terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Indiferença é reação padrão ao racismo

A maior parte das pessoas imagina que manifestaria desaprovação diante de um ato racista, mas reage com indiferença ao presenciar a injustiça.

É o que comprova um estudo da Universidade York, em Toronto (Canadá), publicado hoje na revista Science. Um grupo de estudantes presenciou uma situação forjada de racismo. Pouco depois, preencheu um formulário para descrever seu estado de humor.

Quase ninguém manifestou desconforto. Um segundo grupo foi convidado a prever como reagiria na mesma situação: quase todos afirmaram que se sentiriam incomodados ou reagiriam à cena.


Fonte: O Estado de SP (09/01)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cineasta alagoano volta à terra natal para produção de um filme sobre descendente de Zumbi

Por Cláudio Roberto - colaborador
Jornal Alagoas em tempo - Edição 357 - 12 a 14/01/2009



O cineasta alagoano, Hugo Damata, que mora em São Paulo há mais de 40 anos, retornou ao estado para filmar um documentário sobre a trajetória do primeiro Rei Negro do Brasil, Obá Sobá Geleju Adelabú III José Mendes, que nasceu em União dos Palmares e é tataraneto de Zumbi dos Palmares.

Ele também visitou a comunidade remanescente quilombola do Carrasco, que é formada por 218 famílias e foi reconhecida oficialmente no ano de 2004 pelo Ministério da Cultura.

Para iniciar o trabalho, o cineasta alagoano visitou as comunidades dos Quilombolas nos municípios de Traipu, Batalha, Feira Grande, na Serra da Barriga em União dos Palmares, Taquarana, Palmeira dos Índios e Arapiraca.

Para o cineasta alagoano, que está recebendo o apoio da Câmara Municipal de Arapiraca e da Prefeitura, o objetivo é resgatar os fatos, transformá-los em película, mostrando a verdadeira história do Zumbi dos Palmares, que, segundo ele, ainda vem sendo confundido entre herói e bandido.

“Zumbi nunca lutou por causa própria, mas sim, defendendo os direitos dos negros no Brasil, como também dos próprios índios”, ressaltou Damata, antecipando ainda que será feito um completo mapeamento. Ele vem discutindo com historiadores e entidades ligadas ao Zumbi dos Palmares, percorrendo toda a sua trajetória de lutas.

Damata anunciou que as filmagens estão previstas para a primeira semana de maio, tão logo sejam concluídas as pesquisas e as coletas dos dados. O cineasta garante que o cenário será todo projetado e construído de acordo com a época, se aproximando o máximo possível da realidade.

O elenco deverá ser da Rede Globo de Televisão que já está sendo escolhido e será divulgado em fevereiro. O documentário também terá a participação especial dos moradores das regiões onde existam remanescentes do Quilombo do Palmares, preservando o seu estilo de vida, a própria linguagem da época. “O filme não será regional. Queremos transformá-lo em nível internacional e de acordo com o que a própria história nos conta”, garante ele.


Publicado em: www.alemtemporeal.com.br/?pag=cultura&cod=1396

domingo, 11 de janeiro de 2009

Fenal fortalece suas ações em 2009


O Fórum de Entidades Negras de Alagoas (Fenal) convocou as lideranças das entidades filiadas e demais interessados para participar de uma reunião extraordinária na última sexta-feira (09.01). Estiveram presentes representantes da União de Negros pela Igualdade (Unegro-AL); Centro de Educação Popular e Cidadania (Cepec); Centro de Cultura e Cidadania Malungos do Ilê; Grupo de Capoeira Muzenza; Centro de Pesquisas e Estudos Afro-Alagoano Quilombo; Grupo de Capoeira Liberdade; Movimento Juventude do PT; Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô; Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro; e a Cojira-AL.

