segunda-feira, 24 de março de 2014

Maceió sedia Encrespa Geral

Por: Déborah Cotta Sacramento - Estudante de Jornalismo do CESMAC



“Encrespa Geral 2014” foi o encontro voltado à valorização do uso dos cabelos naturais afros. Esse evento correu ontem, 23 de março, em Maceió, a partir das 9h da manhã, na Praça Centenário.

Organizado pela moderadora Tamires Melo e articulado via redes sociais, como facebook e o blog “Cabeleira Crespa”, o encontro foi um sucesso de público, pois contou com cinquenta participantes em plena manhã de domingo. Além de ter proporcionado, ao grupo presente, rica troca de experiências vividas e/ou sofridas por conta de seu tipo de cabelo afro, como: discriminações, bullying e imposições, tanto na própria família quanto na escola, no trabalho, no ônibus, na rua etc.

Em seguida houve a palestra com Marlí Araújo, assistente social e professora do campus UFAL de Arapiraca, cujo tema foi “Cabelo Natural: Aceitação (Expectativa x Realidade e A Estética da Violência)”, onde enfatizou os “atos violentos” praticados ao longo da história social que buscou escravizar e combater a identidade negra quando essa tentava se assumir por meio da utilização dos cabelos, penteados e turbantes afros.

Pois, segundo Marlí Araújo, cabelo é uma “representação social” e possui uma “carga histórica” que carrega consigo os valores morais, sociais e culturais que buscam resgatar a identidade, bem representada em cartazes pendurados em um varal, na praça.

Houve também o sorteio de alguns turbantes e a oficina dos mesmos sobre várias formas de utilizá-los, com Jéssica Biana. A finalização do evento ocorreu com a confraternização do público presente por meio de um piquenique, que já constava na programação inicial do evento, bem como a troca de produtos para cabelos afros e muita música.

A participante Valdirene Pereira, assim como outras, afirmou que gostou muito do evento, da troca de experiências e que vai tentar ir ao próximo encontro.

Esse já foi o segundo encontro desse movimento, que surgiu em 2013 via rede social. O primeiro ocorreu 23 de novembro de 2013, no Maceió shopping e o próximo já está marcado para o dia da Consciência Negra, 20 de novembro de 2014. 

O encontro ocorreu simultaneamente com mais sete estados do Brasil (Rio de Janeiro, Goiânia, Ipatinga, Brasília, Salvador, Manaus e Florianópolis), além de Maceió, e mais duas cidades do exterior (Londres/Inglaterra e Amsterdam/ Holanda), sendo já assim considerado como um evento internacional.

Sinteal realiza encontro da mulher trabalhadora da educação


terça-feira, 18 de março de 2014

Homenagem ao Dia do Artesão e Artesã


Fraternidade e tráfico humano

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) definiu que a Campanha da Fraternidade 2014, terá como tema “Tráfico Humano e Fraternidade”, e o lema inspirado na carta aos Gálatas: “é para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). 

A Arquidiocese de Maceió fez o lançamento oficial em Alagoas nesse domingo(16.03), através de uma plenária, que contou com as explanações do Padre e Deputado Federal, Luiz Couto (PT-PB), que integra a CPI Tráfico de Pessoas no Brasil criada em 09 de fevereiro de 2012. 

Estiveram presentes: padres, religiosas, seminaristas, representantes de pastorais sociais, fiéis, autoridades políticas, além dos membros das comunidades, Casa Betânia, Fazenda da Esperança, Nova Jericó e Casa do Servo Sofredor. 

Foram apresentados dados sobre as causas (pobreza extrema; desigualdade racial e de gênero; medo, vergonha e silêncio); formas de aliciamento (sedução e ambição por sucesso, riqueza e casamento; estudam a rotina da vítima; internet; agenciamento de modelos, babás, garçonetes, dançarinas e escolinhas de futebol) e as finalidades (trabalho escravo; doação involuntária de órgãos; servidão doméstica; casamento servil; tráfico de recém-nascidos; turismo e exploração sexual; trabalhar como “mula” no tráfico de drogas). 

Essa é uma chaga social que em termos de atuação fica atrás apenas do tráfico de drogas, e estima-se que sejam movimentados cerca de 32 bilhões de dólares, existindo 110 rotas no território nacional e 131 internacionais. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 2,5 milhões e meio de pessoas no mundo são vítimas do tráfico humano, onde 67% são mulheres e de 30% são crianças. 

