uma das três vagas destinadas a cidadãos de notório reconhecimento das relações raciais. É a segunda vez que a cantora ocupa a vaga de conselheira do CNPIR. Leci Brandão aproveitou a ocasião para ressaltar que sempre lutou em favor das populações historicamente excluídas. "Canto por todas as encrencas brasileiras", completou sorrindo.

Também tomaram posse nesta terça-feira, como suplente ou titular, outros 12 conselheiros. São eles: Ualiid Hussen Ali Mohd Rabah, da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal); Carlos Roberto de Oliveira e Marcelo Braga Edmundo, da Central de Movimentos Populares (CMP); Eduardo Zylberstajn, da Confederação Israelita do Brasil (Conib); Ieda Leal de Souza, da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Rui Leandro dos Santos e Givânia Maria Da Silva, ambos do Ministério do Desenvolvimento Agrário; Jorge Luiz Quadros, do Ministério da Justiça; Gláucia Silveira Gauch, do Ministério das Relações Exteriores; Andréa Costa Magnavita e Rafael Luiz Giacomin, do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, e Maria do Carmo Rebouças da Cruz, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, da Presidência da República.

No total, o CNPIR possui 44 integrantes: 22 representantes de órgãos públicos, 19 da sociedade civil e três cidadãos de notório conhecimento. A composição atual do Conselho é a primeira formada por meio de chamada pública, o que garante transparência ao processo. A principal missão do CNPIR, órgão integrante da estrutura básica da SEPPIR, é elaborar propostas de políticas de promoção da igualdade racial, com ênfase na população negra, e combater o racismo, o preconceito e a discriminação, por meio de ações para reduzir as desigualdades raciais.

Moções - A posse ocorreu em Brasília durante a 21ª Reunião Ordinária do CNPIR. Antes, o CNPIR analisou todas as 84 moções apresentadas durante a II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (II CONAPIR). O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, que presidiu o encontro, destacou que os participantes da II CONAPIR, realizada no fim de junho, discutiram e votarNegritoam todas as propostas apresentadas. As moções, lembrou Edson Santos, tratam de assuntos que vão além da pauta da Conferência. A tarefa conferida aos conselheiros foi dada pela plenária final da II CONAPIR. Das 84 moções, apenas oito receberam destaques.

O Comitê de Articulação e Monitoramento do Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Planapir) e o Estatuto da Igualdade Racial estão na pauta do segundo dia do encontro, que termina nesta quarta-feira. O Plano foi aprovado por meio do Decreto nº 6.872, de 4 de junho deste ano. A proposta de criação do Estatuto tramita no Congresso Nacional, com previsão de ser votada no dia 19 de agosto. Ainda durante o evento serão apresentados uma pesquisa sobre diversidade nas escolas e um balanço da II CONAPIR.

Fonte: Seppir

Fóruns de Educação e Diversidade Etnicorracial se encontram em Natal


Nos dias 13 e 14 em Natal (RN), a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade / Ministério da Educação realizou o Seminário de Capacitação para os representantes de Fóruns de Educação e Diversidade Etnicorracial.

Na ocasião, foi realizada uma avaliação sobre a atuação dos fóruns em cada estado, execução de oficinas, além da elaboração do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares da Educação das Relações Étnico-Raciais para o ano de 2009 e 2010.

O estado de Alagoas esteve representado por: Irani Neves, gerente étnicorracial da Secretaria Estadual de Educação e Esporte, e coordenadora geral do Fórum Permanente de educação Étnicorracial de Alagoas; Clébio Correia de Araujo (Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL); Edna Lopes do Nascimento (Conselho Municipal de Educação de Maceió); e Allex Sander Porfírio (Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro).