Na ocasião, foram discutidos a necessidade de fortalecer o Fórum e efetivar uma maior articulação entre as entidades; além de debater sobre a importância de levar representantes do Estado de Alagoas para o Congresso Nacional de Negros e Negras do Brasil (CONNEB), que acontecerá em Belém-PA nos dias 30, 31 de janeiro e 1º de fevereiro - busca fortalecer as entidades e construir um projeto político para a população negra do Brasil.

O próximo encontro ficou agendado para segunda-feira (12.01) às 19h, uma assembléia extraordinária na sala multi-uso localizada no Espaço Cultural da Ufal, Praça Sinimbu – Centro de Maceió. Serão selecionados os delegados para o CONNEB, que não precisam ser necessariamente filiados ao Fenal, mas precisa ser eleitos em uma plenária. O Estado de Alagoas poderá enviar 14 delegados.

Também foi estabelecida uma assembléia do Fórum para o primeiro sábado de fevereiro (07.02), às 14h, local a ser confirmado - para a filiação de novas entidades e o planejamento de ações para este ano, da gestão "Resistência Negra", cujo mandato se estende até 2010. Participe!!!

AfroReggae faz show em União

A banda AfroReggae será a atração deste final de semana, na Serra da Barriga, em União dos Palmares, dentro do projeto sociocultural do Parque Memorial Zumbi dos Palmares. O projeto é uma parceria entre a Fundação Sônia Ivar (DF) e a Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura. A apresentação acontece no domingo, 11, a partir das 16 horas. Além da AfroReggae a programação conta ainda com apresentação das bandas locais Afro Zumba, The Prisma e da capoeira Guerreiros de Araunda. O acesso aos shows é inteiramente grátis.

O projeto tem objetivo de promover atividades socioculturais como visitas técnicas de crianças e jovens para a formação de atitudes de preservação do patrimônio cultural; intercâmbios artístico-culturais de comunidades quilombolas e comunidade negra em geral, aulas espetáculos, que utilizam diversas linguagens artísticas e qualificação profissional de jovens para o desenvolvimento do turismo étnico sustentável, tendo como público alvo estudantes de escolas públicas municipais e estaduais de Alagoas, entre outras categorias, etc.

O Grupo Cultural AfroReggae (GCAR) surgiu em janeiro de 1993, inicialmente em torno do jornal Afro Reggae Notícias - um veículo de informação que visava à valorização e a divulgação da cultura negra, voltado sobretudo para jovens ligados em ritmos como reggae, soul, hip-hop, etc. Com planos de ter uma intervenção mais direta junto a população afro-brasileira, em 1993, o grupo inaugurou na favela de Vigário Geral seu primeiro Núcleo Comunitário de Cultura, iniciando assim o desenvolvimento dos projetos sociais.

Em pouco tempo, esse núcleo se consolidou a partir das primeiras oficinas - que foram dança, percussão, reciclagem de lixo, futebol e capoeira - e preparou o terreno para novas empreitadas. Nessa época, o grupo já se tinha bem claro o objetivo a ser alcançado, e que pode ser definido pela missão institucional que tem nos pautado até hoje: oferecer uma formação cultural e artística para jovens moradores de favelas de modo que eles tivessem meios de construir suas cidadanias e com isto pudessem escapar do caminho do narcotráfico e do subemprego, transformando-se também em multiplicadores para outros jovens.

Apesar de toda a diversidade de atividades, a música tem sido em Vigário Geral o melhor instrumento para atrair os jovens a participar do GCAR. O sucesso obtido com a AfroReggae, tanto artístico quanto como modelo de projeto social, fez com que outros jovens quisessem percorrer o mesmo caminho e, hoje, o projeto tem mais três grupos musicais, que estão em fase de amadurecimento, mas que já fazem apresentações públicas: banda Makala Música e Dança, Afro Lata e Afro Samba. Além disso, em Vigário Geral existe os seguintes SubGrupos: Afro Mangue, Tribo Negra, Akoni e Kitôto.

