quinta-feira, 14 de julho de 2011

Alagoas participa de Encontro Nacional da Juventude APNs

Estarão presentes jovens, entre 15 a 29 anos, oriundos de várias partes do Brasil


De 14 a 17 de julho, acontecerá o 1º
Encontro Nacional da Juventude dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) na Casa do Lago UNICAMP em Campinas (SP). A atividade é voltada para jovens da entidade nacional, entre 15 e 29 anos, e já é considerada uma Conferência Livre, ou seja, todas as propostas aprovadas serão encaminhadas para as etapas da Conferência Nacional de políticas para a Juventude.

De acordo com Nuno Coelho, Coordenador Nacional, “o encontro tem como objetivo oferecer um espaço de reflexão e debate sobre as políticas públicas para juventude, a preparação da juventude APNs para o processo das Conferências que acontecem este ano. Também organizar um plano de ação da juventude dos APNs para os próximos anos, e assumir compromisso com a campanha nacional contra o extermínio da nossa juventude, em especial, a juventude negra que segundo dados é a que mais morre no país”.

A programação será iniciada com um Passeio Étnico seguido de uma Caminhada com o tema “APNs na Luta contra o Genocídio e Extermínio da Juventude Negra” pelas principais ruas da cidade, também, terão palestras diversas, oficinas (Comunicação e Mobilização, Biodança, Cultura Afro e Meio Ambiente, Capoeira e Hip Hop), grupos de trabalho (Militância e Protagonismo; Fé e Política; Relações de Gênero; Educação e Cultura).

Participará do encontro a Secretária Adjunta da Secretaria Nacional da Juventude da Presidência da República, Ângela Guimarães, representantes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República que estarão na abertura do evento, além de Helcias Pereira, Coordenador Nacional de Formação e membro do Conselho de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR/Seppir).

Nesse encontro, Alagoas terá três delegadas: Helciane Angélica e Fernanda Monteiro que representarão o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô (Mocambo Anajô), respectivamente, Coordenadora Estadual dos APNs/AL e Representante Estadual da Juventude APNs/AL; além de Deysyanne Teixeira, Coordenadora do Mocambo Esperança.

Com toda certeza, essa atividade contribuirá ainda mais para o fortalecimento da entidade nacional e garantirá a organização dos jovens nos núcleos de base para o enfrentamento do racismo, no combate de outras formas de intolerância e opressão da população negra. Também é o momento de formação de lideranças, para ficarmos mais motivados e preparados na luta por uma nova história e um mundo justo”, ressaltou Helciane Angélica, integrante do Anajô e uma das mais jovens coordenadoras estaduais dos APNs.


Escola de Formação
Nos dias 18 a 24 de julho, terá em São Paulo (SP), a Escola Nacional de Formação dos APNs. As aulas serão ministradas por ativistas do movimento negro experientes em palestras, além de professores universitários comprometidos no combate do racismo e que se dedicam às pesquisas sobre a questão étnicorracial.

Os APNs são atuantes em 12 Estados espalhados pelas cinco regiões e tem como missão “Por meio da organização, fé e luta, os agentes propõem ao Estado brasileiro políticas públicas e ações afirmativas que garantam à população negra o acesso aos direitos e à cidadania”.


Mais informações:
www.apnsbrasil.org
Twitter: @APNs_Brasil @APNs_Alagoas
Contatos: (11) 8451-2467 / (19) 8222-3457 / (82) 8831.3231 e 8708-1568




Fonte: http://anajoalagoas.wordpress.com/

terça-feira, 12 de julho de 2011

Via sacra até à Serra da Barriga



Texto: Helciane Angélica
Vídeo: JMarcelo Fotos (União dos Palmares)


O dia 07 de julho, ficará na lembrança das pessoas que foram prestigiar a cerimônia interreligiosa em homenagem a Abdias Nascimento na Serra da Barriga em União dos Palmares, abertura do Ìgbà – IV Seminário Afro-Alagoano: “Igualdade Racial é Para Valer?".

