quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Prefeito de União define secretariado


O prefeito de União dos Palmares, Areski de Freitas, o Kil (PTB) definiu os nomes dos secretários que vão fazer parte do governo 2009/2012. As portarias assinadas pelo chefe do Executivo palmarino foram aguardadas com ansiedade pela imprensa e por parte dos secretários em virtude dos nomes dos secretários que vão continuar e dos novos integrantes da equipe só terem sido anunciados na segunda-feira, 5.

Poucas mudanças foram efetuadas na equipe de governo. A maior parte dos secretários foi mantida nos cargos pelo prefeito. As novidades foram os novos secretários de Indústria e Comércio, Edvane Ferreira de Oliveira; da Infância e Juventude, Luiz Ferreira de Araújo Neto; de Turismo, Isabel Helena Maia Gomes Toledo e de Cultura, Elson Davi da Silva Cardoso. O prefeito Kil não deve anunciar nenhuma mudança na equipe.

Depois de anunciar oficialmente a equipe de governo, o prefeito Areski de Freitas viajou nesta quarta-feira, 7, a Brasília. Em seu retorno, deve realizar uma reunião com todos os secretários para definir metas de trabalho do seu segundo mandato.

Relação dos secretários

Cícero Correia Costa - Secretaria de Agricultura
Rosário Pedrosa - Secretaria de Saúde
Orlando Sarmento Cardoso - Secretaria de Administração e Finanças
Claudete Maria Monteiro – Secretaria de Educação
Luciano Peixoto da Silva - Secretaria de Esportes
Manoel Bernardo de Melo – Secretaria de Meio Ambiente
Paulo César Félix – Secretaria de Infra-Estrutura
Antônio Marcos F. de Lima (Tony Lima) – Secretaria de Comunicação Social
Lídia de Albuquerque Campos – Secretaria de Assistência Social
Paulo Roberto Alves Cavalcanti – Procuradoria do município
Marcos Antônio Carrilho Pedrosa - Diretor do SAAE


Fonte: Assessoria

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Central dos Movimentos Populares cria Setorial da Negritude, em Alagoas

A Central do Movimento Popular em Alagoas realiza dia 07 de janeiro de 2009, às 14 horas no auditório do Sindicato dos Bancários plenária temática, tendo como objetivo apresentar as proposições nacionais para a articulação e construção do setorial da negritude.

Segundo a coordenadora nacional do setorial em proposição, Clementina Pereira Correia, essa ação foi deliberação coletiva dos membros que compõem a comissão nacional da CPM, em reunião ocorrida em Brasília, na última semana de dezembro de 2008 e visa não só criar o espaço dialógico dentro do movimento, como também selecionar três entidades afros para participação na plenária nacional que acontecerá em Brasília, no mês de março.

Da programação consta a palestra da coordenadora do Projeto Raízes de África (ONG Maria Mariá) professora Arísia Barros sob o tema Análise Conjuntural das Ações Afirmativas (Ações estaduais, nacionais e globais).

A palestra tem como objetivo criar um espaço de reflexão e avaliação sobre o processo de implantação e trajetória das ações afirmativas em um universo mais amplo, identificando seus avanços e limitações. Será dado o enfoque especial para a implementação da Lei Federal nº 10.639/03, que completa seis anos no próximo dia 09 de janeiro de 2009.

A lei federal criou a obrigatoriedade do ensino da África e dos afro descendentes e o estudo das relações inter-raciais no currículo escolar. O estado de Alagoas conta com o pioneirismo da Lei estadual n°6.814/07, sancionada em 02 de julho de 2007.

Após a palestra haverá elaboração de propostas pelos grupos de trabalho e apresentação das mesmas em plenária propondo a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Com essa iniciativa a Central dos Movimentos Populares, que em Alagoas é coordenado pelo Sr. José Cláudio, busca ressignificar a importância dos movimentos populares na dinâmica de construção de novos e mais abrangentes parâmetros sociais, sintetiza Clementina Pereira.


