CFCAL – CARTA DE REPÚDIO
A Universidade Federal de Alagoas – UFAL - através da Proex em parceria com o Conselho de Mestres de Alagoas – CEMCAL e patrocínio da Secretaria do Estado da Saúde de Alagoas instituiu um curso de formação com duração de um ano e a garantia de publicação de um livro com o conteúdo "Ações Afirmativas e Capoeira na Promoção á Saúde.
As inscrições foram abertas no dia 03 de agosto, na aula inaugural que se realizou no Museu Theo Brandão e contou com a presença de representantes da Universidade, mestres, Monitores, Instrutores de Capoeira e sociedade civil organizada.
O Curso se propõe á realização de aulas durante um ano toda, segunda-feira, no horário das 08:00 às 12:00hs.
A iniciativa é digna de elogios, pela necessidade de formação no que se refere a capoeira na escola uma vez que sabemos que o Estado de Alagoas continua campeão nos índices de analfabetismo e exclusão social.
Na perspectiva de participar do processo de formação e assim continuar seu trabalho Maria Sandra conhecida como Monitora Loba da Associação Brasileira e Cultural de Capoeira Angola Palmares, que realiza trabalhos com crianças e adolescentes em escolas em projetos sociais há 4 anos, (ATUALMENTE EM UMA ESCOLA PÚBLICA E 2 PROJETOS SOCIAIS) se inscreveu e como várias outras pessoas interessadas e qual foi sua surpresa? Foi impedida de participar do referido curso.
Questionando os motivos que impediram sua participação no curso de formação já que na divulgação realizada pelo Conselho de Mestres e Ufal/Proex, o referido curso destinava-se a instrutores, monitores e mestres, recebeu como resposta que seu tempo de capoeira não era suficiente para sua inclusão. No entanto, existem pessoas do conhecimento de todos que praticam capoeira em Alagoas que possuem menos tempo na pratica da capoeira enquanto facilitador de capoeira que estão inscritos e participando efetivamente sem nenhuma objeção.
Dessa forma o Coletivo Feminista de Capoeira de Alagoas - CFCAL - o qual a Monitora ajudou a construir, por compreender a dificuldade de ocupação dos espaços da mulher na capoeira em Alagoas e em outros espaços sociais vem questionar:
- QUAIS FORAM DE FATO OS CRITÉRIOS PARA PARTICIPAÇÃO NO CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIOS?
- EXISTE RECORTE DE GÊNERO? QUANTAS MULHERES ESTÃO PARTICIPANDO?
- SE O PROGRAMA ODÉ AYÉ – SIGNIFICA “O MUNDO TODO” E SE UM PROJETO DE EXTENSÃO DEVE ESTÁ ABERTO POR DIREITO Á COMUNIDADE, PORQUE UNS FICAM DE FORA?
- QUE SOCIEDADE QUEREMOS CONSTRUIR, SE NO DISCURSO PREGAMOS IGUALDADE DE DIREITOS E OPORTUNIDADES, MAS NA PRÁTICA ESSA REALIDADE NÃO VEM ACONTECENDO PRINCIPALMENTE NO TOCANTE A MULHER?
- QUEM VAI ASSUMIR A RESPONSABILIDADE POR ESSAS EXCLUSOES, O CONSELHO DE MESTRE OU A UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS?
Esses e outros questionamentos precisam ser respondidos URGENTE para que não sejam cometidas novas injustas e criadas interpretações errôneas sobre o processo de formação dos profissionais em capoeira em Alagoas.
No aguardo de respostas,
Atenciosamente,
COLETIVO FEMINISTA DE CAPOEIRA /AL
Material recebido no email da Cojira/AL (cojira.al@gmail.com), no dia 17 de agosto de 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos sua mensagem!
Axé!