segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Grupo denuncia policiais militares por abuso de autoridade em Alagoas


Turistas estavam entre as pessoas que denunciaram os PMs.
Eles prestaram queixa na Central de Flagrantes da Polícia Civil.




Foto: Carolina Sanches /G1
Um grupo de turistas e alagoanos denunciou policiais militares de Alagoas por abuso de autoridade e racismo. Eles estiveram na Central de Flagrantes na noite de domingo (11) para prestar queixa contra uma equipe da Polícia Militar. Segundo a denúncia, após terem sido flagrados agredindo um adolescente, os policiais teriam obrigado os turistas a apagar filmagens de uma câmera fotográfica.
Três turistas contaram que estavam sentados em um banco na Praça Lions, na Pajuçara, quando presenciaram militares agredindo um adolescentes com chutes e tapas. “O rapaz já estava imobilizado e ainda o agrediam. Nós vimos a cena e decidimos registrar em filmagem. Quando os policiais perceberam que estávamos filmando, partiram em nossa direção”, disse o turista Davi Fantuzzi, que é de Recife, Pernambuco.
Fantuzzi contou que ele e dois amigos, que chegaram sexta-feira (9) para passear em Alagoas, foram obrigados a apagar as imagens. “Nos recusamos a apagar e os policiais nos ameaçaram de prisão. “Falamos que os policiais são agentes públicos e que não é proibido filmar, mas eles não nos ouviram e pediram reforços”, disse.
Dois amigos dos turistas que são alagoanos disseram que chegaram à praça quando estava acontecendo a confusão e foram detidos. “Tentei argumentar para que deixassem meus amigos irem embora, mas não permitiram e ainda deram voz de prisão a mim e a um amigo”, expôs a assistente social e professora Franqueline Terto dos Santos.
Franqueline disse que ela e seu esposo, o administrador Benedito Jorge da Silva Filho,  foram algemados e colocados em uma viatura. “Foi um absurdo o que aconteceu. Os policiais disseram que só iriam nos soltar quando as imagens na câmera do nosso amigo fossem apagadas. O estranho é que chegaram mais quatro motos e teve até um helicóptero sobrevoando a área”, falou.
O administrador disse que prestou queixa por racismo porque os militares não prenderam os turistas, só ele e a amiga alagoana. “Sou negro e acho que houve racismo na ação dos policiais. Eu e minha amiga estávamos tendo a mesma reação dos nossos amigos turistas, mas não os renderam”, reclamou.
O dono da câmera, Talles Adriano dos Reis, que é de Minas Gerais, disse que um dos militares pegou seu equipamento e apagou as imagens. “Foi um absurdo o que aconteceu. Estávamos aguardando nossos amigos na praça para ver o pôr do sol na orla e passamos por esse constrangimento”, falou.
O grupo diz não saber o nome de todos os militares que estavam na ação, mas que conseguiram anotar alguns deles e placas de veículos. “Vi os nomes nas fardas. Eram L. Santos, F. Guimarães e Enor, mas esses não foram os que agiram com truculência. Os que nos deram voz de prisão não estavam com identificação. Espero que a investigação apure quem realmente estava no local”, disse a assistente social.
A reportagem do G1 falou com o assessor da Polícia Militar, o major Amorim, que informou que a denúncia ainda não chegou à corporação. “Tudo deverá ser investigado. O ideal é que as pessoas que fizeram a denúncia procurem a Corregedoria da PM para relatar o que aconteceu. Sobre os nomes citados, só poderemos falar quando a denúncia chegar oficialmente”, disse o militar.

Fonte: G1-Alagoas

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