Serviço:
O que? Plenária da Central do Movimento Popular
Quando? 07 de janeiro de 2008
Onde? Sindicato dos Bancários
Rua Barão de Atalaia, 50, Centro. Maceió-Alagoas
Fonte: Assessoria

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

MS é pioneiro em implantar cotas para negros em concursos públicos

RODRIGO VARGAS
da Agência Folha, em Campo Grande



O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), sancionou uma lei que estabelece cota mínima de 10% para candidatos negros em todos os concursos públicos realizados no Estado.

A proposta, de autoria do deputado estadual Amarildo Cruz (PT), foi justificada como uma forma de promover a "igualdade de oportunidades no mercado de trabalho".

Segundo a Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), vinculada ao Palácio do Planalto e com status de ministério, não há informações sobre medidas dessa natureza em nenhum outro Estado do país. O deputado, porém, comemorou o fato de o Estado ter "saído na frente".

"Com essa conquista, Mato Grosso do Sul dá exemplo para o Brasil, um pontapé inicial", disse o parlamentar.

Para postular o benefício, o candidato precisará apenas se autodeclarar negro no momento da inscrição. Segundo o deputado, as inscrições neste critério serão, posteriormente, submetidas a comissão, que se encarregará de identificar eventuais tentativas de fraude.

Questionado sobre como se definiria em uma situação semelhante, o deputado se declarou negro e citou características que determinam tal identificação. "É a cor da pele, o nariz chato, o cabelo. Essas são as definições. É fenótipo. Para discriminar, as pessoas sabem quando o sujeito é negro, mas quando é para beneficiar, surgem essas dificuldades."

Na Assembléia Legislativa, o percentual de vagas reservadas inicialmente previsto caiu de 20% para 10%.

Também foi abolida a possibilidade de cotas nos cargos por nomeação -comissionados. No serviço público estadual, disse o deputado, o percentual de negros é de cerca de 6%.

Em nota, a Seppir declarou apoiar "iniciativas de municípios e Estados na promoção da igualdade racial", mas que, por enquanto, ainda não há "uma discussão madura no Governo Federal sobre a aplicação de cotas no mercado de trabalho".

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u478487.shtml

domingo, 4 de janeiro de 2009

Morre o inventor do Dia Nacional da Consciência Negra



O professor, poeta e pesquisador gaúcho Oliveira Ferreira da Silveira, um dos ícones importantes do movimento negro do Brasil faleceu.

O óbito ocorreu na noite do Dia Mundial da Paz (01/01 quinta-feira) por decorrência de câncer, no Hospital Ernesto Dornelles, onde estava internado há 15 dias. Natural de Rosário do Sul (RS), era formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com especialização na língua francesa, e professor aposentado da rede pública de ensino. Era divorciado. Deixou filha e netos.

Era conhecido nacionalmente pelo 20 de Novembro – foi um dos idealizadores da data referência para os afro-brasileiros em contraponto ao 13 de Maio (Dia da Abolição da Escravatura). As comemorações se iniciaram em 1971 com o Grupo Palmares em Porto Alegre — entidade que, durante o regime militar, evocou í­cones negros como Luiz Gama e José do Patrocínio.

O ativista fundou o grupo Semba, a Associação Negra de Cultura e integrou o corpo editorial da revista Tição (publicação do Movimento Negro gaúcho no final dos anos 1970). Participou da produção cultural gaúcha, compôs rodas de intelectuais e formadores de opinião, além de ser homenageado em diversos eventos. Escreveu uma dezena de livros e gostava de registrar fatos e acontecimentos, de longas conversas ou de coisas simples.


OLIVEIRA EM VERSOS: Oliveira Silveira (Roteiro dos Tantãs)
ENCONTREI MINHAS ORIGENS
Encontrei minhas origens
em velhos arquivos
....... livros
encontrei
em malditos objetos
troncos e grilhetas
encontrei minhas origens
no leste
no mar em imundos tumbeiros
encontrei
em doces palavras
...... cantos
em furiosos tambores
....... ritos
encontrei minhas origens
na cor de minha pelenos lanhos de minha alma
em mim
em minha gente escura
em meus heróis altivos
encontrei
encontrei-as enfim
me encontrei
Foi um homem especial e um combatente em relação às opressões sócio-raciais. Deixará saudades!

