Há 45 anos o Brasil assinou uma carta de compromisso pela eliminação da prática do racismo, cuja época houve uma campanha internacional dado ao vergonhoso acontecimento três anos antes na África do Sul, quando o poder militar hegemonicamente branco massacrou centenas de manifestantes. O Mundo ou pelo menos parte dele, passou a ter ciência que no dia 21 de março de 1960, o Regime do APARTHAID da África do Sul, massacrara covardemente uma população indefesa e demonstrara que o racismo é como uma “doença contagiosa” capaz de levar ao extremo as bestialidades do etnocentrismo segregacionista.
No caso do Brasil que assinou o documento em 27 de março de 1963, é fato que o seu racismo tanto na sociedade, quanto de forma institucional ainda vigora na contemporaneidade. Não é incomum sabermos que pessoas sem padrão europeu são vítimas constantes dessa prática dentro das instituições e fora delas, principalmente em se tratando no campo de emprego, saúde, segurança, educação e outros. O preconceito de cor reafirma cotidianamente que a ideologia do branqueamento é vigente e muito ainda haveremos de lutar para extinguir está lástima que degenera a humanidade.
Estamos a 48 anos do massacre de Shaperville na África do Sul onde foram ceifadas sessenta e nove vidas de pessoas indefesas e mais de uma centena de feridos entres homens, mulheres e crianças sob a óptica indiferente de um regime político segregacionista e desumano. Em verdade, as atrocidades do APARTHEID demonstrou o que nos dias atuais ainda se confirma como uma prática vergonhosa, ainda mantida por pessoas que lastimavelmente acreditam em superação de uma raça sobre outra, considerando sobretudo a cor da pele, dos olhos, do tipo de cabelo e nível sócio-cultural e religioso.
É sabido que nas últimas três décadas aconteceram importantes intervenções internacionais contra a prática do racismo, a exemplo; das Conferências Mundiais ocorridas em Genebra em 1978 e 1983 respectivamente; da Declaração de Viena e o Programa de Ação, adotados pela Conferência Mundial de Direitos Humanos em junho de 1993 e da Conferência de Durban - África do Sul, realizada em 2001, o qual se transformou no Ano Internacional de Mobilização Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata. O Brasil inteiro foi mobilizado para discutir a temática anti-racista e propor ações inerentes. Alagoas inclusive fez a sua parte.
Lamentavelmente ainda termos de assistir vários tipos de agressão, munidas de preconceitos e discriminações às tantas pessoas negras e indígenas no Brasil, Principalmente quando nas entrelinhas constatam-se uma prática que aposta na impunidade, proveniente de total ignorância ou desrespeito as leis existentes em favor desses povos.
Atualmente, tanto os segmentos do Movimento Negro, quanto parlamentares, gestores públicos, magistrados, educadores e a sociedade em geral, precisam atentamente fomentar e implementarem ações permanentes contra essa prática vergonhosa que assola o mundo a exemplo da nação brasileira.
Que no dia 21 de março – Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial – cada pessoa, independente da sua etnia, religião ou condição social, esteja atento e consciente para uma reflexão que o faça perceber que discriminar ou outro por não estar dentro do seu entendimento de padrão é sobretudo uma prática ensimesmada, vergonhosa, abominável e criminosa.
Helcias Pereira
*Membro do Centro de Cultura e Estudos Étnicos - ANAJÔ
*Membro do Conselho Diretor do Instituto Magna Mater
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