O dia 02 de fevereiro é uma data de luta e reflexão para os adeptos 
das religiões de matrizes africanas de Alagoas, principalmente em relação ao Quebra de Xangô de 1912, quando centenas de casas de axé foram destruídas e religiosos perseguidos. Atualmente, a data é marcada por manifestações político-culturais com o objetivo de denunciar os casos de preconceito executados cotidianamente, além de buscar estratégias para coibir e punir os opressores.
Desde o ano passado, os governos municipal e estadual sancionaram o Dia de Combate à Intolerância Religiosa tornando-se um marco no Estado de Alagoas. Para comemorar, hoje às 9h terá uma programação especial na Casa de Iemanjá localizada na Rua Dona Alzira Aguiar, nº 429, no bairro da Ponta da Terra em Maceió.
Cerca de 200 pessoas de diferentes partes da capital alagoana, de várias crenças religiosas e representantes das casas de axé (três ônibus foram disponibilizados para buscar religiosos dos bairros periféricos como Village Campestre, Eustáqio Gomes, Prado e Ponta Grossa), assim como, pesquisadores e ativistas participarão do projeto Diálogo Fraternos e prestigiarão a entrega do diploma de ordem ao mérito Oju Jangun, que em iorubá significa “os olhos dos guerreiros” – trata-se de uma homenagem para 10 personalidades (pessoas e grupos) que vem contribuindo para o combate da intolerância religiosa, a exemplo da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL).
Também terá a exposição de telas “Ori Shá – A força que emana sobre a cabeça” de Salles Tenório, a apresentação artística dos ogãns e um toque afro seguido de um coffee breack no encerramento. A atividade é realizada pelo Nucab/Iyá Ogun-Té, Ponto de Cultura Quilombo Cultural dos Orixás, a Rede de Religiosos de Matriz Africana de Alagoas e conta com o apoio do Governo de Alagoas.
Dentre as autoridades que confirmaram presença estão: o Excelentíssimo Governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho; Wedna Miranda, Secretária Estadual da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos; Álvaro Machado, Secretário do Gabinete Civil; o deputado estadual Judson Cabral que foi o autor da lei estadual; o vereador Galba Novais; o Coronel Mário da Hora, da Polícia Militar; o Dr. Flavio Gomes do Ministério Público; e o babalorixá Maciel, o patriarca da religião afro em Alagoas.
As religiões afros cultuam os orixás que são os guardiões dos elementos da natureza. Axé!
Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (02.02.10)
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