Oliveira Ferreira da Silveira (1941-2009).



Com informações do Jornal Írohín e ZeroHora.com

Babalorixá Elias de Airá foi um dos mais procurados pela imprensa alagoana

O Babalorixá Elias de Airá também fez suas previsões para o ano que se inicia, e foi um dos mais procurados pela imprensa alagoana. Nascido em família dividida entre católicos, protestantes e membros do candomblé, Pai Elias lutou para desenvolver sua espiritualidade.

Confira a matéria publicada no Jornal Alagoas em tempo - Edição 355 - 29 a 31 de dezembro de 2008 / foto: Cícero Santana.



Bons ventos sopram em direção ao ASA de Arapiraca em 2009



“O ano de 2009 será um ano de água e de terra, é um ano bom para uns setores e ruim para outros. A nossa economia vai parar, vai dar uma estacionada, mas se os governantes não tomarem providências, vai ser um caminho para uma grande e grave crise no Brasil, se ele for realmente afetado”. A previsão é do Babalorixá Elias de Airá, do candomblé Palácio de Airá. Pai Elias tem 30 anos, é pernambucano, e há 15 anos faz parte da religião, tendo a casa inaugurada há dois anos, em Cruz das Almas.

No esporte, ele prevê que 2009 é o ano do ASA. “Um ano onde esse time estará se destacando, cada vez mais. A seleção estará se recuperando para enfrentar um grande time que aparecerá na sua frente, e eles irão superar esse jogo. Mesmo com a derrota na Copa, eles vão superar tudo isso e vão chegar lá”, assegura.


POLÍTICA

Dentro da política em Maceió vai surgir um jovem que vai dar um grande impacto, desde já ele está se articulando. É de uma família bem requisitada aqui no Estado. O Prefeito Cícero Almeida vai trabalhar em 2009 bastante na questão de pavimentação da cidade, mas vai também investir nos programas sociais, que até então é realmente um dos objetivos que ele está trabalhando. Em 2009 é necessário que não só o prefeito, mas também o governador trabalhem mais a questão do social, para sairmos desse quadro de inferioridade nacional, pois Alagoas tem índices ruins de saúde, educação, trabalho social, desenvolvimento humano e muito mais.


MEIO AMBIENTE

A natureza está cobrando de fato o que é dela, e o homem está em busca cada vez mais de deter aquilo que não é dele. 2009 vai ser um ano de muita água, muita seca e muito tremor de terra. Em Alagoas, fora a questão da água, vai haver um grande tremor, eu não consigo precisar em qual município. Vai haver a questão da água, mas a seca não ficará atrás, o que é muito ruim para a saúde.

O homem é o começo de tudo, mas seus atos fazem também ser nossa época o final dele. A mulher já está vindo para trazer a sensibilidade e quebrar essa visão de poder, de centralizador, que o homem tem. O homem tem que começar a pensar no futuro não só dele como também de sua família. O homem dá frutos, e ele tem que ter consciência de que no futuro esses frutos serão prejudicados pelos seus atos de agora, e nossa religião prega muito isso, a questão do respeito ao ciclo natural, da preservação da natureza.


SAÚDE

A população vai ter um grande problema de saúde, pela seca, pelo calor como também por ser um ano de muitos nascimentos, onde os hospitais e as maternidades vão ter um contingente maior de mulheres grávidas. Pelo crescimento na demanda pode haver algumas mortalidades. Peço aos gestores que olhem para esse lado da saúde, pois em 2009 nós vamos precisar muito da saúde. A estrutura existe, porém falta o material, principalmente o humano. Que as pessoas nessa área da saúde sejam mais humanas.

Vai surgir uma bactéria, que penetra no corpo via oral e será uma junção entre duas bactérias, uma originada do mosquito da dengue e outra do rato, que paralisará todos os órgãos e que realmente será um impacto. Ela já existe, ainda não foi denominada. Nacionalmente ainda não deram muita importância para ela, mas ela irá aparecer sim em 2009 e é muito grave.