Prêmio da Igualdade Racial elege os melhores projetos


Não foi desta vez, que a Coluna Axé/Cojira-AL foi uma das agraciadas do Prêmio da Igualdade Racial, promovido pela instituição Centro de Imprensa, Assessoria e Rádio – Criar Brasil, em parceira com a Seppir. Após dois meses de análise, os jurados Lúcia Xavier, Edialeda Salgado Nascimento e Walter Silvério escolheram as cinco iniciativas que contribuem para o combate às desigualdades raciais, de luta pela cidadania e por melhores condições de vida da população negra.

O resultado final foi divulgado no dia 27 de julho e ficou da seguinte forma, em ordem de inscrição: Centro Aplicado de Pesquisa em Educação Multi-étnica (Capem – Duque de Caxias/RJ); Ori Inu – A cabeça de Dentro (Porto Alegre/RS); Família Alcântara Coral (João Monlevade/MG); Pré-Vestibular Quilombola (Vitória da Conquista/BA) e o Projeto Criança Capoeira Esporte e Cultura (Arraias/TO).

Também teve a indicação de três menções honrosas, que não receberão a premiação em dinheiro, mas ganharão um espaço especial no material impresso, a ser publicado no final do projeto. São elas: Projeto Oku Abo (Rio de Janeiro/RJ); República do Samba (Rio de Janeiro/RJ) e Pré-Vestibular Steve Biko (Salvador/BA).

Agora, será iniciada a segunda etapa do edital, entre agosto e setembro, os projetos vencedores serão visitados pela equipe técnica do Prêmio, onde serão coletados materiais em áudio, foto, texto e vídeo. Todo o conteúdo servirá de base para definir a classificação dos agraciados, a ser divulgado no site www.criarbrasil.org.br, no dia 27 de outubro de 2009.

domingo, 9 de agosto de 2009

Últimos dias de inscrição para o curso de Gênero e Diversidade na Escola

A Coordenadoria Institucional de Ensino a Distância (Cied), da Universidade Federal de Alagoas, prorrogou o prazo de inscrições para o curso de Gênero e Diversidade na Escola para até 15 de agosto.

A Cied lembra ainda que, ao terminar de preencher o formulário e enviá-lo, o cursista deve ainda enviar seu currículo para o e-mail: gedntmc@gmail.com, pois somente dessa forma a inscrição poderá ser validada com sucesso, caso contrário ele não poderá participar da seleção.

São ofertadas 60 vagas para o pólo UAB de Maceió e 60 para o pólo UAB de São José da Laje. O resultado da seleção será divulgado no dia 20 de agosto. O curso vai refletir sobre uma cultura que valorize a diversidade étnico-racial, a equidade de gênero e que rechace qualquer forma de discriminação social.

As aulas serão presenciais e a distância, com carga horária de 200 horas, e a inscrição está sendo feita apenas pelo site. Para mais esclarecimentos é só acessar o edital Nº 01/2009 ou ligar para (82) 3214-1039.
Fonte: Ufal

Com quantas cervejas se desfaz o racismo?



Por Ana Claudia Mielki(*)

A “cervejada dos brigões”, como alguns veículos de comunicação denominaram o encontro promovido pelo presidente Barack Obama entre o policial e o professor preso ao tentar entrar na sua própria casa na última semana, na cidade de Cambridge, Massachussets, foi realizada nesta quinta-feira, dia 30.

No dia 16 de julho, o professor de Havard Henry Louis Gates Jr. foi preso, segundo informações que circularam nos jornais, dentro da própria residência, depois que uma vizinha, ao vê-lo tentando forçar a porta da casa, chamou a polícia. Gates teria voltado de uma viagem de uma semana à China e teria encontrado dificuldades para entrar em sua casa. Gates, além de ser um importante professor de Havard, apresenta uma “aparentemente sem importância” peculiaridade: é negro.

Os argumentos dados pela polícia foram inúmeros, inclusive de que a prisão teria sido ocasionada porque o professor estaria fazendo “excesso de barulho e bagunça”. Mas nenhum dos argumentos foi contundente o suficiente para convencer os norte-americanos de que não houve crime de racismo. Aos poucos, a notícia foi criando uma sensação de desconforto, e não por acaso, a repercussão acabou respingando no presidente Barack Obama. Em todos os lugares em que esteve presente na última semana, Obama teve que pronunciar alguma resposta em relação ao episódio.