Todo mundo sabe que nesse período chuvoso, a estrada de acesso torna-se um rio de lama, é difícil ir tanto pela entrada principal como pelo caminho da Usina Laginha, e o pior fica extremamente perigoso subir de ônibus, onde até mesmo com moto é possível ficar atolado. Mas, depois de escorregar várias vezes, desce do veículo, empurra, caminha um pouco e vários carros ficarem no caminho... finalmente, alguns participantes do encontro conseguiram chegar até o platô.

O mais absurdo dessa história, é que há vários anos as autoridades prometem que irão melhorar a estrada de acesso, dizem até que os recursos já foram liberados, mas o que falta para a ação ser concretizada? E a velha desculpa é utilizada, “deixa chegar o verão que as obras começarem!”

Bom, o fato é que a solenidade aconteceu e foi marcada por discursos emocionantes em memória a Abdias Nascimento, um dos maiores expoentes do movimento negro no Brasil, falecido no dia 27 de maio deste ano, aos 97 anos, no Rio de Janeiro – cujas cinzas serão depositadas na Serra da Barriga no dia 13 de novembro.

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira, prestigiou a atividade e ressaltou que Abdias deu uma contribuição extraordinária, como militante, agente público, político e cidadão por um mundo mais justo e mais igualitário. “O sonho que Abdias acalentou é o legado que ele nos deixou para dar continuidade”, enfatizou. Ele também afirmou que em sua gestão à frente da FCP, dará uma atenção especial à Serra da Barriga, e firmou o compromisso de no início de agosto voltar a Alagoas com mais tempo para se reunir com representantes do Movimento Negro Alagoano.

No dia anterior, a programação ocorreu no auditório da Prefeitura com várias palestras e a apresentação do “Diagnóstico para o Desenvolvimento Sustentável dos Remanescentes Quilombolas, em Alagoas”. Confira outras informações sobre o evento no blog http://cadaminuto.com.br/blog/raizes-da-africa e as imagens da situação calamitosa da estrada da Serra da Barriga no site http://www.jmarcelofotos.com.

Esse Monumento Nacional merece respeito, afinal, foram cem anos de resistência onde negros, índios e brancos pobres se uniram no Quilombo dos Palmares em busca de liberdade e justiça social.

Fonte: Coluna Axé - n°158 - jornal Tribuna Indepedente (12.07.11)

Sucesso de Tarsila

Estimulada pela irmã aos 14 anos, Tarsila Ferreira Marques, é autora de livro e uma professora de inglês requisitada pelo mercado nacional. Com apenas 24 anos, é formada em Português/ Inglês pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), começou a lecionar inglês aos 17 anos em escolas particulares e da rede estadual. Atualmente, leciona a língua estrangeira para 30 servidores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), depois que seu currículo foi aprovado pela empresa Imcompany, de Brasília, uma renovada instituição de ensino de inglês no país. Depois desta etapa, Tarsila pretende produzir novas publicações e fazer mestrado. Eis um grande exemplo!


Fonte: Coluna Axé - n°158 - jornal Tribuna Independente (12.07.11)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Abdias Nascimento é homenageado na Serra da Barriga



Lideranças do Movimento Negro alagoano ao lado do Presidente da FCP (de terno) - Foto: http://www.jmarcelofotos.com/ 

Por: Valdice Gomes/COJIRA-AL


Uma solenidade marcada por discursos emocionantes homenageou a memória e luta do jornalista, dramaturgo, poeta, artista plástico e ex-senador Abdias Nascimento, um dos maiores expoentes da cultura negra no Brasil, falecido no dia 27 de maio deste ano, aos 97 anos, no Rio de Janeiro, na manhã da quinta-feira, 07 de junho, Dia Nacional da Luta contra o Racismo, durante a abertura do Igbá IV Seminário Afro-Alagoano – Igualdade Racial é pra valer? , no alto da Serra da Barriga, em União dos Palmares.

