Por: Helciane Angélica
Mais uma catástrofe, mar de desespero e rio de lágrimas... são muitas as expressões que podem ser adotadas em relação às tragédias como a que estar acontecendo na região serrada, no Sudeste brasileiro, envolvendo principalmente as cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.
As chuvas e temporais de verão já são comuns no Brasil, mas as cenas de deslizamentos, enchentes, casas destruídas, hospitais lotados e centenas de famílias em abrigos coletivos ainda não acostumaram os nossos olhos. Dizer que tudo isso é uma tragédia natural é até absurdo, não é natural ver tanto sofrimento, não é natural ver pessoas morando em morros e zonas de risco eterno, não é natural fazer desmatamento nas encostas e jogar lixo nas ruas, não é natural ver a força da natureza!
A quadra da escola de samba Unidos da Saudade, fundada em 1948 em Nova Friburgo, transformou-se em IML e sala de velório improvisada, chegou a guardar cerca de 140 caixões de vítimas identificadas ou não da cidade serrana do Rio. O presidente da atual campeã do carnaval friburguense e com 18 títulos na história, afirmou que estavam prontos para brilhar mais uma vez, mas todos os integrantes estão sensibilizados e os carros alegóricos ficarão para 2012. “Somos sambistas, mas não queremos Carnaval este ano. Não há clima. O samba hoje é triste. A única alegria é poder servir esse espaço para uma necessidade da população”, relata Luiz Carlos Teixeira, o presidente da escola de samba.
O Ministério Público deu permissão para que os corpos fossem fotografados, e as impressões digitais registradas para posterior identificação. Mais de 600 mortos já foram retirados dos escombros, centenas de pessoas perderam tudo que tinham, e o Governo Federal liberou R$ 100 milhões para cidades atingidas. Também é emocionante ver os resgates a exemplo da senhora que foi salva por vizinhos no prédio ao lado, jogaram uma corda, ela ficou pendurada até ser finalmente resgatada; ainda teve o caso do bebê de nove meses que sobreviveu, sem qualquer arranhão, após ficar várias horas protegido no colo do pai quando a casa desmoronou; é bom ouvir relatos de pessoas que estão sofrendo muito e mesmo assim tornaram-se voluntários e melhor ainda é saber que a população brasileira tem o espírito de solidariedade.
Nessas horas não importa se é preto, branco, rico ou pobre, se mora em um Estado desenvolvido ou não. Pois, sabemos bem o que é sofrer com as enchentes e o mau planejamento urbanístico, há seis meses várias cidades alagoanas tentam se reerguer e famílias esperam desesperadas suas casas e a dignidade de volta. Vamos ajudar os nossos irmãos do sudeste e aprender a respeitar a mãe natureza. Axé!
Fonte: Coluna Axé / Tribuna Independente (18.01.11) - Com informações de agências nacionais de notícia
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