sábado, 4 de dezembro de 2010

Artigo: Crianças maravilhosas

Elas deram seu grito de guerra: "Por uma infância sem racismo!"


Por: Kleverton Almirante - Estudante de Jornalismo da UFAL / Colaborador da COJIRA-AL


O lançamento da Campanha Nacional “Por uma infância sem racismo” no Estado de Alagoas, ação promovida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) nesta sexta-feira (03.12), no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado no platô da Serra da Barriga em União dos Palmares, foi um espetáculo realizado por crianças que mostram suas cores, culturas e raças com muita expressão artística.


Elas são indígenas, negras, ciganas, meninos e meninas com muito talento e inteligência. São do Malungos do Ilê, Afro Nação Dandara, Arafunfun Omangerê, o Coral Canarinhos de Aracaju (SE), dentre tantos outros pequeninos que estão tendo acesso a cultura e arte, compartilhando a primeira e reproduzindo a segunda para olhos bem adultos reconhecerem o que é o aprendizado desde cedo – que é na infância que traçamos nosso futuro.

Vê-las a dançar, a cantar, a tocar instrumentos e a interpretar, é no mínimo, emocionante. É enaltecedor delas próprias! Faz tão bem saber que elas não estão indo rumo ao crime e à marginalidade. Ô crianças cheias de futuro!

Quantos críticos não teriam ali? Todas elas afirmando as suas origens, e graças a educadores como Paulinha, do Malungos do Ilê, elas estão conhecendo e vivenciando suas origens para poder afirmá-las e mostrar quanta beleza há em suas raças, cores e culturas, ao longo dos tempos oprimidas pelos padrões hegemônicos impostos com desprezível violência. Que essas palavras não venham ofuscar a essência do texto.

Segundo Paulinha, os pais destas crianças são parceiros, participantes do projeto que abrange escolas do bairro de Bebedouro, em Maceió, e a aceitação deles foi de cem por cento, o que é de grande valor para a total liberdade delas em afirmar quem são e para onde vão.

É maravilhoso ver crianças maravilhosas. E naquele espaço sagrado, cheio de árvores sagradas e encantadoras, tudo se tornou perfeito.

Enfim, hora de ir, já dizia o relógio. A sensação é de retirada da Natureza de mim. Os olhos se encheram de lágrimas e a saudade já começou a doer. De volta à Selva de Pedras para poder lutarmos juntos a estas crianças guerreiras. O quilombo se transferiu. Como festejo das muitas vitórias, iremos várias outras vezes lá na Terra da Liberdade comemorar.

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