A forma como o presidente Obama “cuidou” do fato levanta algumas questões importantes. Primeiro ele teria dito à imprensa que a ação da polícia foi estúpida e que os afroamericanos e latinos são parados pela polícia de forma desproporcional. Depois, após uma repercussão negativa de suas declarações – amigos do sargento James Crowley, responsável pela abordagem, e boa parte da corporação policial criticaram as declarações do presidente – Obama recua dizendo que “mediu mal” as palavras e toma a decisão de convidar os envolvidos para uma “cerveja conciliadora” na Casa Branca.

Ao que parece, a única polêmica durante o encontro, foi sobre a escolha da cerveja, se seria ela, norte-americana, belgo-brasileira ou inglesa. Sobre o racismo, nada além de um ou outro “tapinha nas costas”. E não poderia ser diferente, já que o objetivo declarado por Obama para tal encontro era mesmo o de por fim à polêmica acerca da existência ou não de uma atitude racista na ação do policial. O fato deixou de ser um incidente de cunho racial para ser tratado como um pequeno desentendimento individual. O encontro, neste caso, funcionou como uma conversa para “acalmar os ânimos” de dois sujeitos que se “alteraram”.

Em se tratando de um presidente negro, que eleito com forte apoio do eleitorado negro, e que propunha sempre um discurso de mudança, causa estranhamento o fato de que o presidente Barack Obama tenha levado em conta, mais a repercussão negativa de suas declarações na corporação policial, e menos a oportunidade de tornar o incidente um debate franco e construtivo, por exemplo, sobre a presença maciça de negros nas prisões norte-americanas.
Conforme relatório da organização Pew Center divulgado em 2009, existem nas prisões norte-americanas 1 branco preso para cada 11 negros presos, sendo que a população geral é em sua maioria - 70,1% - de brancos, o que comprova, segundo o relatório, a existência de racismo no sistema penitenciário.

Ao que parece, Obama segue sua estratégia, previsível desde sua campanha em 2008, de manter o debate sobre o tratamento diferenciado dos negros, tão presente quanto for capaz de elegê-lo, porém tão ausente tanto quanto for sua capacidade de constrangê-lo. Em outras palavras, o presidente norte-americano, não parece mesmo estar disposto a enfiar a “mão na cumbuca” do racismo, prefere o debate da conciliação, ou melhor, o debate da “não-raça”, da “não-etnia”, da “não-diferença”.

Felizmente, as diferenças existem e estão aí, e aprender a conviver com elas, definitivamente, não passa por ignorá-las ou encobertá-las num falso discurso conciliatório. Ao contrário, depende exclusivamente de torná-las públicas, de discuti-las e de mostrá-las, e que essa condição de estar manifesta enquanto diferença seja intransigentemente resguardada pelos direitos historicamente constituídos.

*Jornalista, mestranda em Ciências da Comunicação na ECA/USP
Fonte: Jornal Irohín

domingo, 2 de agosto de 2009

Capoeira-Saúde: Aula Inaugural do curso de extensão


Nesta segunda-feira (03.08) das 19 às 21h30, acontecerá a aula inaugural do projeto “AÇÕES AFIRMATIVAS E CAPOEIRA NA PROMOÇÃO À SAÚDE”, no auditório do Museu Theo Brandão, Centro, em Maceió-AL.

Na ocasião, terá a apresentação cultural de maculelê, do documentário "O Valor do Cidadão" (produção do Grupo de Capoeira Angola Quilombola Arte é Cultura em parceria com a UFAL). Estarão presentes na solenidade, a Reitora Ana Dayse, o Pró-Reitor de Extensão, Profº Eduardo Lyra, a coordenação do projeto, o presidente do Conselho dos Mestres de Capoeira de Alagoas, os professores que participarão do curso e os alunos inscritos.

