Alagoas será a capital nacional da consciência negra na educação no período de 28 deste mês a 1° de março. Nesses dias, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), promove no Centro Cultural e de Exposições de Maceió, no bairro de Jaraguá, o I Fórum Nacional da Consciência Negra na Educação. A conferência magna acontece às 10h de quinta-feira, e será proferida pelo Dr. Félix Ayoh’OMIDIR, da Nigéria. Ele abordará o tema “Universalização dos Direitos Humanos e a Política de Promoção da Igualdade Étnico-Racial na Educação”.
A atividade deve reunir cerca de 400 pessoas, entre educadores, representantes de movimentos sociais e organizações governamentais e não-governamentais que trabalham com a questão étnico-racial. “Nossa comissão organizadora conta com a participação de 17 pessoas, representantes de entidades e instituições como a ONG Anajô, Universidade Estadual de Alagoas, Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL), Sesi, Comissão Estadual dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, Undime e Instituto Magna Mater”, conta a gerente de Educação Étnico-Racial da SEE e presidente da comissão, professora Arísia Barros.
De acordo com Arísia, a programação foi definida a partir de contatos realizados no país. “Discutimos as fragilidades dos estados na implementação da Lei 10.639/03, e as temáticas foram sugeridas e incorporadas nas atividades do Fórum”, explica a gerente. “Inclusive, estive em Brasília nesta segunda-feira, juntamente com representantes de todos os estados para debater essas dificuldades. Em junho, o presidente Lula assinará um decreto para garantir a aplicabilidade da lei, baseado na contribuição dos estados”, informa ela.
Programação
As atividades do Fórum começam às 7h desta quinta-feira, com a recepção e o credenciamento dos participantes. Às 9h, entrega do documento “Diretrizes Curriculares Alagoanas para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino da História e da Cultura Africana, Afro-brasileria e Afro-alagoana” ao Conselho Estadual de Educação de Alagoas. Em seguida, será proferida a conferência magna.
Às 11h, acontece a mesa-redonda “Superando a intolerância racial e o sexismo através da adoção de políticas públicas, com Renísia Cristina Garcia, licenciada em História e doutoranda em Educação pela UnB; e Gineide Castro, especialista em Geo-história e professora da rede estadual de Alagoas.
Às 14h50, a discussão será “Memória, história e cidadania – Parque Memorial Quilombo dos Palmares – uma intervenção qualificada na construção do turismo étnico”, com Cláudia Santos, da coordenação de Turismo Étnico da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia, e Patrícia Mourão, idealizadora do parque e coordenadora executiva do Instituto Magna Mater. A atividade será seguida de um debate.
Às 16h, será a vez de duas palestras: A profª Drª Lia Scholze, coordenadora do projeto Escola de Gestores, fala sobre a construção do discurso da resistência em contraposição ao discurso da exclusão, enquanto a profª Carla Lopes aborda “A consciência negra e o debate em sala de aula”. Às 17h20, será realizado um café artístico, com o lançamento e relançamento de diversos livros que abordam a temática negra, como “Identidade Fragmentada, um estudo sobre o negro na educação brasileira”, de Renísia Cristina Garcia e “A África está em Nós”, de Roberto Benjamin.
Na sexta-feira, as atividades do Fórum iniciam-se às 8h, com uma apresentação artística. Às 8h30, será a vez da mesa-redonda “Racismo Institucional: promover a igualdade ou eliminar as diferenças?”, com Armênio Bello Schmidit, diretor de Educação para a Diversidade da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC; e Luiz Alberto Santos, secretário de Promoção da Igualdade Racial da Bahia.
Às 10h20, está programada uma nova mesa-redonda, desta vez discutindo as africanidades presentes no contexto escolar. Às 11h45, será realizada uma palestra sobre as dimensões constitutivas dos projetos políticos dos movimentos negros, com Débora Santos, da UnB. Às 14h, o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Alberto Carlos Almeida, abordará “A cabeça do Brasileiro: uma radiografia do preconceito no Brasil”. Às 14h45, será exibido o documentário “A Quebra de Xangô”, de Siloé Amorim, vencedor da carta estadual do Doc TV Alagoas em Cena 2006.
As atividades se encerram no sábado (1º), com a promoção das áreas de diálogos, troca e relatos de experiências para a implementação da Lei Federal 10.639/03. Essa ação acontece das 8h às 11h. Das 11h às 13h, os participantes irão propor e construir a Carta de Maceió. A programação encerra-se com a visita opcional ao Parque Memória Quilombo dos Palmares, às 13h.A programação encerra-se com a visita opcional ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares, às 13h.
Fórum
Denominado “Iká Kô Dogbá: Os Dedos Não São Iguais”, o Fórum está em consonância com a Lei Federal 10.639/03, que dimensiona o ensino de História da África e Cultura Afro-brasileira no currículo escolar, tornando-o obrigatório na educação básica; e o Parecer CNE/CP003 (BRASIL, 2004), que amplia as discussões sobre a identidade da cultura afro-brasileira e o combate à discriminação racial no espaço escolar.
(Com Agência Alagoas)
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