Texto: Ascom/Iteral
Fotos: Leto Santana – Mestre de Capoeira (CORTESIA)
Durante toda a madrugada dessa segunda-feira (6)
na Serra da Barriga localizada no município de União dos Palmares, zona da mata
alagoana, ocorreu a Vigília Afro “Honra e Referência aos antepassados”. A celebração
foi composta por caminhada, cânticos, reflexões e apresentações artísticas em
alusão ao dia do massacre e destruição da sede do Quilombo dos Palmares no ano
de 1694, e também, homenageou todos os guerreiros e guerreiras quilombolas que
lutaram por liberdade e contra o período escravocrata brasileiro.


A programação recebeu o apoio do Governo de Alagoas,
por meio do gabinete civil, Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos
Humanos (SEMUDH) e do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral).
Também contou a colaboração da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao
Ministério da Cultura; Prefeitura Municipal de União dos Palmares; Universidade
Estadual de Alagoas (Ufal); Sintufal; Uninassau; Movimento de Arte e Cultura
Popular de União dos Palmares (CELCAB); Espaço Baubá; Grupo União Espírita
Santa Bárbara (GUESB) e Adapo Muquém.
De acordo com Leone Silva, socióloga e assessora técnica
dos núcleos quilombolas e indígenas do Iteral, o evento consolidou o
engajamento governamental e proporcionou uma infraestrutura apropriada, com conforto
e segurança aos participantes. “A vigília
afro é de fundamental importância para o povo alagoano, porque acreditamos que
ela tem o objetivo de fortalecer e aproximar os segmentos afros, como também,
de perpetuar a história e cultura do nosso povo, incentivando os mais jovens
para o amor e o respeito à identidade afrocultural. Diante disso, o Iteral foi
um dos parceiros e garantiu o apoio com o transporte”, destacou Leone.
História
O Quilombo dos Palmares resistiu por aproximadamente cem anos,
chegou a ter uma população superior a 20.000 habitantes formada por escravos
fugidos, indígenas e brancos empobrecidos. Essa “república negra” possuía uma
organização sócio-política-militar, com mais de 10 mocambos (esconderijos) estratégicos
distribuídos na zona da mata, entre os estados de Alagoas e Pernambuco, e
ocupou uma área de aproximadamente 200km2. Já a Serra da Barriga – sede administrativa do
Quilombo – atualmente é considerada um templo sagrado e palco da resistência
negra; e desde novembro de 1986 foi inscrita no Livro de Tombamento
Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, e ainda, foi reconhecida como Monumento Nacional no ano 1988, pelo Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
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