É preciso conscientizar a sociedade sobre essa prática que é uma violência contra a dignidade humana. Deve-se ampliar o debate não só nas paróquias, como também, nas escolas, associações de moradores, movimentos sociais e parlamentos. É importante denunciar os casos às autoridades competentes! 


Fonte: Coluna Axé – 289ª edição – Jornal Tribuna Independente – 18 a 24/03/2014
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 17 de março de 2014

Movimento Negro destaca necessidade de combater o racismo para além dos campos de futebol


Ideia foi defendida em reunião de representantes do segmento com a presidenta Dilma Rousseff na semana passada


Cerca de 18 entidades estiveram representadas na reunião articulada pela SEPPIR em parceria com a Secretaria Geral da Presidência da República



Na reunião que tiveram com a presidenta Dilma Rousseff semana passada, representantes do movimento social negro defenderam a ideia de que o futebol é apenas uma entre as muitas instâncias da sociedade brasileira em que o racismo se manifesta. Na ocasião, as lideranças reafirmaram a necessidade de combater o racismo em todos os setores da área pública e privada. O encontro articulado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e pela Secretaria-Geral contou com a participação da ministra Luiza Bairros e do ministro Gilberto Carvalho, titulares respectivos das duas pastas.

“A grande contribuição que o movimento negro trouxe para essa discussão é que a questão principal não é o racismo na copa do mundo. A questão principal é o que existe nas sociedades e se manifesta no futebol. E todas as propostas apresentadas para a presidenta Dilma apontaram nessa direção”, declarou a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros. Ainda assim, de acordo com a chefe da SEPPIR, o governo está empenhado na realização de uma campanha pela ‘Copa contra o racismo’.

“A escravidão foi substituída por relações de subordinação social por causa do racismo”, destacou a presidenta Dilma Rousseff. Antes da reunião com o movimento negro, ela recebeu o jogador do Cruzeiro, Tinga, e o juiz Márcio Chagas da Silva, ambos vítimas de racismo em partidas de futebol no Peru e no Rio Grande do Sul.

De acordo com a ministra Luiza Bairros, a reunião deu continuidade a uma série de iniciativas que vêm sendo adotadas pelo governo federal no sentido de deixar evidente para a sociedade brasileira que o racismo é repudiado pelo governo e que, portanto, também a sociedade deve se mobilizar para combatê-lo. “A presidente se mostrou muito comprometida com a causa”, afirmou Helcias Roberto Paulino Pereira, dos Agentes Pastorais Negros. Já Clédisson Júnior, do Enegrecer, disse ter considerado que a reunião foi uma conquista para as demandas da população negra e que voltava para casa “convencido da marca do gol”.

Transversalização da questão racial
Na avaliação de Ana Flávia Magalhães Pinto, o momento exige investimentos na estratégia de pautar as áreas para a transversalização da questão racial no âmbito do governo. Representante da Campanha ‘A Cor da Marcha’, ela reforçou a necessidade de retomar o diálogo com os ministérios e destacou a importância do fortalecimento das mídias alternativas no processo de democratização da comunicação. “O governo precisa encontrar meios de investir nas mídias alternativas”, completou.

Saúde da População Negra
Representando o Instituto Odara, Emanuele Góes sugeriu que o Ministério da Saúde (MS) seja priorizado na retomada do diálogo com as áreas de governo, visando à implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN). Um dos principais pontos da pauta é a instalação de uma instância no MS para cuidar da Política, que foi aprovada pelo Conselho em 2006, oficializada pelo MS em 2009 e inserida no Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288, de 2010).

Juventude - Valdina Pinto, Makota do Terreiro Tanuri Junsara, destacou a importância das representações jovens na reunião, defendendo que o segmento terá a responsabilidade de dar continuidade aos avanços dos últimos anos na questão racial, já que “ainda há muito a ser conquistado”. Ela se referiu à participação de Douglas Elias Belchior (Uneafro Brasil), que propôs ao movimento a construção de uma dinâmica para que as demandas da população negra sejam mantidas na agenda do governo.

Esse foi um dos aspectos bastante enfatizados nas reuniões de hoje, que é justamente de utilizar as ações do governo federal para mobilizar outras instituições inclusive dentro do judiciário para que todo esse corpo de legislação possa ser utilizado de modo mais efetivo em favor da punição dos crimes de racismo.