O curso de extensão será realizado de agosto a dezembro de 2009, é regiistrado na Pró-Reitoria de Extensão (Proex/UFAL) é abrigado no Laboratório da Cidade e do Contemporâneo (LACC) do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da UFAL, tem a parceria do NEAB e conta com o apoio da Diretoria de Promoção à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas e do Conselho dos Mestres de Capoeira de Alagoas (CEMCAL).

O objetivo da iniciativa é oferecer um curso de extensão aos mestres de capoeira de Alagoas a partir de uma formatação pedagógica que prevê o público-alvo (mestres de capoeira) na condição de alunos, mas também de professores, cabendo aos mestres ministrar algumas das disciplinas específicas de seu domínio.

Essa iniciativa pioneira do LACC/NEAB/PROEX e do Conselho dos Mestres de Capoeira de Alagoas – CEMCAL objetiva aproximar conhecimentos produzidos em universos distintos: o acadêmico e o popular tradicional devendo finalizar com a elaboração de uma publicação com os conteúdos das disciplinas.


Disciplinas do Módulo I:


*Aspectos Histórico-culturais da capoeira - Carga horária: 20h
Docentes: Rachel Rocha de Almeida Barros- ICS/ Sandra Bomfim de Queiroz-CEDU.


* Fundamentos e Comportamentos da Capoeira I - Carga horária: 24h
Cordenador: Mestre Tunico
Docentes: Mestres Tunico, Condi, Ventania, Novo, Padre, Aleluia, Dumel - CEMCAL


Comportamento de Roda na Angola
Movimentação e organização na roda
Comportamento de Roda na Regional
Fundamentos na Angola
Chamadas de Angola
Movimentos de defesa e ataque
Fundamentos na Regional
Sequência de Mestre Bimba
Sequência de Movimentos na Angola
Movimentos de defesa e ataque na Regional


*Elementos de Anatomia e Fisiologia para a prática da capoeira.
Carga horária: 10h
Docentes: Condillak Hock de Paffer Neto- CEMCAL e João Dias- CEDU e Edu Passos-ICHCA

*Confecção do conteúdo da publicação referente às disciplinas cursadas
Carga horária: 12 h



Carga horária total: 66h.
Coordenação geral Rachel Rocha
Coordenação Pedagógica Sérgio Borba

Homem tenta registrar BO contra Exu e é preso em Florianópolis

Foi transferido nesta quinta-feira para Criciúma, no Sul de Santa Catarina, o homem que chegou à Delegacia de Capoeiras, em Florianópolis, para registrar um boletim de ocorrência contra Exu, uma das entidades do candomblé, mas acabou preso porque era procurado por assalto a mão armada.

A revelação ocorreu quando o policial de plantão inseriu o nome e os dados pessoais no computador. O sistema logo acusou o mandado de prisão expedido pela Justiça de Criciúma contra o professor de História Marcos Lino Mendonça, 27 anos.

Ele chegou à delegacia na terça-feira dizendo que era perseguido por Exu, e que as quatro mulheres dele teriam sido estupradas pela entidade. No entanto, num boletim de ocorrência registrado este ano, consta que o rapaz é solteiro.

Marcos declarou que ele mesmo foi abusado sexualmente por Exu. Ao delegado Pedro Fernandes Pereira Filho, o professor disse que ouvia a voz de Exu incitando ataques a pessoas sem motivos. As brigas teriam causado uma fratura de braço e outra nas costelas.

Quando questionado do porquê de ir a uma delegacia se ele era procurado por assalto, o rapaz respondeu que desejava processar a entidade do candomblé e exigia reparação financeira por prejuízos causados.

O assalto cometido por Marco foi contra o próprio primo, em dezembro do ano passado. Armado com uma navalha, ele invadiu a casa do parente, que fica em Criciúma, e levou uma barraca.