FAMOSOS

No nível nacional nós perderemos um grande baluarte da cultura, um mestre, que contribuiu e contribui até hoje para a nossa cultura; isso vai abalar nacionalmente, ele está ligado a arte e música.


MUNDO FEMININO

Tudo vai ficar equilibrado, como uma balança. Em 2009 haverá um grande destaque de mulheres no governo, em Alagoas. Haverá um grande destaque na área da música, vai ser um fenômeno em Maceió e no Estado. Mas vai parar aqui, pois a questão da arte e da cultura ainda é complicada, infelizmente, pois falta um grande incentivo. Essa pessoa vai vir para dar uma grande balançada nisso tudo, para ensinar a Alagoas e Maceió a cuidar um pouco mais do seu povo e da sua cultura, incentivando mais.


AÇÕES DO PAI ELIAS

Pai Elias encabeça vários trabalhos sociais como o projeto “Sob a Proteção dos Orixás” que foi executado ano passado e esse ano foi aprovado de novo, trabalhando com prevenção nos municípios vizinhos; e o projeto dentro dos candomblés, “Saúde em Pontos de Linha” que é para os soropositivos.

Existe também um trabalho de prevenção com a comunidade, onde são distribuídos preservativos. “Nessa distribuição nós fazemos reunião com os que são ligados ao grupo, e damos algumas palestras sobre DST Aids, hepatite, além de um trabalho em ligação com o movimento GLBTT, onde se discute e orienta-se a questão da homossexualidade dentro das casas de matriz africana”, explicou.

Chanceler do Candomblé do Brasil prevê 2009 de grandes realizações para Alagoas


Sobre a sucessão governamental ele traça o perfil de Fernando Collor como futuro governador


Texto e foto: Cícero Santana



O presidente dos Cultos Afro-Umbandista de Alagoas, o Tataoluô, (na linguagem afro tataravô de santo) aos 95 anos, Benedito Maciel, que ao longo dos anos já acertou várias previsões boas e más, afirma que “o ano de 2009 será regido por Xangô, o rei da Justiça, por isso, conforme os búzios, vamos ter boas previsões para as pessoas que fazem a justiça”. Ele, que também tem a patente de Chanceler do Candomblé do Brasil, declara que desde 1960, vem sendo procurado pela imprensa, para fazer as previsões de final de ano e na sua grande maioria as revelações dos búzios acontecem.

Com relação ao clima de violência que colocou Alagoas como um dos estados mais violentos do País, Pai Maciel, falando através das mensagens dos búzios, disse que nenhuma ameaça de morte contra políticos será cumprida e que o próximo ano será um dos melhores de toda a história do Estado, quando irão surgir novos empregos através de implantação de novas indústrias e descobertas de jazidas de petróleo e de soda caustica.

No perfil traçado pelo chanceler Benedito Maciel, para as previsões da sucessão governamental de 2010, coincide com o do senador Fernando Collor de Melo. “Os búzios estão dizendo que é um homem maduro, com larga experiência na política alagoana e teve projeção nacional. Tem projetos que irão devolver o progresso do estado. Ele vem trabalhando e aos poucos reconquistando o eleitorado”. A reportagem procurou saber se os nomes seriam do senador Fernando Collor, ou do prefeito Cícero Almeida. “Com relação a nomes eu não posso dizer, porque os búzios não estão permitindo. São pessoas que estão na evidência e poderá ser até um deles ou outro cujo perfil se encaixe no que os búzios estão dizendo”, afirmou Pai Maciel.

O Palácio de Oxum, residência do chanceler do Candomblé do Brasil, Benedito Maciel, fica na rua Tiradentes, em Ponta Grossa, onde vem recebendo dezenas de pessoas que todos os anos, procuram suas previsões para o ano seguinte. “Aqui, quando chega essa época, o palácio fica sempre cheio. Muitos saem contentes outros não, porque eu não posso negar o que os búzios nos revelam. Já acertei várias previsões, como a queda do Divaldo Suruagy, quando renunciou ao governo, a vitória do governador Teotônio Vilela e várias outras previsões, inclusive das dificuldades que teríamos durante o ano de 2008, que está chegando ao fim”, revelou.