O ato promovido pelo projeto Raízes de África, em parceria com gestores das três esferas de governo, teve início com um minuto de silêncio a Abdias, seguido da execução do Hino Nacional brasileiro pela Banda da Polícia Militar. A solenidade foi marcada por falas emocionadas reverenciando o homenageado. Arísia Barros, organizadora do Seminário, destacou a importância de Abdias Nascimento na luta contra o racismo, por liberdade, democracia, igualdade racial e justiça social no Brasil e no mundo.

Presente ao ato, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira, ressaltou que Abdias deu uma contribuição extraordinária, como militante, agente público, político e cidadão por um mundo mais justo e mais igualitário. “O sonho que Abdias acalentou é o legado que ele nos deixou para dar continuidade”, enfatizou. Eloi Ferreira disse ainda, que em sua gestão à frente da Fundação Cultural Palmares, vai dar uma atenção especial à Serra da Barriga, e firmou o compromisso de no início de agosto voltar a Alagoas com tempo para se reunir com representantes do Movimento Negro Alagoano.

Também estavam presentes na solenidade, o prefeito de União dos Palmares, Areski Freitas; a gerente de programas da Secretaria de Políticas para as Comunidades Tradicionais/SEPPIR, Leonor Franco de Araújo; a secretária adjunta da Mulher, dos Direitos Humanos e da Cidadania, Nádja Lessa; além de gestores estaduais e municipais; convidados como o secretário da Reparação de Salvador, Ailton Ferreira e Gilberto Leal, da CONEN/Bahia; religiosos, ONGs e do movimento social negro.

Arísia Barros enfatizou as dificuldades de acesso à Serra da Barriga devido às péssimas condições das estradas. Ela cobrou providencias das autoridades competentes, lembrando que a estrada da Serra da Barriga não é só uma questão de Alagoas, mas também, do governo federal, que precisa dar as respostas necessárias para a solução do problema.

A situação da estrada foi motivo de reclamação e indignação de todos os participantes da solenidade. Os convidados só tinham como opção para chegar ao pé da serra pela Usina Laginha, pois o caminho normalmente utilizado, passando terras do ex-governador Manoel Gomes de Barros se encontra totalmente intransitável, segundo informações da Prefeitura de União dos Palmares. No entanto, mesmo pelo acesso da Usina Laginha, em alguns trechos é impossível a passagem de carros de pequeno porte, apenas veículos com tração nas quatro rodas.

Quem tentou chegar de carro até o pé da serra, teve que desistir. Vários veículos ficaram pelo caminho e os ocupantes só conseguiram chegar à solenidade em um ônibus da Prefeitura adaptado para enfrentar as condições adversas da estrada.

A presidenta do Instituto Magna Mater, Patrícia Mourão, foi portadora de uma carta enviada pela viúva de Abdias Nascimento, Elisa Nascimento, justificando a ausência na solenidade devido a uma enfermidade e saudando os presentes ao ato. Patrícia Mourão disse, ainda, que Elisa Nascimento está muito empenhada em concretizar o desejo de Abdias, expresso em vida, de que suas cinzas sejam depositadas na Serra da Barriga, ato que acontecerá no dia 13 de novembro.

domingo, 10 de julho de 2011

COJIRA-AL divulga ações nas redações



Valdice Gomes fala sobre as ações das Cojiras na Rádio Difusora


A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) está passando nas redações para apresentar seus integrantes, divulgar as ferramentas de trabalho (coluna axé, blog, informes afros e twitter) e as ações importantes. Na última terça-feira (05.07), passamos na TV Pajuçara, site Tudo na Hora, TV Educativa, rádios Difusora e Educativa, além da Secretaria Estadual de Comunicação.