Desde a criação do espetáculo Nova Cara, em 1998, a banda AfroReggae vinha percorrendo uma trajetória rumo a sua profissionalização que culminou com a assinatura de um contrato com a gravadora Universal para produção do CD Nova Cara. Um dado importante é o fato dessa ter sido a primeira vez no Brasil que uma banda, oriunda de um projeto social, conseguiu produzir o seu primeiro disco por uma grande gravadora.

Seu trabalho musical foi reconhecido com a inclusão da música “Quero Só Você”, na trilha sonora da novela Malhação, da rede Globo. No DVD ‘Nenhum motivo explica a guerra’, o grupo promove uma campanha pela paz em todo o mundo, condenando os conflitos que têm marcado a guerra entre nações.

Tambor Falante inicia suas atividades e tem depoimentos sobre a Lei 10.639/03

Foi lançado ontem (10.01), o projeto Tambor Falante - Ciclo de Debates, uma promoção da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL), Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô e a Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro.

A primeira edição abordou a Lei Federal 10.639/03, que obriga a implantação do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no currículo escolar nacional. Estiveram presentes educadores, pesquisadores e lideranças de diversas entidades do movimento negro alagoano, que puderam expor suas críticas, propostas e relatar experiências.

Para dar início a atividades, foram lidos depoimentos adquiridos de pessoas importantes que atuam para o fortalecimento da lei, são eles: Ana Paula Silva, Arísia Barros, Bárbara Heliodora, Irani Neves e Zezito Araújo. Logo em seguida começou um rico debate que iniciou às 16h e se estendeu até a noite.

Confira o conteúdo:



Lei 10.639/03 e o Movimento Negro


Ana Paula Silva: Arte-Educadora, Diretora do Centro de Cultura e Cidadania Malungos do Ilê; Presidente do Fórum de Entidades Negras de Alagoas (Fenal)

“O desafio de construir, juntos, uma pedagogia da diversidade, que nos aproxime do universo simbólico e material pode ser verificado através da implementação da Lei 10.639/2003 que, institui a obrigatoriedade do ensino da História Afro-Brasileira e História da África no currículo escolar, impossível não ressaltar que essa Lei é resultante da luta do movimento e organizações negras do cenário nacional, a partir de constatações e semelhanças associadas e dada ao povo negro como o estigma de escravo, sem afirmar que antes do período escravocrata se tratava de cidadãs e cidadãos livres.

Nas escolas a discriminação racial manifesta-se no momento em que os agentes pedagógicos não reconhecem o direito à diferença própria de cada povo, indígena, negro, branco, asiático e acabam mutilando a particularidade cultural de um importante segmento da população brasileira que é discriminado nas salas de aula, não apenas pelo dito, mas, acima de tudo pelo que é silenciado.

É nosso dever enquanto agentes pedagógicos, educadores sociais e outros, provocar no anulado a manifestação do senso crítico sobre a eliminação da discriminação racial. E nosso compromisso social deve ser o de exigir dos governantes em todas as esferas, políticas públicas de educação que assegure o acesso e a permanência dos alunos na escola, com profissionais da educação que sejam capazes de lidar com temáticas e causas diferentes e assim eliminar de vez essa exclusão.

A LEI 10.639/03 É UMA PODEROSA FERRRAMENTA, CAPAZ DE TRANSFORMAR O SISTEMA EXCLUDENTE DO BRASIL E PROMOVER A DIVERSIDADE”.



06 Anos da Sanção da Lei Federal Nº 10.639/03


Arísia Barros: Co-autora da Lei Estadual nº 6.814/07. Consultora para aplicabilidade das políticas educacionais para uma pedagogia anti-racista: Lei Estadual nº 6.814/07 e Lei Federal nº 10.639/03. Coordenadora do Projeto Raízes de África (ONG Maria Mariá), Professora, Redatora Publicitária e autora do livro: A Pequena África chamada Alagoas.