Jazida de Petróleo

Os búzios de Pai Maciel, também revelam que em 2009, será um ano de grandes realizações. “Este ano traz também a influência de Iemanjá, Rainha do Mar, onde se reflete o ouro e a riqueza. Vai ser muito bom para Alagoas, já que serão descobertas várias jazidas de petróleo em território alagoano, o que quer dizer que teremos mais empregos. Não só petróleo mas também jazida de soda cáustica, o que irá atrair novas indústrias para o estado, reduzindo o índice de desemprego, que sofremos este ano. 2009, será um ano vitorioso, não só para o nosso estado, mas também para todo país, é o que os búzios estão nos revelando”.

Ano da Justiça

“Esse também será o ano da justiça. Xangô é o Deus da Justiça e que tem como patrono São Gerônimo. Muitas injustiças serão corrigidas e nossos magistrados estarão recebendo a proteção dos orixás, para que possam desenvolver seus trabalhos com maior segurança. Com relação as ameaças de morte recebidas por políticos e autoridades, elas não serão concretizadas. Essas promessas malignas, o vento irá soprar para bem longe. Portanto, 2009, será um ano que irá marcar uma época positiva para os alagoanos em relação aos anos anteriores.


Fonte: Jornal Alagoas em tempo - Edição 355- 29 a 31 de dezembro de 2008

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Miss Brasil Negra


A gaúcha Deise Nunes, 40 anos, a primeira Miss Brasil negra, diz a repórter Vivian Whiteman, para a coluna da Mônica Bergamo, da Folha, que algo está mudando para os negros. Ela acrescenta que está na hora de outra miss Brasil negra.

A ex- miss Brasil e atualmente modelo e apresentadora de TV, além de jurada em concursos, foi descoberta para o Miss Brasil quando, em 1984, concorreu ao concurso Rainha das Piscinas, realizado em Porto Alegre. O concurso era considerado uma das vitrinas para mulheres que ambicionavam ao título de a mais bonita do Brasil.

Ela conquistou o título mas a coroação, ela lembra, foi tumultuada. As famílias das demais candidatas reclamaram e a votação teve de ser repetida por três vezes para confirmação da vitória de Deise.




O motivo, era mais do que previsível, considerando-se que Deise, sendo negra, concorria ao título de Miss, em um dos concursos mais representativos do Rio Grande do Sul, conhecido pela beleza das mulheres loiras, em virtude da forte presença da imigração européia. Eleger uma negra era um absurdo, achava o coro dos inconformados.


Comentários maldosos




“No dia, percebi alguns comentários maldosos, mais só fui saber dos detalhes depois. Foi uma passagem lamentável”, lembra Deise que, dois anos depois, – em 1.986 – foi coroada a primeira - e até hoje única – Miss Brasil negra.

No Concurso Miss Universo ela ficou entre as finalistas, terminando em sexto lugar. “As outras concorrentes estranhavam. Geralmente as negras do concurso vinham só da África. Hoje isso já mudou um pouco”, acrescenta.

O incidente na primeira competição em Porto Alegre, por pouco não fez Deise desistir da carreira de modelo. Segundo ela isso só não aconteceu por conta dos conselhos recebidos da mãe. “Ela me mostrou que o racismo existia, mas que eu não poderia aceitá-lo calada. Muitos negros se resignaram, aceitaram a vitimização. Eu não me conformo com isso. É tudo difícil, mas é preciso insistir e insistir mais, até o fim”, acrescentou.

Hoje, casada, mãe de dois filhos, morando em Porto Alegre e trabalhando como modelo e apresentadora de programas de TV, ela está otimista com os sinais de mudança. “Os negros deixaram de ganhar só os papéis de pobres e de marginais nas novelas e nos filmes. O novo presidente dos EUA é negro. Algo está mudando de fato. Já está na hora de aparecer outra miss Brasil negra. Espero que ela possa chegar mais longe do que eu”, conclui.