Foi divulgado o Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento promovido pela Cojira-RJ cujas as inscrições seguem até o dia 19 de agosto. Serão distribuídos R$ 35 mil reais em sete categorias: Mídia Impressa (jornais e revista com circulação regular em bancas); Televisão (desde que em emissoras legais, assim reconhecidas pelos organismos reguladores de televisão); Rádio (desde que em emissoras legais, assim reconhecidas pelos organismos reguladores de comunicação); Internet (sites jornalísticos, rádios, blogs e canais de televisão na Internet); Mídia alternativa ou comunitária (inclui jornais, Rádios e TV’s comunitárias); Fotografia (impressas em jornais, revistas ou veiculadas na Internet); Especial de Gênero Jornalista Antonieta de Barros. Leia o regulamento no site www.premioabdiasnascimento.org.br.

Em agosto, também terá o curso Gênero, Raça e Etnia para Jornalistas, uma parceria entre a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) com a ONU Mulheres. A atividade acontecerá em oito capitais, inclusive, no Estado de Alagoas nos dias 23 e 24.

Participaram dessa atividade, os jornalistas Valdice Gomes, Gerônimo Vicente e Helciane Angélica. O jornalista e radialista Marcos Vasconcelos, aproveitou a ocasião para entrevistar a Presidente do Sindjornal, Valdice Gomes, que passou mais detalhes sobre as atividades.

Outras visitas acontecerão na próxima semana, em breve, mais informações.

sábado, 9 de julho de 2011

Tororó do Rojão – o adeus a um artista completo



Texto e fotos: Keyler Simões - Produção Cultural e Assessoria de Comunicação



Alagoas perdeu um grande talento nesta última quinta (07) com o falecimento de Tororó do Rojão, cantor e compositor, um dos maiores forrozeiros do Brasil. Sua irreverência, bom humor, talento e algumas vezes, mal-criação, são qualidades que poucos reuniram tão bem quanto ele, que fora batizado como Manoel Apolinário da Silva, 75 anos de idade, e recebeu o apelido que lhe marcou a carreira durante os programas de Odete Pacheco na Rádio Difusora de Alagoas.


Mecânico aposentado da Petrobras, mais conhecido e carinhosamente chamado por Tororó do Rojão, sempre foi um homem de personalidade forte, mas com talento e despojamento artístico que lhe destacaram dentre a multidão, tanto que até o “Rei do Baião” rendeu-se a ele, primeiro ao talento do jovem motorista de sua “Rural”, e depois ao músico que tocava triângulo em alguns dos shows de Luiz Gonzaga.


Tororó do Rojão começou sua carreira no programa de Odete Pacheco, na antiga Rádio Difusora, quando situada onde hoje é o prédio do Centro de Belas Artes de Alagoas, na Rua Pedro Monteiro, no centro de Maceió. "Foi nessa época que um camarada começou a me apresentar como Tororó do Rojão e o pessoal começou a me chamar de Tororó... eu não gostei, mas aí pegou e o Lautenay, empresário, me registrou assim. Há pouco (2000), descobri que Tororó é um bairro de Salvador que tem um rio forte que passa por lá”, esclareceu.


Natural do povoado de Bateria, em Matriz do Camaragibe (AL), veio pra Maceió com 10 anos de idade: Quando uma senhora (Dona Nadir Pantaleão) o viu jogando bola, lhe perguntou se não queria vir pra Maceió trabalhar na casa dela. Sua mãe falou com ela e o jovem Manoel veio pra Maceió morar na Rua Barão de Penedo, 298, centro, próximo a Praça Deodoro. Nessa época trabalhava numa casa de família com sua mãe, e ia todas as tardes levar as cadelas da dona da casa para passear na praia da avenida. Por isso recebeu dos coleguinhas de peladas na Praça Deodoro, o apelido de “Mané das Cachorras”, apelido que odiava e era motivo até de brigas.