"O preconceito racial muda a vida das pessoas de várias maneiras, estabelecendo relações humanas tensas e conflituosas, gerando a massificação dos estereótipos e a cultura da intolerância, da auto-negação e das angustiantes inquietações hameletianas: ser ou não ser, eis a questão!

O racismo se transfigura em manifestações pessoais e expressões coletivas criando uma certa esquizofrenia social. É preciso render-se ao desafio proporcionado pelo convívio com a cultura africana e o conhecimento múltiplo de quem esteja disposto a aprender e a ensinar. A Lei Federal nº10.639/03 mudou os parâmetros da educação pública, criou uma conversa íntima com as diversas histórias, substantivou as possibilidades de enriquecimento curricular; mas, o Brasil/Alagoas ainda atravessa a rua quando encontra África!"

Desafios da Implantação da Lei na Rede Privada de Ensino

Bárbara Heliodora Costa e Silva: Presidenta da CEB-CEE/AL; Presidenta da Federação dos Estabelecimentos de Ensino de Alagoas; Diretora do Colégio Galileu.

“A instituição da Lei 10.639/2003, não trata de mudança de foco etnocêntrico marcadamente de raiz européia para um foco africano.

A inclusão de História e Cultura Afro-brasileira e africana nos currículos da Educação Básica é uma decisão política com repercussão pedagógica, inclusive na formação do professor.

O desafio da implantação da Lei 10.639/2003, não é específico da Rede Privada de Ensino, mas de toda “sociedade brasileira” que visa acabar com o modo falso e reduzido de tratar a contribuição dos africanos e seus descendentes na construção desse País.

Esse desafio, além da inclusão de novos conteúdos, compreende a necessidade de mudança nas relações étnico-raciais, sociais e pedagógicas de combate ao racismo, discriminações e equívocos, para garantir a reconstrução de uma sociedade mais justa, igual e equânime, a partir da consciência política e histórica da diversidade, fortalecimento de identidades e direitos e ações educativas que promovam a igualdade racial”.

Perspectiva para 2009

Irani Neves: Professora e Gerente Étnico-Racial da Secretaria Estadual de Educação e Esporte de Alagoas.

“A obrigatoriedade da temática de História e Cultura afro-brasileira e Africana no currículo escolar repercutiu positivamente nas ações pedagógicas das escolas e principalmente na formação de professore/as. Por isso é necessário investir numa sólida formação para professores/as para que os/as mesmos/as percebam a importância destas questões e reflitam sobre as suas posturas, valores e atitudes.

A Gerência de Educação Étnico-Racial e de Gênero da SEE tem como propostas de trabalho para 2009:
•Fortalecer o Fórum Permanente Educação e Diversidade Étnico-Racial;
• Realizar formação continuada para professores/as quilombolas;
• Promover grupos de estudos sobre a questão de gênero;
• Apoiar, dialogando com o movimento negro e GBLTT, a elaboração de planos, projetos ou ações cujo foco seja a educação das relações étnico-raciais e de gênero;

Inicialmente, essa é nossa proposta de trabalho. Pretendemos também dialogar com as CEs para a partir de suas necessidades e realidades construirmos um plano de trabalho coletivo para o ano de 2009”.



A Importância da Lei 10.639/03


Zezito Araújo: Historiador; Vice-Diretor do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Ufal; Secretário Executivo do Comitê Gestor do Parque Memorial Quilombo dos Palmares.

“A grande importância dessa lei é que não está dirigida apenas para os afro-descendentes, ela possui um conteúdo político que transcende a questão da cor e do racismo, pois, impõe-se a obrigatoriedade do ensino da História da África e da Cultura Afro-Brasileira no ensino fundamental e médio do Brasil.

O Estado brasileiro ao implantar essa lei, reconheceu a necessidade de criar políticas afirmativas para promoção da igualdade racial, com isso, possibilitou uma discussão nova na sociedade brasileira, a diversidade e a pluralidade dos valores e do comportamento do povo brasileiro.

