terça-feira, 2 de agosto de 2016

Demandas da Seppir

Em busca de oxigenar as ações da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), em meio ao turbilhão de mudanças no governo federal, que limitaram os trabalhos em prol da população negra, na última semana a secretária Luislinda Valois realizou atividades para discutir questões que requer um olhar atento e cuidadoso a exemplo do diálogo do Brasil com países africanos.

O estreitamento das relações entre o Brasil e Angola, foi pauta de discussão da Seppir. A secretária Luislinda Valois esteve na embaixada de Angola no Brasil, reunida com o embaixador Nelson Manuel Cosme para discutir a agenda entre os dois países acerca da pauta racial. A finalidade do encontro foi manter a antiga relação que já rendeu muitos frutos e planejar novas ações para o futuro. Ficou encaminhada a realização de uma reunião de trabalho entre as equipes da embaixada e da secretaria para verificação do estágio em que está a cooperação entre as duas instituições e planejar o que ainda é possível avançar.

Valois ressaltou que vivemos o período da Década Internacional de Afrodescendentes, que requer que “nos debrucemos sobre essas questões que não são somente nossas, mas de todo o mundo”, completou. Diante da constatação que, ainda, há muito a ser feito, nesta mesma semana, para tratar sobre a violência contra a mulher negra, a Seppir em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e o Grupo de Embaixadores e Chefes de Missões Africanas em Brasília realizaram o seminário “Ano dos Direitos Humanos na África com destaque para os Direitos das Mulheres”, quando foi reafirmada a discussão a cerca da vulnerabilidade da mulher negra brasileira.

O tema geral do encontro: “O Direito à Vida, à Integridade e à Segurança da Mulher”, trouxe a discussão sobre assédio moral e sexual, o tráfico de mulheres e a superlotação da população carcerária feminina, que em todos os itens ocorre em maior proporção para as mulheres negras. Valois afirmou que “a mulher preta continua na Senzala, mas ela não é fraca nem inferior às outras”, destacou, se referindo aos dados do Mapa da Violência, que apontam as mulheres negras como as que mais sofrem com as agressões.

O evento contou ainda com painéis temáticos, que discutiram: Punição e Ressocialização dos Agressores; Mecanismos e Serviços Acessíveis para Informação, Reabilitação e Reparação Eficazes para Vítimas de Violência contra Mulheres. A proposta do seminário está entre os objetivos da Seppir em reforçar às ações da Assembleia da União Africana, que declarou 2016 como o "Ano Africano dos Direitos Humanos com especial destaque para os Direitos das Mulheres". A mobilização é necessária e as ações, além do campo teórico, são essenciais para legitimar o fortalecimento do povo negro. Demandas não faltam para continuarmos na luta!

Fonte: Coluna Axé – 402ª edição – Jornal Tribuna Independente (02 a 08/08/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

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