Material publicado no site da Afropress / Fotos: Divulgação

Cotas para negros têm efeitos diferentes dependendo do curso, diz estudo

Enquanto em cursos como desenho industrial, história, engenharia mecatrônica e enfermagem não haveria nenhum ou um percentual muito pequeno de alunos negros se não houvesse o sistema de cotas, uma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) mostra que em outros, como medicina e psicologia, a reserva de vagas teria pouca influência no número de negros matriculados.

No estudo Efeitos da Política de Cotas na UnB: uma Análise do Rendimento e da Evasão, a pedagoga Claudete Batista Cardoso simulou quais as chances de ingresso que alunos negros teriam na universidade e percebeu que em alguns cursos as cotas não seriam necessárias. Um exemplo é o curso de medicina. "Os alunos que entram para medicina teriam entrado de qualquer forma, muitos deles", disse a pedagoga.

Em geral, a reserva de vagas tem menor impacto nos cursos menos prestigiados. Na área de humanidades, por exemplo, sem as cotas, estima-se que aproximadamente 13% das vagas já seriam preenchidas por negros.

Entre os cursos considerados de alto prestígio, esse percentual é de pouco mais de 3%. Na UnB, o sistema de cotas reserva 20% das vagas para estudantes afrodescendentes.

Na área de ciências exatas, o percentual estimado de alunos negros nos cursos de baixo prestígio, sem o sistema das cotas, seria de 9,5%, contra 5,7% entre os cursos de maior prestígio.

Já nos cursos de saúde a lógica se inverte. O percentual de negros que conseguiriam uma vaga independentemente da reserva de 20% é maior nos cursos mais prestigiados (13,9%) do que nos de menor prestígio (5,9%).

De acordo com Claudete Cardoso, esses dados derrubam a tese de que as cotas aumentaram o número de negros em medicina, por exemplo. "É bom para desmistificar, é bom para mostrar para a universidade em quais pontos tinha o gargalo, o impedimento de negros entrarem no curso", disse.

A pedagoga também acredita que essas conclusões podem ajudar a universidade a planejar suas ações, para que a instituição saiba como focar os trabalhos a fim de garantir a permanência dos alunos em alguns cursos.

"Não vamos nos preocupar tanto quando eles [cotistas] entrarem na universidade em alguns cursos, mas nas engenharias é necessário haver uma ação em cima desses alunos que entram por cotas, se não eles não acompanham os outros alunos e não vão ter uma qualidade do curso tão boa", concluiu.
Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Gerência de Quilombolas faz balanço positivo de 2008

Entre as ações do setor, destacam-se as visitas a 30 comunidades, a elaboração do Mapa Etnográfico, o Encontro Estadual de Quilombolas e a ampliação do Programa Brasil Alfabetizado


Texto: Diego Barros
Foto: Sandreana Melo

Programa Brasil Alfabetizado vai levar educação diferenciada às crianças das comunidades quilombolas



A Gerência do Núcleo de Quilombolas do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) fez um balanço positivo das ações realizadas em 2008. Neste ano, foram visitadas 30 comunidades remanescentes de quilombos ainda não certificadas oficialmente para a elaboração do Mapeamento das Comunidades Quilombolas de Alagoas, ainda em fase parcial. Durante as visitas, os moradores desses lugares foram sensibilizados sobre a importância da certificação.

Mapeamento etnográfico — O mapeamento descreve os aspectos sociais, culturais e econômicos de cada uma das comunidades visitadas. O objetivo é que ele seja utilizado no processo de certificação das comunidades pela Fundação Cultural Palmares. “Com o reconhecimento oficial da comunidade como remanescente de povos quilombolas é mais fácil conseguir recursos para aplicação em projetos de melhoria de vida, entre eles construção de casas, estradas de acesso, postos de saúde, escolas e ampliação de programas sociais do governo federal”, explica Berenita Melo, gerente do Núcleo de Quilombolas do Iteral.

Além do relatório, a equipe do Iteral que fez as visitas, formada também por um antropólogo e uma acadêmica de Ciências Sociais, tentou mostrar aos moradores a relevância da certificação. “Para que uma comunidade seja reconhecida oficialmente como remanescente de quilombo, é necessário que a iniciativa parta dela própria; um estudo ou a determinação de pessoas de fora não é suficiente”, observa o antropólogo Christiano Barros.