Tororó cantou por mais de 40 anos. O primeiro compacto gravou no final dos anos 60. Gravou com Osvaldinho (Segura Menino) e Nelson do Acordeom. Depois gravou e lançou o disco Segura Menino, lançado há 30 anos, em 1981, que tem a música título ainda é tocada até hoje nas rádios.


Em 2000 lançou o seu primeiro CD "O Povo Não Quis Acreditar", onde se destacou mais uma de suas músicas de duplo sentido: “Seu Cuca é eu”. Em 2006, lançou seu último registro fonográfico: “Sem Retoques”, CD lançado no Teatro Deodoro. Em 2009, o amigo e produtor de Tororó, Marcos Sal, deu-lhe um presente, que foi relançar o disco “Segura Menino” em CD.


Tororó do Rojão era um artista completo: compunha, cantava, auto-coreografava, além de ser possuidor de um carisma popular, que conquistava a todos por onde passava. Em 1993, durante uma apresentação especial dedicada aos músicos da Orquestra de Câmara de Moscou, ganhou uma denominação dos russos: Chaplin do Forró, devido a sua desenvoltura no palco, pois era um dos maiores forrozeiros autênticos do Brasil. Fazia de seu momento no palco a maior de suas diversões e ao mesmo tempo a maior de suas responsabilidades.

A radialista Graça Tenório falou que:”Estamos nos despedindo de um amigo, que por mais talentoso que fosse, não deixou um seguidor, nem tampouco um sucessor”, finalizou. Para o cantor e compositor Geraldo Cardoso, a perda de Tororó é irreparável, e completou: “Por mais que façamos por ele agora, não será suficiente para compensar sua perda. A música de Alagoas fica mais triste e previsível”, concluiu.


Tororó foi enterrado no Cemitério São José, no bairro do Trapiche, em Maceió, nesta sexta (08), e foi saudado por dezenas de amigos, artistas e admiradores, no mesmo cemitério onde há cinco anos despediu-se, cantando, do amigo e admirador Ranilson França.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Estatuto da Igualdade Racial, efetivação já!

Por: Helciane Angélica


Na manhã de 02 de julho, na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal), a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira) teve mais uma reunião de planejamento, que foi seguida de formação sobre o Estatuto da Igualdade Racial. A atividade contou com a explanação do ativista Helcias Pereira, Coordenador Nacional de Formação dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs). Também estiveram presentes: o Mestre de Capoeira, Claudio Figueiredo, Representante do Escritório Estadual da Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura; e Filomena Felix, recém-eleita Presidenta do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô.

Na ocasião, teve debate e a reflexão crítica dos presentes após a leitura do Título II “Dos Direitos Fundamentais”, Capítulo VI “Dos Meios de Comunicação”. A Presidenta do Sindjornal, Valdice Gomes, destacou que essa iniciativa contribui para o aprofundamento sobre temas direcionados aos interesses da população negra, é uma capacitação para essa categoria profissional e ainda serve para avaliar de que forma os jornalistas podem contribuir na disseminação dessas informações.

O Estatuto da Igualdade Racial foi uma iniciativa do Senador Paulo Paim (PT-RS), que fez a minuta do Projeto de Lei e após dez anos em tramitação no Congresso Brasileiro, foi finalmente reconhecido como a Lei 12.288, no dia 20 de julho de 2010. É destinado para garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.

É chegado o momento, de transformar os belos artigos em realidade, é bem verdade, que o projeto original sofreu cortes expressivos, mas, quem disse que essa luta seria fácil?! Não podemos ficar de braços cruzados, é preciso transformar o Estatuto da Igualdade Racial em “livro de cabeceira” e tornar esses direitos reconhecidos! “A felicidade do negro é uma felicidade guerreira” (Wally Salomão).