Enquanto instrumento político de afirmação da negritude, lei possibilita quebrar a singularidade histórica, ao tornar possível refazer leituras de fatos históricos onde prevaleçam a pluralidade. Não existirá apenas Zumbi, mais vários Zumbis heróis, não se falará de senzala, mas, dos homens, das mulheres e das crianças que foram obrigados a habitar nela e que construíram este país”.

sábado, 10 de janeiro de 2009

VII Lavagem do Bomfim em Maceió


A Casa de Iemanjá tem a honra de convidar Vossa Senhoria para se fazer presente na VII Lavagem do Bomfim, que será realizada amanhã (11/01), às 15h, no Pátio da Igreja do Bomfim.

A caminhada é realizada pelas ruas de Maceió, e é a integração das Casas de Axé de Alagoas, simpatizantes e artistas, todos reunidos em negação à Intolerância Religiosa, clamando respeito entre todas as formas de crença e culto religioso.

A concentração será na Rua São João, nº 03, Jacintinho, tendo como Ponto de referência a primeira entrada no fundo do Hospital Geral São Rafael, antiga Maternidade Santa Lúcia, seguindo em cortejo para o pátio da Igreja (local da cerimônia religiosa), até a sede do Núcleo na Rua Dona Alzira Aguiar, 429, Ponta da Terra.
Convite enviado por email.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Entidades afro-alagoanas lançam Tambor Falante


A Lei Federal 10.639 que obriga a inclusão da temática étnico-racial nas escolas completa seis anos de implantação e lideranças avaliam as transformações na sociedade



Por: Helciane Angélica (Jornalista)


O Tambor Falante – Ciclo de debates visa articular encontros periódicos entre lideranças dos segmentos afros, educadores e formadores de opinião para discutir temas diversos e, também, propor uma nova maneira de participação na continuidade da luta e organização do povo afro-brasileiro. A primeira edição abordará a Lei Federal 10.639/03 e acontecerá neste sábado (10.01) a partir das 15h, no restaurante Velho Jardim, localizado no bairro do Riacho Doce em Maceió.

Com periodicidade bimestral, a proposta é unir entretenimento com troca de experiências, onde serão registrados todos os relatos e transformá-los em produções bibliográficas. De acordo com o idealizador do projeto, Helcias Pereira, coordenador de Cultura do Anajô, a proposta do ciclo de debates é fomentar a reflexão crítica e a transformação da realidade. “Buscamos provocar, articular e estimular a consolidação de novas idéias, ações e realizações em favor do povo afro-alagoano e a sociedade em geral”. Informou ainda que: “não é necessariamente um encontro de delegados e representantes negros, e sim, de amigos e pessoas interessadas em discutir temas importantes. O Movimento Negro contribuiu de forma efetiva na consolidação de muitas conquistas, inclusive, na instalação dessa Lei e muitos ignoram isso”, afirmou.

A Lei 10.639 foi aprovada no dia 09 de janeiro de 2003, quando reformulou a Lei 9.394/96, para inserir o ensino sistemático de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em toda a rede de ensino nacional: Educação Básica (Infantil, Fundamental e Ensino Médio), Educação de Jovens e Adultos, além da Educação Superior, em especial, no que se refere à formação continuada dos professores. Inicialmente, era para ser aplicada nos conteúdos de Educação Artística, Literatura e História do Brasil. Porém, pode ser facilmente estendida em outras disciplinas como Geografia, Biologia, Ensino Religioso e até na Matemática.

Nesses seis anos, muitos avanços foram conquistados, professores se sensibilizaram com a importância da temática, começaram a participar de palestras e desenvolver atividades coletivas nas salas de aula. O Estado de Alagoas, foi o pioneiro no país a estadualizar a Lei federal, quando o governador Teotonio Vilela Filho sancionou a Lei 6.814 no dia 02 de julho. No entanto, ainda existem deficiências, quanto a avaliação profissional e a ausência de material didático-pedagógico qualificado.


