Com representantes de todo Brasil, foi realizado nos dias 29 e 30 de maio, no Centro de Convenções Israel Pinheiro, em Brasília, o Seminário “Diálogos: Democracia e comunicação sem racismo, por um Brasil afirmativo”, promovido pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
O encontro discutiu o quadro atual da comunicação social no Brasil, no que diz respeito à diversidade e ao combate ao racismo, bem como medidas que contribuam para que o País alcance uma comunicação mais plural e democrática, por meio do fortalecimento das mídias negras.
Participaram da mesa de abertura, a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial(Seppir); Valdice Gomes, representando a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira), órgão consultor da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); Rosane Borges, do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR); e Hilton Cobra, presidente da Fundação Cultural Palmares.
A ministra Luíza Bairros considerou o evento um momento importante para se colocar no debate que a comunicação talvez seja, dentre as variáveis que precisam ser trabalhadas no combate ao racismo, a mais difícil de ser acessada. “A comunicação hegemônica tem um peso tão grande nesse momento, que acaba se tornando o setor ou área que teria o papel mais fundamental para poder fazer com que essas mudanças na sociedade pudessem ser vistas, para que a população negra pudesse aparecer como uma marca fundamental das mudanças que o Brasil tem sofrido nos últimos anos”.
Outro ponto de destaque nas discussões foi sobre o histórico da imprensa negra no Brasil, a partir da palestra de Ana Flávia Magalhães – pesquisadora, doutoranda da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – onde ressaltou que a comunicação negra vai além do jornalismo, da imprensa escrita e inclui uma rede ampla de profissionais que produzem conteúdos de interesse da população afro-brasileira. “Houve tentativas de silenciamento, mas desde o século 19, em termos de imprensa, os negros nunca se calaram e pautaram de forma diversa e incisiva a questão do racismo”, disse.
Os periódicos negros, a exemplo de “O Mulato” (RJ), “Homem de Cor” (RJ), “O Homem” (PE) e “A Pátria” (SP), foram exemplos de esforço coletivo para a produção de conhecimento no combate do racismo e no fortalecimento das comunidades negras. Essa memória precisa ser resgatada e ter maior investimento público para a permanência dos meios de comunicação atuais da imprensa negra e que contribuem para o respeito da diversidade étnicorracial, cultural, de gênero e credo. Axé!
Coluna Axé – 299ª edição – Jornal Tribuna Independente (03 a 09/06/2014) / Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL)
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com
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