Com o relatório das visitas foi criado um banco de imagens dessas comunidades. Estima-se que em Alagoas há mais de 50 comunidades remanescentes de quilombos, mas apenas 23 foram certificadas oficialmente.

Encontro estadual — Com a finalidade de discutir o fortalecimento étnico e a necessidade de obter a certificação oficial, de 12 a 14 de novembro, o Iteral realizou o I Encontro Estadual de Comunidades Negras Quilombolas de Alagoas, que reuniu cerca de 70 representantes de comunidades certificadas e não certificadas, em Maceió.

Com o apoio da Fundação Cultural Palmares e do Laboratório de Antropologia Visual de Alagoas (Aval), o evento promoveu o fortalecimento da organização das comunidades quilombolas e o debate sobre a melhoria da qualidade de vida e a valorização da identidade. Durante a reunião também foram discutidos temas relacionados à territorialidade e à promoção de políticas públicas.

Discussão política — Com o apoio do Iteral, por meio da Gerência do Núcleo de Quilombolas, lideranças das comunidades quilombolas Jussarinha, Filús e Mariana, de Santana do Mundaú, na Zona da Mata alagoana, participaram das comemorações alusivas ao Dia da Consciência Negra, em União dos Palmares. “Foi mais um momento de discussão política e fortalecimento da identidade”, conta Berenita Melo.

Exposição fotográfica — Como resultado das visitas às comunidades quilombolas, o banco de imagens criado deu origem a uma exposição, que ficou aberta ao público, em Maceió, de 12 a 18 de novembro, no Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa), no Jaraguá. Essa mostra também foi levada aos municípios de Santana do Mundaú, Viçosa e União dos Palmares.

Educação em debate — Engajados na busca de melhorias sociais, inclusive numa educação diferenciada, os moradores das três comunidades quilombolas de Santana do Mundaú, com o apoio do Iteral, do Instituto Irmãos Quilombolas, do deputado estadual Fernando Toledo e do vereador de Santana do Mundaú Ivan Ferreira, realizaram no dia 23 de dezembro o I Encontro Municipal de Identidade Quilombola e seus Direitos na Escola, que reuniu cerca de 70 professores das redes estadual e municipal de ensino. Segundo Arísia Barros, representante do Projeto Raízes de África que participou do evento, é preciso estabelecer políticas públicas que contemplem uma educação diferenciada para as comunidades remanescentes de quilombos.

Programa Brasil Alfabetizado — A mobilização da Gerência do Núcleo de Quilombolas do Iteral em prol da educação para as comunidades quilombolas teve resultados positivos em 2008. Com o apoio do Instituto, o programa do Ministério da Educação, que em Alagoas tem o apoio da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, foi ampliado e até agora 41 novas salas de aula estão em funcionamento nas comunidades quilombolas. “Essas salas de aula ficam em 31 comunidades certificadas e não certificadas de 18 municípios”, revela Berenita Melo.

São estas as comunidades atendidas pelo Programa Brasil Alfabetizado: Mombaça, Belo Horizonte e Urucu (Traipu); Mameluco, Poços do Lunga e Passagem do Vigário (Taquarana); Sapé (Igreja Nova); Oiteiro e Tabuleiro dos Negros (Penedo); Aguazinha, Gameleiro e Guarani (Olho D’água das Flores); Cajá dos Negros (Batalha); Alto do Tamanduá (Poço das Trincheiras); Alto da Madeira (Jacaré dos Homens); Caboclo (São José da Tapera); Serra das Viúvas e Lagoa das Pedras (Água Branca); Birrus e Abobreiras (Teotônio Vilela); Carrasco e Pau D’arco (Arapiraca); Tabacaria (Palmeira dos Índios); Vila de Santo Antônio e Filomena (Palestina); Muquém (União dos Palmares); Mariana, Jussarinha e Filús (Santana do Mundaú); Gurgumba (Viçosa); e Serrinha dos Cocos (Senador Rui Palmeira).

Fonte: Agência Alagoas