Representações
Participaram da reunião as seguintes lideranças e suas respectivas entidades: Helcias Roberto Paulino Pereira (Agentes Pastorais Negros - APNs), Paulino de Jesus Francisco Cardoso (Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) - ABPN), Maria da Conceição Lopes Fontoura (Articulação de Mulheres Negras Brasileiras - AMNB), Valkíria de Sousa Silva – Kika de Bessen (Centro de Africanidade e Resistência Afro-brasileira - Cenarab), Clédisson Geraldo dos Santos Júnior (Coletivo nacional de Juventude Negra - Enegrecer), Arilson Ventura (Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas), Frei David Raimundo dos Santos (Educação de Carentes e Afrodescendentes - Educafro), Maria Júlia Reis Nogueira (Central Única dos Trabalhadores - CUT), João carlos Borges Martins (Associação nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros (Anceabra), Manoel Júlio de Souza Vieira (União de negros pela Igualdade - Unegro), Ana Flávia Magalhães (Campanha A Cor da Marcha), Maria Conceição Costa (Observatório Negro), Edison Benedito Luiz (Coordenação Nacional de Entidades Negras - Conen), Valdina Pinto (Renafro – Rede de organizações de tradição de matriz africana), Hélio Santos (Fundo Baobá para Equidade Racial), Emanuelle Góes (Odara – Instituto da Mulher Negra), Douglas Elias Belchior (Uneafro Brasil), Ana Maria Gonçalves (escritora).

Fonte: Coordenação de Comunicação da SEPPIR

terça-feira, 11 de março de 2014

Conepir - Alagoas

Finalmente, no dia 28 de fevereiro, no Palácio do Governo de Alagoas localizado na cidade de Maceió, ocorreu a posse dos integrantes do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial de Alagoas (Conepir). Alagoas passa a ser o 7º Estado a constituir um conselho estadual na região Nordeste e o 18º no Brasil, além disso, existem 70 conselhos municipais no país. 

Esse é um momento histórico e símbolo de luta do Movimento Social Negro, um grande desafio por mais políticas públicas de igualdade racial. A solenidade ocorreu após muitas reivindicações e críticas quanto à morosidade do Governo do Estado e o cancelamento de datas, que nem eram comunicadas oficialmente. Também foi preciso, que lideranças dos segmentos afros solicitassem o apoio da Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público Estadual, através do promotor Flavio Gomes, para intervir e cobrar justificativas. 

O conselho será paritário e deliberativo, tem como objetivo propor e fiscalizar as políticas de ações afirmativas; busca a ampliação do processo de controle social, objetivando melhorias no aspecto econômico e financeiro, educacional, histórico-cultural, social e político, metas imperativas da política estadual de promoção da igualdade racial. 

Ao todo, são 26 membros, o poder público será representado pelas secretarias: Mulher, Cidadania e Direitos Humanos; Defesa Social (Seds), Trabalho, Emprego e Qualificação Profissional (Seteq); Assistência e Desenvolvimento Social (Seades); Saúde (Sesau); Educação e do Esporte (SEE); Promoção da Paz (Sepaz); Cultura (Secult); Articulação Social (Seas); e Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande); Universidade Estadual de Alagoas; Instituto de Terras do Estado de Alagoas (Iteral) e Assembleia Legislativa de Alagoas. 

E a sociedade civil por: quilombolas, povos indígenas, comunidades tradicionais de matriz africana, representantes da população negra, entidades sindicais e sócio-culturais, ciganos e capoeira. Que os ideais dos guerreiros e guerreiras quilombolas do Quilombo dos Palmares possam nortear as discussões, em prol da união, por mais oportunidades e dignidade. Axé!


Fonte: Coluna Axé - 288ª edição – 11 a 17/03/2014 – Jornal Tribuna Independente
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

domingo, 9 de março de 2014

Ufal e Fundação Palmares fecham parceria em projeto de Preservação Cultural



Projeto prevê criação de roteiro turístico e fomento artístico-cultural em União dos Palmares