Proponentes


O projeto inovador surgiu timidamente e depois foi organizado de forma coletiva e independente entre os representantes do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) e pela Pastoral da Negritude. As três entidades já promoveram outras ações conjuntas e buscam fortalecer o movimento social negro, além de investir na consciência sócio-política dos alagoanos.

O Anajô foi rearticulado há três anos, mas suas primeiras ações iniciaram em 1988 e tinha um forte vínculo com os Agentes de Pastoral Negros (APNs) – entidade nacional. Atualmente, investe em ações sobre a conjuntura da população afro-descendente e promove estudos sobre a história do Quilombo dos Palmares. Já a Pastoral da Negritude atua na Igreja Batista do Pinheiro, é a única no Estado e suas atividades visam a releitura da Bíblia partindo da ótica étnico-racial e prioriza o diálogo inter-religioso.

A Cojira-AL tem apenas um ano de atuação, porém contribui para a interlocução entre os segmentos afros, meios de comunicação e a sociedade. Interligada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal), foi o quinto coletivo a ser instalado no país e o primeiro do Nordeste.


SERVIÇO
Tambor Falante – Ciclo de Debates
Tema: Lei 10.639/03 – avanços e desafios
Dia: 10/01/2009 (sábado)
Local: Restaurante Velho Jardim – AL 101/ Norte, 59, em frente à Igreja na pista principal.
Horário: 15h
Aberto ao público / Consumo individual
Contatos: 8893-9495 (Helcias) / 9999-1301 (Valdice) / 9119-5730 (Jorge)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

BBB-9 já inicia com substituição



O reality show mais assistido do Brasil, o BBB da Rede Globo, inicia sua 9ª edição na próxima terça-feira (13.01). Os participantes mal foram apresentados e já houve troca. O carioca Milton, um dos participantes escolhidos para integrar a casa do Big Brother Brasil, foi substituído por Alexandre.

Milton, de 27 anos, apresenta quadros de hipertensão, o que não é aconselhável para participantes que terão que enfrentar provas de resistência física durante a permanência no jogo, conforme a avaliação dos médicos que fizeram exames clínicos em todos os candidatos selecionados. É matemático, professor e doutorando em Engenharia Mecânica.

O programa possui pessoas de várias partes do país, inclusive, com representantes do Norte e Nordeste que são a minoria entre os selecionados. Quanto aos participantes negros, manteve-se apenas 1 (um), o que acabou de entrar na disputa: Alexandre, 35, natural do Recife (PE) e administrador de empresa.


Com informações do site oficial.

Fenal realiza reunião extraordinária


A presidente do Fórum de Entidades Negras de Alagoas (Fenal), Ana Paula da Silva, convida os representantes das entidades filiadas e demais interessados para participar de uma reunião extraordinária nesta sexta-feira (09.01) às 10h no Espaço Cultural da Ufal, Praça Sinimbu – Centro de Maceió.

Pauta: Posicionamento da entidade sobre a escolha de delegados para o CONNEB, que acontecerá em Belém-PA nos dias 30, 31 de janeiro e 1º de fevereiro - busca fortalecer as entidades e construir um projeto político para a população negra do Brasil. O Estado de Alagoas poderá enviar 14 delegados.

Contatos: (82) 8807-1803

Lei 10.639/03 completa seis anos


A Lei 10.639 foi aprovada no dia 09 de janeiro de 2003, quando reformulou a Lei 9.394/96, para inserir o ensino sistemático de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. A Resolução busca instituir as relações étnico-raciais nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação em toda a rede de ensino: Educação Básica (Infantil, Fundamental e Ensino Médio), Educação de Jovens e Adultos, além da Educação Superior, em especial, no que se refere à formação continuada dos professores.

Inicialmente, era para ser aplicada nos conteúdos de Educação Artística, Literatura e História do Brasil. Porém, pode ser facilmente aplicada em outras disciplinas como Geografia, Biologia, Ensino Religioso e até na Matemática.

