O Teatro Experimental do Negro(TEN) fundado no Rio de Janeiro em 1944, representou uma revolução no cenário cultural brasileiro. Idealizado e dirigido por Abdias do Nascimento – um dos maiores ativistas pelos direitos humanos no Brasil, que deixou um legado de luta no desenvolvimento sociocultural, político e econômico do povo afrodescendente brasileiro – tinha como objetivo a valorização da herança cultural, a identidade, autoestima e a criação de uma nova dramaturgia.
Também foram promovidas atividades nas artes plásticas; organização de eventos para estimular a conscientização política; concursos de beleza que enalteceram a mulher negra; além de cursos de alfabetização e cultura geral.
A participação de várias pessoas foi essencial para o seu desenvolvimento, negros e brancos lado a lado, que eram funcionários públicos, artistas, datilógradas, professores, empregadas domésticas e operários ajudaram nos trabalhos.
Foi um movimento que lutou contra as diversas nuances do racismo, mostrando o potencial de artistas negros nos mais diversos setores (atores, atrizes, autores/as, diretores/as) e provocou o interesse da imprensa.
Os sinais da crise apareceram na década de 1950, com a precariedade financeira, ausência de local para ensaios e a montagem irregular de espetáculos, dificuldades frequentemente vivenciadas por vários grupos culturais. Porém, diante do apogeu da ditadura militar o grupo foi extinto, já que qualquer movimento em defesa da negritude e outras classes tidas como inferiores passaram a ser vistos com desconfiança e eram perseguidos.
Foram vários espetáculos em quinze anos de atuação, trata-se de um marco histórico e não pode ser esquecido!
T.E.N
O Teatro Experimental do Negro(foto) foi um protesto em forma de arte, que inspirou vários grupos e tornou-se referência para ativistas do Movimento Social Negro. A exclusão de artistas negros nos palcos era massacrante, condicionando-os para papéis subalternos ou decorativos; e quando existia uma personagem de destaque, era geralmente interpretado por um ator branco cujo rosto pintava-se de preto. O grupo mudou paradigmas e mostrou o talento de Ruth de Souza, Grande Othelo, Léa Garcia, Santa Rosa, Aguinaldo Camargo, José Maria Monteiro, Marina Gonçalves, Arinda Serafim e tantos outros.
Fonte: Coluna Axé – 314ª edição – Jornal Tribuna Indepdente (14 a 20/10/2014) / COJIRA-al / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com
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