O delegado declarou que Marcos tinha sintomas de esquizofrenia. Pedro afirmou que um tio do professor esteve na delegacia e revelou que o rapaz tinha consulta no psiquiatra marcada para quarta-feira.
Fonte: O Globo

Juventude Negra: Aberto edital para previnir a violência


Na semana passada, foi divulgado um estudo sobre o perfil dos adolescentes que mais morrem por homicídio no Brasil: são meninos, negros e moradores de favelas ou de periferias dos centros urbanos, que também possui forte relação com o tráfico de drogas.

A pesquisa foi realizada pelo Observatório de Favelas, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) – afirma que o risco de ser assassinado no Brasil é 2,6 vezes maior entre adolescentes negros do que entre brancos. Também indica que, para adolescentes do sexo masculino, o risco de ser assassinado é 11,9 vezes maior se comparado ao de mulheres na faixa de 12 a 18 anos. O estudo traz apenas comparativos por cor e gênero e não apresenta os índices de mortes entre jovens negros, brancos, do sexo masculino e feminino.

Diante da gravidade dos dados e a necessidade de ampliar ações preventivas à violência, encontra-se aberto um edital até o dia 15 de agosto para prefeituras e estados buscarem apoio do Governo Federal no desenvolvimento de projetos voltados a jovens em situação de vulnerabilidade social e segregação familiar. Trata-se do Projeto Farol - Oportunidade em Ação, promovido pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) em parceria com o Ministério da Justiça, no âmbito do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), que destinará recursos de aproximadamente R$ 3,3 milhões até o final deste ano.

O objetivo é articular ações sociais para a prevenção da violência entre a juventude negra, especialmente nas 84 cidades que integram as regiões metropolitanas de 13 estados considerados críticos, com base no "Diagnóstico da incidência de homicídios nas regiões metropolitanas", produzido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Serão apoiadas as iniciativas para ampliação do acesso a oportunidades econômicas, sociais, políticas e culturais de jovens com idade entre 15 e 24 anos, que estejam em situação infracional ou em conflito com a lei, com baixa escolaridade, expostos à violência doméstica e urbana.

Oficina


A secretaria Estadual da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos realizará uma oficina de elaboração de projeto para o edital Projeto Farol, no dia 3 de agosto a partir das 9h no auditório da superintendência. A proposta é ter dois jovens por segmento afro e foi solicitada a parceria do Fórum de Entidades Negras de Alagoas (Fenal), para ajudar na convocação dos jovens capoeiras, religiosos de matriz africana, hip hop e outros grupos culturais. O objetivo da oficina é levantar demandas específicas no combate a violência, detectar a visão do jovem negro de Maceió, para colaborar com a instituição pública que concorrerá neste edital.


Nossos jovens precisam se sentir valorizados e terem oportunidades para uma vida melhor!

Fonte: Informações publicadas na Coluna Axé / Tribuna Independente - editada pela jornalista Helciane Angélica (28/07/09)
Foto: Arquivo / tirada por Helciane Angélica

Sindicato recebe comitiva de jornalistas econômicos de Angola

Uma comitiva composta por 14 jornalistas econômicos dos principais veículos de comunicação em Angola cumprem programação de trabalho e estudo em São Paulo, com visita à Bolsa de Valores, Mercantil e de Futuros, à veículos de comunicação em geral e da área econômica, além de debate sobre a cobertura de mídia sobre a África e visitas a Centro de Rádio e Televisão da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – UNESP em Bauru.

O programa de visitas ocorre entre os dias 30 de julho e 03 de agosto e é uma organização conjunta entre Associação dos Jornalistas Econômicos de Angola, Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ, com vistas a interação entre profissionais jornalistas brasileiros e angolanos para a troca de experiências sobre cobertura do setor no contexto das realidades de cada país.

