Governo Temer é criticado por não ter negro nem mulher no primeiro escalão
A Organização das Nações Unidas (ONU) se queixou da falta de negros na
cúpula do governo brasileiro e apontou que, com mais de 150 milhões de
afrodescendentes na América Latina, essa população ainda está pouco
representada nas decisões políticas.
Em discurso nesta
segunda-feira (13), o Alto Comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid
Al Hussein se disse "preocupado com a baixa representação política de
afrodescendentes na América Latina e no Caribe".
"Existem cerca de 150 milhões de pessoas de descendência africana na
região, somando quase 30% da população. Eles são mais da metade da
população do Brasil e mais de 10% da população de Cuba", afirmou Zeid.
"Mas sua representação nos altos níveis do governo, incluindo nos
ministérios, é muito inferior", alertou.
"A representação
importa", insistiu o jordaniano. "Esse deficit de representação na
cúpula do poder afeta toda a sociedade: parlamentos, locais de trabalho
no setor público e privado, escolas, tribunais, na imprensa --todos
lugares em que às vozes dos afrodescendentes são dados muito pouco
peso", disse.
"As vozes, as escolhas, as experiências e os
rostos dos afrodescendentes precisam ser melhor refletidos", afirmou.
"Peço que esses governos tomem ações para refletir a diversidade de sua
população dos órgãos de tomadas de decisão, incluindo a consideração de
políticas de ação afirmativa", completou.
Fonte: UOL
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