Publicações em redes sociais, atos públicos, cartazes, apitaço, gritos, manifestos e “até malhação de Judas”... vale tudo, para exaltar a insatisfação contra o atual presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP).
Na última quarta-feira (27.03), houve muita confusão, empurra-empurra e duas pessoas acabaram presas pela Polícia Legislativa, após um protesto que exigia a sua renúncia. O Deputado que também é pastor evangélico, tem recebido críticas por sua postura ofensiva, muitas vezes, considerada racista e anti-homossexual; e ainda responde por dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF): um sobre estelionato e outro por acusação de homofobia.
Em 2011, publicou em seu twitter: "Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome... etc"; escreveu ainda, "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição. Amamos os homossexuais, mas abominamos suas práticas promíscuas".
E na última sexta-feira (29.03) à noite, durante um culto em um ginásio de Passos (MG), o parlamentar fez mais uma declaração polêmica e que foi publicada no jornal Folha de São Paulo: “Essa manifestação toda se dá porque, pela primeira vez na história desse Brasil, um pastor cheio de espírito santo conquistou o espaço que até ontem era dominado por Satanás”.
O descontentamento sobre a escolha do presidente da Comissão estar longe de ser apenas da sociedade civil, tem se tornado comum notas públicas de instituições como a ONG Anistia Internacional que afirmou "(...)É grave que tenha sido alçado ao posto a despeito de intensa mobilização da sociedade em repúdio a seu nome"; a Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à CNBB, se pronunciou “A imediata reação contrária à nova Presidência da CDHM reforça a convicção de que a atuação da Comissão no parlamento não pode retroceder e que sua missão transcende os interesses particulares, tendo em vista que os objetivos da CDHM presumem uma interação constante com a sociedade civil”; e até o Procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que Feliciano "não é adequado" para ocupar o cargo na Comissão; e ex-presidentes da Comissão também condenam a atuação vexatória, “Mais uma vez, ele mostra desequilíbrio, inclusive emocional, para presidir uma comissão. É um cargo que exige parcimônia, respeito”, disse a deputada federal Manuela D´Ávila (PC do B-RS), que presidiu a CDH em 2011.
Enquanto isso, os protestos continuam!
Fonte: Coluna Axé - nº244 - Jornal Tribuna Independente (02.04.13)
Edição: Jornalista Helciane Angélica (MTE/AL 1102)- Com informações de agências nacionais
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