“É uma oportunidade de podermos conhecer o dia-a-dia da realidade do trabalho dos colegas brasileiros na cobertura desse importante segmento do jornalismo, bem como poder trocar experiências sobre a economia de Angola e Brasil, em momento que, em nosso País, precede a implantação da Bolsa de Valores e outras iniciativas na economia que é crescente com investimentos estrangeiros, inclusive de grupos brasileiros”, disse Messias Constantino – presidente da Associação dos Jornalistas Econômicos de Angola e chefe da delegação.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José Augusto Camargo, diz que a visita é importante para estreitar a união entre profissionais brasileiros e angolanos e que essa relação tem se tornado cada vez mais intensa, “porque há um compromisso de aproximar os jornalistas brasileiros e os de língua portuguesa em outros países”.

Já para o diretor de relações institucionais na FENAJ, Alcimir Carmo, “é importante o estreitamento de relações com os colegas lusófonos - e neste momento com os angolanos - pois essa contribui para com a construção da união dos jornalistas de língua portuguesa, que poderá vir a concretizar o antigo sonho dos jornalistas lusófonos: a criação de entidade internacional dos Jornalistas nas Comunidades e Países de Língua Portuguesa!”


VISITA DOS JORNALISTAS ECONÔMICOS DE ANGOLA


30 de julho – quinta-feira

10h00 – Visita ao Banco Internacional do Funchal – BANIF, seguido de bate-papo entre jornalistas e empresários
12h30 – Visita à Casa de Portugal
15h30 – Visita ao Museu Afro-Brasileiro, audiência com o curador do Museu, Dr. Emanuel Araújo e cerimônia de entrega de material cultural e sobre Angola
17h00 – Visita a Editora Abril, redação da Revista Exame
19h00 – Show musical no saguão do Cine Sesc, com Oswaldinho da Cuíca, Toniquinho Batuqueiro e outros
20h00 – História do Samba Paulista - no Cine Sesc


31 de julho – sexta-feira

9h00 - Visita à Bolsa de Valores, Mercantil e de Futuros de São Paulo
13h30 - Visita na Unidade Hospital São José do complexo hospitalar "Beneficência Portuguesa" de São Paulo, fundada em 1859.
15h00 – Visita à redação do jornal Valor Econômico – recepção por Pedro Cafardo


1º de agosto – sábado (programação COJIRA)

10h00 – A cobertura que a mídia brasileira faz da África – com o prof. Dennis Oliveira da Escola de Comunicação e Arte-ECA/USP e do Neinb/USP é o Nucleo de Estudos Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro, da Univeridade de São Paulo – no auditório Vladimir Herzog no Sindicato dos Jornalistas (Rego Freitas, 530 – sobreloja)
14h00 – Feijoada na Escola de Samba Vai Vai.


2 de agosto – domingo (programação COJIRA)

14h00 – Visita monitorada ao Museu da Língua Portuguesa

3 de agosto - segunda-feira - Viagem a Bauru

10h00 - Visita ao Centro de Rádio e Televisão Educacional e Cultural da Universidade Estadual Paulista – UNESP, Faculdade de Artes, Arquitetura e Comunicação – FAAC, campus de Bauru
10h30 – Conferência do Prof. Dr. Antonio Carlos de Jesus com explanação sobre a TV Digital
13h00 – Ato de doação de peças culturais e artísticas - Secretaria Municipal de Cultura de Bauru/ Prefeitura Municipal de Bauru.
14h30 - Visita a TV Record Paulista e ao Jornal da Cidade no espaço Café com Política
16h00 – Visita à Faculdade Orígenes Lessa, em Lençóis Paulista


Realização: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo – SJSP e Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ

Organização: Associação dos Jornalistas Econômicos de Angola – AJECO

Apoio institucional: FENAJ, SJSP, SINJORBA, COJIRA-SP - Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Sindicato dos Jornalistas e COJIRA-BA - Comissão de Jornalistas pela Promoção da Igualdade do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia, CLIR/FNDC-BA - Comitê de Luta pela Igualdade Racial e Democratização da Comunicação do FNDC-BA, ALAI - Agência Afro-Latina-Euro-Americana de Informação.


Fonte: Divulgação