Nesses seis anos, muitos avanços foram conquistados, professores se sensibilizaram com a importância da temática e começaram a participar de palestras, além de desenvolver atividades coletivas nas salas de aula. No entanto, ainda existem deficiências, quanto a avaliação profissional e ausência de material didático-pedagógico qualificado; a deficiência na parceria entre segmentos afros nas unidades de ensino; e as ações desenvolvidas com os alunos normalmente acontecem nas datas históricas, o que deveria ser cotidiana.

Em Alagoas, foi sancionada a Lei Estadual 6.814/07 (pioneira no país) e foram realizados mais de 30 encontros afro-alagoanos de educação com temas polêmicos e convidados importantes, mas ainda é preciso progredir. No ano passado, ocorreu uma nova adaptação na Lei Federal para obrigar a inclusão da temática indígena (Lei 11.645/08), um justo reconhecimento!

A consciência sócio-política e cultural deve ser fortalecida, principalmente, no ambiente escolar onde é preciso cultivar o respeito à diversidade e desmitificar as informações empregadas nos livros didáticos – reconhecer a contribuição ancestral e investir na identidade étnico-racial. Educação com qualidade, sempre!!!

Indicação 1

As produções bibliográficas sobre as questões étnico-raciais se intensificam a cada dia, inclusive, com editoras especializadas. Possuem livros para públicos diversos e em várias categorias (infanto-juventil, político, poético, didático, pesquisas acadêmicas, artigos). Sugestões: “Racismo no Brasil” (Lilia Moritz Schwarcz - 2001); “Palmares” (Flávio dos Santos Gomes – 2005); “O negro na mídia – A invisibilidade da cor” (Sindjors – 2005); “A pequena África chamada Alagoas” (Arísia Barros - 2007); “Malungos na escola - questões sobre culturas afro-descendentes e educação” (Edimilson Pereira - 2007); “A Casa da Água - Alma da África” (Antonio Olinto - 2007); “O Racismo explicado aos meus filhos” (Nei Lopes – 2007); “História e cultura afro-brasileira” (Regiane Augusto de Mattos - 2007); “Candomblé: Agora é Angola” (Ivete Miranda Previtalli - 2008); “Mídia e Racismo” (Silvia Ramos - 2007); “O Branqueamento do Trabalho” (Ramatis Jacino - 2008); “África no Brasil – A formação da Língua Portuguesa” (José Luiz Fiorin e Margarida Petter - 2008); “Racismo e Discurso na América Latina” (Teun A. van Dijk - 2008) “Das Macumbas à Umbanda: uma análise histórica de uma religião Brasileira” (José Henrique Oliveira - 2008); “Diáspora negra no Brasil” (Linda M. Heywood - 2008); “A Origem dos Meus Sonhos” (Barack Obama – 2008); e todas as edições da revista Kulé Kulé (Neab/Edufal).

Indicação 2

Outro recurso que pode ser bem explorado nas salas de aulas são as produções cinematográficas, com certeza, trarão dinamismo e o enriquecimento nas discussões sobre a temática afro. Segue algumas sugestões de filmes e documentários: Black Panthers (1968); Quilombo (1984); A cor púrpura (1985), Um grito de Liberdade (1987); Malcom X (1992); Amistad (1997); Duelo de Titãs (2000); Vista minha pele (2003); Rompendo o silêncio (2003); O Xadrez das cores (2004); As filhas do vento (2004); De volta pra casa (2005); Em defesa da honra (2005); Atabaque Nzinga (2006); Ó, paí, ó (2007); A negação do Brasil (2000) – este último é recomendado não só para professores e alunos, como também, para os que atuam na área da comunicação social.


Material editado pela jornalista Helciane Angélica e publicado na COLUNA AXÉ, jornal Tribuna Independente, no dia 06/01/2009.