Ufal e Fundação Palmares fecham parceria em projeto de Preservação Cultural
Vice-reitora Rachel Rocha, Valmir Pedrosa e representantes da Fundação Cultural Palmares durante reunião
Déborah Moraes – estudante de Jornalismo
A primeira reunião entre representantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e da Fundação Cultural Palmares vai resultar em parceria para implantação de projeto que visa à preservação cultural em União dos Palmares. O encontro aconteceu esta semana, com a reitora em exercício, Rachel Rocha.
A iniciativa trazida pela Fundação Palmares prevê a criação de um projeto de articulação e melhor aproveitamento do Parque Memorial Quilombo dos Palmares (PMQP), bem como toda a região da Serra da Barriga e da comunidade quilombola de Muquém.  A intenção é envolver a cidade de União dos Palmares e seus habitantes com capacitações e ações educativas ambientais e patrimoniais, de fomento cultural e incentivo turístico para maior valorização da localidade que é um marco na história do Brasil.
Na reunião, foram definidas as primeiras diretrizes do projeto que deverá ser elaborado pela Fundação e a Universidade, depois de firmado termo de parceria, cuja iniciativa será de relevância para o Estado de Alagoas. Participaram das discussões o pró-reitor de Gestão Institucional, Valmir Pedrosa, o representante nacional da Fundação Cultural Palmares, Alexandro Reis, o diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro e a representante da Fundação no Nordeste, Maria José da Silva.
Para Alexandre Reis, essa iniciativa deveria ter acontecido há muito tempo. “Já passou da hora de a Serra da Barriga, o Quilombo dos Palmares deixar de ser lembrado apenas nas comemorações do Dia da Consciência Negra. E mais: é necessário que toda essa região tenha e estrutura necessária para desenvolver todo seu potencial turístico”, afirmou.
Complementando a fala do colega de Fundação, Maria José da Silva fez questão de ressaltar também o papel social que este projeto terá na valorização e nas oportunidades para os jovens da região. “Quando você vai até o Muquém [comunidade quilombola], ou mesmo na cidade, em União dos Palmares, os jovens não têm muita perspectiva para o futuro. A ampliação do Parque Memorial, a criação de um roteiro turístico e de lugares para apreciação das tradições artísticas, culturais, gastronômicas deles mesmos, com a devida capacitação, que o próprio projeto prevê é fundamental para eles”, destacou.
O próximo passo será a formação de uma equipe multidisciplinar formada por professores da Ufal e profissionais da Fundação para a elaboração do plano de trabalho, o que deverá ser definido na próxima reunião, agendada para a segunda quinzena de março. O projeto terá financiamento do Ministério da Cultura (Minc), com recursos do Fundo Nacional da Cultura (FNC), e deve ser implantado ainda em 2014.
Rachel Rocha fez questão de tranquilizar os representantes da Fundação e ressaltou a importância de iniciativas como essa. “Nós temos muitos professores que já trabalham com a temática e que podem realmente contribuir para elaboração do projeto, com oficinas, consultorias e pesquisas. Na verdade este é um projeto que permite desdobramentos diversos e nós ficamos muito felizes de participar. É nossa obrigação na verdade”, concluiu.
A Fundação Cultural Palmares 
Fundada em agosto de 1988, pelo então presidente da república José Sarney, é a primeira instituição pública federal voltada para promoção e preservação da arte e da cultura afro-brasileira. Vinculada ao Ministério da Cultura (Minc), trabalha por uma política cultural igualitária e inclusiva que busca contribuir para a valorização das manifestações culturais e artísticas negras brasileiras como patrimônios nacionais. Conheça mais aqui.

Fonte: UFAL

sábado, 1 de março de 2014

Maceió: Hoje tem desfile das escolas de samba

Nesse sábado(01.03) das 20h às 2h, na Praça Multieventos localizada no bairro da Pajuçara em Maceió, terá o Desfile das Escolas de Samba. As agremiações prometem levar muita alegria e emoção para o público. 

E pela primeira vez, uma ialorixá será homenageada com samba enredo em Alagoas, a Gaviões da Pajuçara apresenta o tema: “Conta e canta a história de Mãe Neide”. 

A mãe de santo Neide Oya D’Oxum ou Maria Neide Martins(foto), é uma referência entre os religiosos de matrizes africanas e faz um trabalho sociocultural expressivo na periferia de Maceió e União dos Palmares, através do Grupo União Espírita Santa Bárbara(Guesb). Ela já foi agraciada com a Comenda Nise da Silveira, Troféu Palmares, Medalha Ruth Cardoso, Título de Cidadã Honorária de União dos Palmares e teve seu nome inscrito no Livro do Registro do Patrimônio Vivo de Alagoas.


Confira a ordem de apresentação e os temas das agremiações:

* 13 DE MAIO = As riquezas e belezas de Alagoas

* UNIDOS DO POÇO = Eternizando Altemar Dutra, o trovador, relembrando na Avenida Melodias e canções de amor.

* ARCO-ÍRIS = Em uma só visão eles fazem a folia

* JANGADEIROS = Nas lendas e nos mitos... a verde e branco conta estorias do imaginário de um povo!

* GIRASSOL = No Espetáculo do samba sua majestade Peró encanta

* GAVIÕES DA PAJUÇARA = Gaviões conta e canta, a história e vida de Mãe Neide