Fonte: Coluna Axé - nº 157 - Jornal Tribuna Independente (05.07.11)

domingo, 3 de julho de 2011

Estatuto de Igualdade Racial é tema de formação da COJIRA-AL

Outras atividades de formação sobre questões étnicorraciais serão realizadas para fortalecer os objetivos dos cojiranos, assim como, contribuirá para a formação de outros jornalistas


Por: Helciane Angélica – integrante da Cojira/AL


Na manhã deste sábado (02.07), na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal), integrantes da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira) fizeram mais uma reunião de planejamento, que foi seguida de formação sobre o Estatuto da Igualdade Racial. A atividade contou com a colaboração do ativista Helcias Pereira, Coordenador Nacional de Formação dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs). Também estiveram presentes: o Mestre de Capoeira, Claudio Figueiredo, Representante do Escritório Estadual da Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura; e Filomena Felix, recém-eleita Presidenta do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô.

Para a Presidenta do Sindjornal, Valdice Gomes, nesse primeiro momento foi escolhido o Estatuto, já que, também tem demandas destinadas aos veículos de comunicação e precisa ser tirado do papel. “Não tem como defender temas, se a gente não conhece. Então, vamos aprofundar nossos conhecimentos por meio dessas atividades de formação. E a partir de agora, também vamos abrir esse espaço para outras pessoas, principalmente, os nossos parceiros para que contribuam com ideias e na discussão”, destacou.

O ativista Helcias Pereira informou que o Estatuto da Igualdade Racial foi uma iniciativa do Senador Paulo Paim, que sempre foi comprometido com a luta do movimento negro e fez a minuta do Projeto de Lei. Após dez anos em tramitação no Congresso Nacional, no dia 20 de julho de 2010, finalmente foi reconhecida como a Lei 12.288. “Foi aprovada para direcionar, provocar, fazer acontecer as políticas públicas destinadas às questões étnicorracias. Para mim, todo cidadão negro deve ter conhecimento do conteúdo desse Estatuto, para fazer valer seus direitos, porque é um instrumento concreto de combate ao racismo e outras formas de desigualdade racial em diversos segmentos”, exaltou Helcias.

Na ocasião, cada pessoa presente na formação pode expressar seu conhecimento e compartilhar exemplos sobre os temas: Ações afirmativas, Discriminação Racial, Políticas públicas, Desigualdade de Gênero e Raça, População Negra e Desigualdade Racial. O debate desencadeou na reflexão sobre “Como os jornalistas podem contribuir para a implementação do Estatuto da Igualdade Racial?”, uma ação simples seria: em todas as notícias que abordem a questão étnicorracial, fazer o link com os itens do Estatuto e ampliar a discussão.



Outras reflexões dos cojiranos:

Muita gente acha que o negro não pode ascender, ou seja, sempre tem a visão que o negro deve ser cozinheiro, empregada doméstica, jardineiro, gari... enfim, profissões consideradas ‘inferiores’. Eu acredito que somente com educação, conseguiremos ter a verdadeira mudança social
(Mônica Lima)

Temos que continuar refletindo que um dia iremos mudar essa página do preconceito racial! Infelizmente, eu vejo muitos negros de braços cruzados e não reivindicam seus direitos
(Domingos Intchalá)

Quando vem acontecer um Estatuto como esse é um grande avanço, e significa também que muita coisa mudou. Assim como é muito significativo a implantação da Seppir no Governo Federal, a criação das Cojiras e toda forma de organização que combate o racismo e outros preconceitos
(Gerônimo Vicente)

Outra coisa que temos que discutir é sobre as entidades que são contrárias a implantação do Estatuto da Igualdade Racial. Esse documento precisa ser conhecido pela população em geral, e saber a sua real importância, precisa ser popularizada! Assim como, foi com a Lei Maria da Penha
(Valdice Gomes)

Foi um sábado muito produtivo! Estudar o estatuto da igualdade racial é necessário, vamos fazer valer o que já é lei. Igualdade racial já!
(Emanuelle Vanderlei)